segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Luiz Gonzaga


o Rei do Baião será tema em umpróximo documentário do escritor João de Sousa Lima e do promotor de eventos Gilmar Teixeira, com lançamento previsto para 13 de dezembro de 2012.

cangaceiro Gato, um rastro de ódio e sangue


o filme sobre a trajetória do cangaceiro Gato, com direção de João de Sousa Lima, terá sua estréia nesse próximo mes de setembro.

CASA DE MARIA BONITA


o Museu Casa de Maria Bonita será tema de um documentário que será realizado no próximo mês de setembro.
a direção do documentário será de Gilmar Santos e João de Sousa Lima.

Alto do Leitão


cruzes marcam o local onde foram assassinados cinco jovens no Alto do Leitão. A visita foi parte de uma das etapas do II cariri cangaço.
na foto o escritor João de Sousa Lima, João Souto (filho dos cangaceiros Moreno e Durvinha) e o poeta Gonzaguinha de Garanhuns.

João de Sousa Lima visita Museu do Gonzagão


aproveitando uma das manhãs livres durante o II cariri cangaço, saí do Crato até Exú, em Pernambuco, para visitar o Museu Aza Branca.
Riquíssimo acervo sobre a vida de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião.

João de Sousa Lima e Honório de Medeiros


os escritores João de Sousa Lima e Honório de Medeiros, em dia de autógrafos trocados.
o recente livro de Honório, sobre a vida do cangaceiro Massilon, merece realmente a leitura e nossas considerações.
parabéns ao Honório e que venham outros trabalhos literários.

tenente Marins, João de Sousa Lima e Aderbal Nogueira


o tenente Marins realizou em Paulo Afonso uma das mais importantes mostras do cangaço, exibindo armamentos usados na época, inclusive a metralhadora que matou Ezequiel, irmão de Lampião.
na foto Marins com João de Sousa Lima e o cineasta Aderbal Nogueira durante o II Cariri cangaço.

Escritor João de Sousa Lima, poeta Pedro Bandeira e escritor Antonio Amaury


João de Sousa Lima, Pedro Bandeira e Antonio Amaury, estiveram presentes na palestra de Wilson Seraine, que falou sobre a música no Cangaço, dando enfoque a Luiz Gonzaga.
o poeta Pedro Bandeira teve algumas de suas poesias gravadas pelo Rei do Baião.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

MEUS OLHOS VIRAM NOVAMENTE TANTA BELEZA...

MEUS OLHOS VIRAM NOVAMENTE TANTA BELEZA...


 


 

Um dia, em um passado ainda próximo, falei de momentos tão belos que meus olhos viram. Desejei ver tudo novamente; O destino brincou de ironizar com minha visão: Tive graves momentos visuais, lutei, superei, sem antes, homem rude como sou, ajoelhar-me aos pés do Cristo Piedoso; Implorei mais uma chance, o Misericordioso Homem de Deus atendeu meu pedido: Avistei velhos amigos, abracei todos, como se fossem meus últimos dias, senti a vida acarinhando meu coração ainda assustado.

Nas colinas verdejantes avistei distantes paisagens, respirei os ares vindos das terras dos Cariris, ventos circundantes nas Serras do Araripe. Senti frio, ouvi o assovio dos redemoinhos enquanto fitava aquela imensidão bela.

Nos chalés acolhi-me cansado e feliz por jornadas diárias, todos os dias. Pisei solo sagrado do Beato Zé Lourenço. Visitei cruzes aonde a morte chegou sem avisar e sem perdão, senti os remorsos dos dias passados, cruzes erguidas em solo seco e pedregoso, o silencioso Alto do Leitão.

A história ainda latente em um casarão de tantos anos atrás. Nas paredes marcas de uma defesa talvez inexistente, nas torneiras, paredes furadas, sangrias no barro, defesa de homem polêmico, Cícero Romão Batista, adorado por tantos fiéis, ignorado por leis católicas.

Homenagem em vida, ao grande Mestre, meu Mestre Amaury, emoção, tímidas lágrimas, merecedor do pouco que se fez, merecedor do muito que se faça, Mito das Letras, da História Oral, perseguidor Incansável das tantas histórias, maior conhecedor delas. Uma simples placa e um coração de amigo junto.

Vi um menino ligeiro, correndo sem parar, sorriso sempre presente, como se não houvesse falhas, cansaço ou qualquer pingo de desânimo. Menino grandioso, sorriso farto, abraço verdadeiro: Menino Severo, Severo amigo, Severo Presente, presente da vida; Severo: Digno de ser amado por todos.

Aprendi muito, com palavras de tantos, com as vozes de todos; Sonhei nas imagens do tempo, no tempo do Luiz Lua Gonzaga, sonhos do passado esbranquiçado em películas; Sorvi a semente plantada por Seraine, no canto e no aboio do Rei do Baião.

Meus olhos viram tudo de novo, visualizei amigos, abracei tantos; Beijei faces, amei pessoas reais. Vi o belo, como desejei, como pedi novamente; na solicitude de homem rude descobri misericórdia. A vida bela sorriu-me e ingenuamente pedi a Deus para permitisse ver tudo de novo e quando chegar um novo Cariri Cangaço, eu quero estar lá, quero ver as paisagens belas do Cariri, quero abraçar amigos, subir nos tablados, fazer homenagens, ouvir cantos, me encantar com palavras, saber mais das histórias, aprender com tantos, ouvir o canto do vento, no redemoinho do tempo...

Permita-me Deus, ainda ver outros Cariris Cangaço, entrego-vos meus olhos, em ti descanso, me regojizo, espero; Pagarei com amor ao próximo, amando os amigos, apreciando tuas obras, a natureza fecunda que circunda os Vales Cearenses.


 

João de Sousa Lima

João de Sousa Lima e o Cariri Cangaço


terça-feira, 24 de agosto de 2010

Jadilson Ferraz, o Bin Laden do Sertão e sua alegria contagiante


Jadilson é a alegria do Cariri Cangaço. Suas piadas engraçadas, suas histórias de vida com tiradas alegres se tornaram o ponto divertido dos que participaram do II Cariri cangaço, sem contar o show que ele realizou, surpreendendo a todos com sua bela voz, cantando e lembrando o querido Luiz Gonzaga.

João de Sousa Lima e Antonio Amaury

A abertura do II Cariri Cangaço foi marcada por uma homenagem do escritor João de Sousa Lima ao escritor Antônio Amaury.
no momento foram apresentadas várias imagens dos dois escritores percorrendo o sertão nordestino em busca dos últimos remanescentes do cangaço.
o Cariri Cangaço repetiu todo o sucesso do ano passado, apoiando o evento as cidades de Juazeiro do Norte, Barbalha, Crato, Missão Velha e Aurora.

João de Sousa Lima Homenageia Antonio Amaury

João de Sousa Lima Homenageia Antonio Amaury

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Escritor João de Sousa Lima e Antonio Amaury


 

A noite de abertura do Cariri Cangaço em Crato, marcou homenagem prestada pelo escritor João de Sousa Lima, da cidade de Paulo Afonso - BA, ao conferencista da noite, Antono Amaury Correa de Araujo. Antes de dá inicio a palestra foi apresentado um vídeo mostrando várias imagens da vida do escritor paulista e ao final foi entregue ao mesmo uma Placa Comemorativa por seus mais de 50 anos dedicados ao estudo e pesquisa da temática cangaço. 

 


Anônimo disse...

CARO SEVERO E DEMAIS COLEGAS PARABÉNS PELO CARIRI CANGAÇO 2010, MESMO DE LONGE ( PIRANHAS-ALAGOAS) ESTOU VIBRANDO COM O EVENTO.MERECIDA HOMENAGEM AO GRANDE DR. ANTÔNIO AMAURY CORREIA DE ARAÚJO FEITO PELO GRANDE JOÃO DE SOUZA LIMA.
ABRAÇO A TODOS E SUCESSO.

JAIRO LUIZ OLIVEIRA
ROTA DO CANGAÇO XINGÓ

20 de agosto de 2010 18:48


Anônimo disse...

Prezado amigo João de Sousa.
Saudações sertanejas.
Quero parabenizá-lo pela brilhante iniciativa de fazer essa homenagem, tão merecida, ao nosso estimado amigo Antônio Amaury, que dedicou grande parte de sua vida a uma pesquisa trabalhosa e séria, sobre o cangaceirismo no nordeste, mais precisamente ao lampiônico.
Eu e você tivemos a satisfação de estarmos presentes quando ele, Amaury, recebeu o título de cidadão de Piranhas, Alagoas.
São momentos como estes que gratificam e justificam, todo o sofrimento e trabalho vivenciado nesta meritória e longa jornada de pesquisas.
Um forte abraço
Paulo Britto

20 de agosto de 2010 21:47


Anônimo disse...

Meus caros novos amigos:

Foi um grande prazer participar desse II Cariri Cangaço. A programação intensa, muito variada e sobretudo a presença de renomados escritores, pesquisadores e estudiosos do tema, além da oportunidade de conhecer lugares e pessoas que, de outra forma seria impossível que isso acontecesse, permitiu um olhar, com mais profundidade e interesse sobre esse rico tema.
A inclusão das fantásticas histórias dos beatos e dos coronéis permitiu também a descoberta de informações que, na realidade, sempre estiveram juntas mas não eram apresentadas - pelo menos para um neófito como eu - de forma a mostrar a sua interação - os três temas, aparentemente antagônicos, na verdade de completam -.
As muitas dezenas de profundos conhecedores destes assuntos nos fez refletir como o nosso Nordeste é rico e como temos valorizado tão pouco esses tesouros guardados por tantos anos ou apenas conhecidos de uns poucos privilegiados.
Parabéns ao SBEC e aos organizadores desse encontro que acariciou o nosso ego de nordestino.

Antônio Galdino
Paulo Afonso-BA

23 de agosto de 2010 21:08


Anônimo disse...

Caros João de Sousa Lima e Manoel Severo. Parabéns pela homenagem ao Amaury, que foi o ponto de partida de muito gente (inclusive eu) e - muito mais - têm sido também o ponto de chegada, pois continua se atualizando e acrescentando sempre novos fatos à sua vasta cultura cangaceira. O Amaury merece. Abraços Leandro Cardoso Fernandes

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A história de Luiz Gonzaga, rei do baião

14 de novembro

BIOGRAFIA DO REI DO BAIÃO!!! (1912 a 1989) LUIZ GONZAGA DO NASCIMENTO


LUIZ GONZAGA, O REI DO BAIÃO * 13/12/1912 + 02/08/1989

Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de dezembro de 1912, na Fazenda Caiçara, povoado do Araripe à 12km de Exu, filho de Januário José dos Santos e Ana Batista de Jesus (Mãe Santana). Foi batizado na matriz de Exu no dia 05 de janeiro de 1913, cuja celebração batismal, foi realizada pelo Pe. José Fernandes de Medeiros. Desde sua infância o pequeno Gonzaga namorava o fole de oito baixos, instrumento este, executado por "Pai Januário" no qual começou seus primeiros acordes.

            "Luiz de Januário" como era conhecido na infância, aos 8 anos de idade substitui um sanfoneiro que falhou no trato em festa tradicional no terreiro de Miguelzinho na Fazenda Caiçara, no Araripe, Exu, a pedido de amigos do pai. Naquela noite o pequeno Lula deleitava-se tocando e cantando a noite inteira, e pensava na possibilidade de Dona Santana deixar ele tocar mais vezes. Luiz Gonzaga tocava feliz porque era a primeira noite que tocava com a permissão de "Mãe Santana". Naquela noite ele recebeu pela primeira vez o cachê de 20$000 rés. Luiz Gonzaga recorda as palavras de Dona Santana que pareciam ter uma esperança de tocar com sua permissão: "Luiz! Isso é gente pra tocar em dança? (...) E se  o sono der nele pru lá?"  Luiz Gonzaga ia crescendo, com sua simpatia e esperteza conseguiu agradar Sinhô Aires, passando a ser o garoto de confiança do Cel. Sua primeira sanfona era de marca "veado" comprada na loja de Seu Adolfo em Ouricori, Pernambuco, com a fiança do Cel. Manuel Aires de Alencar, o Sinhô Aires, custando 120$000 rés.

            (Em 1915 nasce no Iguatu, Ceará, Humberto Cavalcanti Teixeira que mais tarde se tornaria parceiro de Luiz Gonzaga.

            Em fevereiro de 1921 nasce em Carnaúba, distrito de Pajeú das Flores, José de Sousa Dantas Filho que posteriormente se torna parceiro de Luiz Gonzaga.

            Em 1926 nasce em Gravatá, Pernambuco, Helena das Neves Cavalcanti, futura esposa de Luiz Gonzaga.)

            O futuro de Gonzaga estava realmente na sanfona, profissão posteriormente executada em todo Brasil, graças as observações aos dedos ágeis de "Pai Januário". Antes de Gonzaga completar 16 anos já era conhecido no Araripe e em toda redondeza. Aos 17 anos o filho de Januário apaixona-se por Nazarena, filha de um Alencar. O padrasto da jovem, o senhor Raimundo Deolindo sabendo da inclinação do jovem sanfoneiro pela menina-moça, resolve impedir o namoro. Luiz Gonzaga muito magoado com a situação resolve então encará-lo num sábado na feira do Exu, e disse 'as do fim!'. Foi por causa de "Nazinha", como a chamava, que Gonzaga levou uma surra de Dona Santana, por ocasião de seu atrevimento com o senhor Raimundo Deolindo, fugindo de casa em 1930.

            Lula resolve então arranjar uma maneira de fugir de casa, foi quando com a ajuda de Zé de Elvira, com quem armou sua fuga, caminhando a pé cerca de 65Km de Exu ao Crato. Chegando no Crato Luiz Gonzaga vende ao lavrador, o senhor Raimundo Lula, sua sanfona por 80:000 rés. Essa decisão na vida de Luiz Gonzaga foi em julho de 1930, quando chega em Fortaleza e alista-se no 23º Batalhão de Caçadores do Exército, servindo no Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Pará, Ceará, Piauí, Belo Horizonte, Campo Grande e no Rio de Janeiro. O então soldado de n.º 122, ganha fama no Exército e um apelido: "Bico de Aço", por ser um excelente corneteiro. Deu baixa no Exército em Minas Gerais, no dia 27 de março de 1939 e viajou para o Rio de Janeiro, para esperar o navio que o levaria a Recife, em seguida a Exu. Resolveu então a convite de um amigo, foi  ganhar a vida tocando no Mangue, com uma sanfona de 80 baixos, uma Horner branquinha, sua primeira sanfona branca comprada em São Paulo. Vale ressaltar que a partir de então, Luiz Gonzaga só usa sanfona branca até o final de sua vida.

            Em 1940 Gonzaga conhece o guitarrista português, Xavier Pinheiros, e forma dupla tocando no Mangue e nas casas noturnas(cabarés), do Rio de Janeiro. Ele começou tocando músicas de Manezinho Araújo, Augusto Calheiros e Antenógenes Silva, começou a apresentar-se nas rádios em programas de Calouros. Em 1941 conhece Januário França, no qual transmite a Gonzaga um convite de Genésio Arruda, para acompanhá-lo numa gravação na RCA Victor. Logo em seguida é convidado para gravar um disco solo; grava dois, e nos cinco anos seguintes, Luiz Gonzaga  grava cerca de 30 discos. A partir de 1941, Luiz Gonzaga já tinha o título de MAIOR SANFONEIRO NORDESTINO.

            Luiz Gonzaga sofreu muito no Rio de Janeiro, para se firmar artisticamente. Com muita luta e vencendo as ironias de Ari Barroso, em 1942 Luiz Gonzaga começa a fazer sucesso nas emissoras de rádio. Em 1944 ele foi despedido da Rádio Tamoio e, logo em seguida foi contratado por Cr$ 1.600.00 pela Rádio Nacional. Recebe neste ano o apelido de "Lua", por Paulo Gracindo. Em 1945 Luiz Gonzaga conhece o futuro grande parceiro, o advogado Humberto Cavalcanti Teixeira, nascido em Iguatu, Ceará. No dia 11 de abril de 1945, Luiz Gonzaga gravou seu primeiro disco em voz.

            No dia 22 de setembro de 1945 nasceu Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, o Gonzaguinha, fruto do amor de Luiz Gonzaga com Odaléia Guedes dos Santos, cantora e bailarina profissional do coro de Ataulfo Alves. Gonzaga conviveu com Odaléia, cerca de 5 anos. Odaléia faleceu de tuberculose em 1952, quando Gonzaguinha tinha 7 anos (vale ressaltar que Gonzaguinha nesta época já morava com os padrinhos Xavier e Dina no Morro de São Carlos).

            Em 1946 com Humberto Teixeira, Luiz Gonzaga compõe e grava a primeira de uma série de 18 parceria:  NO MEU PÉ DE SERRA. O sucesso de Gonzaga com esta música começa a ser enorme e ao mesmo tempo seu nome começa a correr pelo mundo: Europa, EUA, Japão, etc. Neste mesmo ano Luiz Gonzaga resolve então rever a família, e chega em casa pela madrugada. Fica frente a frente com Seu Januário e é interrogado: "Quem é o Sinhô? Luiz Gonzaga seu filho! Isso é hora de você chegar em casa corno sem vergonha!?" Deste encontro, Luiz Gonzaga com Humberto Teixeira, compõem a música RESPEITA JANUÁRIO, em homenagem àquele homem que foi o responsável pela inclinação do "negrinho fiota" para a música. Em 1947 no mês de março, Gonzaga gravou a música ASA BRANCA, que foi inicialmente refutada pelo diretor. A música  ASA BRANCA começou a receber diferentes interpretações e gravações em vários países, como Israel e Itália. Em julho de 1947, na Rádio Nacional, Luiz Gonzaga conheceu Helena das Neves Cavalcanti, sua futura esposa.

No dia 16 de junho de 1948 Luiz Gonzaga casa-se com a contadora pernambucana Helena das Neves Cavalcanti, natural de Gravatá – PE, (segundo a cronologia de Assis Ângelo, Luiz Gonzaga já era estéril, mas sobre sua esterilidade fica muito oculto por ocasião de Gonzaga não dá ênfase a esta questão). Luiz Gonzaga resolve então fazer um passeio para apresentar a esposa a "Pai Januário", que não pôde ir ao Rio de Janeiro para o casamento do filho. Neste dia 05 de abril de 1949, Luiz Gonzaga soube a caminho, que no dia anterior tinha começado em Exu um conflito político entre as famílias Alencar, Sampaio e Saraiva.

            Em 1949 Gonzaga conhece em Recife o médico José Dantas de Sousa Filho. Com o novo parceiro, Gonzaga grava no dia 27 de outubro, o baião VEM MORENA e o FORRÓ DE MANÉ VITO. E o Brasil se deliciava com a boa música do "negrinho fiota", que saiu lá das bandas do Exu para conquistar o coração dos brasileiros. No dia 01 de novembro de 1949, Seu Januário, Dona Santana, Geni, Muniz, Chiquinha, Socorro e Aloísio seguiram para o Rio de Janeiro, no caminhão comprado por Luiz Gonzaga.

            Em 1950 o Lua recebe dos paulistas o título de "REI DO BAIÃO"  que o consagra até nossos dias. Neste mesmo ano "Lua" grava também a toada ASSUM PRETO e os baiões QUI NEM JILÓ e PARAÍBA, Gonzaga neste período está no auge de sua carreira. A música PARAÍBA foi gravada por uma cantora japonesa Keiko Ikuta, e também pela Emilinha Borba. Em 1951 Luiz Gonzaga coroou a cantora Carmélia Alves como a "RAINHA DO BAIÃO" na Rádio Nacional, no programa "NO MUNDO DO BAIÃO" de Humberto Teixeira e Zé Dantas. No ano de 1952 Luiz Gonzaga tentou projetar para todo o Brasil, nos festejos juninos  o talento musical da família através das rádios Tupi e Tamoio tendo como atração, OS SETE GONZAGAS: Seu Januário, Luiz Gonzaga, Severino Januário, José Januário (Zé Gonzaga), Chiquinha Gonzaga, Socorro e Aloísio. Em 1953 grava ABC DO SERTÃO, VOZES DA SECA e a A VIDA DO VIAJANTE. Neste mesmo ano Luiz Gonzaga assume plenamente sua identidade nordestina, começando a usar o gibão de couro. No dia 09 de julho de 1954 mataram em Serrita Raimundo Jacó, primo de Luiz Gonzaga. Em 1959 Dona Marieta, mãe de Dona Helena, veio a falecer no Rio de Janeiro. O Rei do Baião não parava, andava por todo o País cantando e decantando o Nordeste. No  amanhecer do dia 11 de junho de 1960, Dona Santana, mãe de Luiz Gonzaga, falecia no Rio de Janeiro, com a doença de chagas. A partir de 1960 Luiz Gonzaga começa a ser esquecido dos meios de comunicação, e faz então um desabafo a Dominguinhos: "EU VOU PARAR DE CANTAR BAIÃO, POIS NINGUÉM MAIS DÁ A MÍNIMA ATENÇÃO PRA MINHA MÚSICA. VOU COMPRAR UM TRANSISCORDE PARA VOCÊ, PRA GENTE FAZER BAILES. EU TOCO CONTRABAIXO, ENQUANTO VOCÊ TOCA ESSE INSTRUMENTO ELETRÔNICO QUE SAIU AGORA", ( isso foi só um desabafo, pois Gonzaga continuou compondo baião até o final de sua vida). Neste ínterim Luiz Gonzaga estava muito dividido, pois Seu Januário morava sozinho no Araripe, após a morte de Dona Santana. Neste ano o Rei do Baião vinha constantemente ao Araripe para está junto de "Pai Januário". No dia 05 de novembro de 1960 Seu Januário casa-se com Dona Maria Raimunda de Jesus, cuja celebração foi realizada por Padre Mariano. Aos 72 anos o "Vovô do Baião" demonstrava sua fé e o respeito a Igreja, testemunhando seu segundo matrimônio. Em 1961 Gonzaguinha já estava com 16 anos, passou então a morar com o pai. Em 1961, Luiz Gonzaga entra para a maçonaria. Ele compõe com Lourival Passos a música ALVORADA DA PAZ, em homenagem a Jânio Quadros que renunciou, sete meses após assumir a Presidência da República. No dia 12 de março de 1962, nasce um bebê que é adotado por Seu Januário e Dona Maria Raimunda com 03 dias de nascido. Seu Januário fez questão de registrar o menino como filho legítimo, com o nome de João Batista Januário. João Batista continua morando em Exu, honrando o nome da Família Januário.

            Em 1962 a parceria da dupla (Gonzaga e Zé Dantas), se desfaz por ocasião do falecimento de Zé Dantas. Em 1963, o REI DO BAIÃO gravou A MORTE DO VAQUEIRO, uma homenagem a seu primo Raimundo Jacó "morto covardemente". Neste mesmo ano Luiz Gonzaga foi surpreendido com o roubo que fizeram de sua sanfona e conhece o poeta cearense PATATIVA DO ASSARÉ, de quem grava em 1964 a música A TRISTE PARTIDA. Em 1964 Luiz Gonzaga faz uma homenagem a Sanfona Branca roubada, com a música SANFONA DO POVO. Em 1966 Sinval Sá, lança o livro O SANFONEIRO DO RIACHO DA BRÍGIDA, VIDA E ANDANÇAS DE LUIZ GONZAGA – REI DO BAIÃO, pela edições  A FORTALEZA. No ano de 1968, o compositor e versionista Carlos Imperial espalhou no Rio de Janeiro que THE BEATLES acabara de gravar a música ASA BRANCA, mas foi só brincadeira, THE BEATLES não gravaram e o sucesso de Gonzaga começou a voltar na década de 70. Em 1970 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira entram na Coleção História da MPB, editada pela Abril Cultural. Em 1971 Luiz Gonzaga recebeu o título de "IMORTAL DA MÚSICA BRASILEIRA", pela TV TUPÍ do Rio de Janeiro. Em 1972 Luiz Gonzaga recebe o título de Cidadão de Caruaru. Foram os papas do tropicalismo Gilberto Gil e Caetano Veloso, que proclamaram solenemente que a moderna canção popular brasileira deitava raízes também na arte antemporal de Luiz Gonzaga. No dia 24 de março de 1972 no Teatro Carioca Tereza Raquel – Rio de Janeiro, Luiz Gonzaga faz uma apresentação com o título: "LUIZ GONZAGA VOLTA PRA CURTIR", realizando-se assim, sua volta triunfal. Naquela noite Luiz Gonzaga faz uma síntese falando de toda a sua carreira musical. Naquela oportunidade relatou sua estima pelo o estado do Ceará, dizendo: "É por isso que eu costumo dizer que uma banda minha é pernambucana e a outra banda  é cearense!"

            No ano de 1973, o Rei do Baião resolve deixar a RCA Victor e passa a gravar na Emi-Odeon. Ainda em 1973 Luiz Gonzaga recebe o título de Cidadão Paulista das mãos do governador de São Paulo. Em 1975, o Rei do Baião conheceu Maria Edelzuíta Rabelo, e correspondia com ela, com o pseudônimo de Marcelo Luiz. Em 1976 Luiz Gonzaga recebe em Fortaleza o título de Cidadão Cearense. Nos dias 13 e 20 de agosto de 1976, a TV GLOBO fez um exibição com o título de "ESPECIAL LUIZ GONZAGA", tendo a participação de Seu Januário. Em 1977 Luiz Gonzaga entrou na Versão Brasileira da Enciclopédia Universal Britânica. Seu Januário faleceu num dos duplex do PARQUE ASA BRANCA em Exu no dia 11 de junho de 1978. Para sua alegria, no ano de 1980 Luiz Gonzaga canta em Fortaleza para o Papa João Paulo II, que lhe agradeceu ao pegar em sua mão dizendo: "OBRIGADO, CANTADOR!". Luiz Gonzaga fica envaidecido. Em 1981 o velho Lua recebe os dois únicos discos de ouro de toda sua carreira ( vale ressaltar que é segundo Assis Ângelo e Gildson Oliveira, segundo Dominique Dreyfus Luiz Gonzaga ganhou mais discos de ouro). Neste mesmo ano, Gonzaga fica feliz quando consegue pacificar Exu. Foi ao encontro do Presidente da República em exercício para lhe pedir intervenção e disse: "Dr. Aureliano, faça um esforço para levar a paz à minha terra!". Tempos depois feliz com a paz conseguida para sua terra, em entrevista Luiz Gonzaga diz ao jornalista Assis Ângelo: "NINGUÉM DAVA JEITO EM EXU. EU PEGUEI AURELIANO CHAVES NUMA BOA E 15 DIAS DEPOIS ELE MANDOU INTERVIR (NA CIDADE). A INTERVENÇÃO SE ENCAIXOU QUE NEM UMA LUVA, E NUNCA MAIS HOUVE CRIME POLÍTICO LÁ".

            Em 1982 Luiz Gonzaga vai tocar em Paris a convite de Nazaré Pereira. Permaneceu em Paris dez dias, conhecendo vários pontos importantes. Em 1984 Luiz Gonzaga recebeu o PRÉMIO SHELL. Em 1985 Luiz Gonzaga é agraciado com o troféu NIPPER DE OURO, uma homenagem internacional da RCA a um artista dela. Em 1986 Gonzagão vai pela segunda vez à França, participando no dia 06 de julho de um espetáculo  que reúne cerca de 15 mil pessoas no Halle de la Villete. Luiz Gonzaga foi ladeado por Alceu Valença, Fafá de Belém, Morais Moreira e Armandinho, entre outros artistas brasileiros que integraram o "Couleurs Brésil". Foi neste passeio que a jornalista francesa, DOMINIQUE DREYFUS, fala com Gonzagão na possibilidade de com ele, fazer um livro autobiográfico. Ainda em 1986 José de Jesus Ferreira lança o livro LUIZ GONZAGA O REI DO BAIÃO: SUA VIDA, SEUS AMIGOS, E SUAS CANÇÕES.

            Em junho de 1987, a escritora e jornalista DOMINIQUE DREYFUS chega ao Brasil, passando 02 meses no PARQUE ASA BRANCA em Exu. O Rei do Baião desde pequeno trazia em seus lábios um sorriso sincero e, sempre quando podia, gostava de brincar com os outros, oportunidade que aproveitava para saber como estava o sertão. Luiz Gonzaga conheceu e tocou em todos os municípios brasileiros com mais 400 habitantes, inclusive, tocou em Sobral – CE quatro vezes. Tocou pela última vez nesta cidade, terra de Dom José Tupinambá da Frota, no dia 28 de novembro de 1987. Quando Gonzagão chegava nessas cidades do interior para fazer seus shows, era anunciado por seu motorista com o seguinte anúncio: "Atenção, atenção! Vem visitar vocês Sua Majestade o Rei do Baião, Luiz Gonzaga, a maior expressão popular brasileira. Hoje aqui em praça pública!" A carroceria de seu caminhão servia de palco em seus shows, por este Brasil afora.

            Em 1988 Mundicarmo Maria Rocha Ferreti lança o livro BAIÃO DE DOIS: ZÉ DANTAS E LUIZ GONZAGA, fruto de uma tese de mestrado. Em 1988 Luiz Gonzaga rompe novamente o contrato com a RCA. Em junho do corrente ano, Luiz Gonzaga entra com o pedido de desquite na justiça pernambucana, por já não se entender com Dona Helena. Ainda em 1988 Luiz Gonzaga passa a morar com Maria Edelzuíta Rabelo. A senhora Edelzuíta Rabelo nos fala através do livro Luiz Gonzaga: O Matuto que conquistou o mundo, o seguinte: "Amei Lula sem nada pedir ou esperar, mas sabendo que me bastava estar diante do homem mais extraordinário que já conheci, que me fez renascer e me ensinou grandes lições."

A última entrevista de Luiz Gonzaga concedida a imprensa, foi para o jornalista Gildson Oliveira através de Ivan Ferraz no dia 02 de junho de 1989. Recife foi o local escolhido por Luiz Gonzaga para passar seus últimos momentos de vida. O último show realizado por Luiz Gonzaga foi no dia 06 de junho de 1989 no Teatro Guararapes do Centro de Convenções de Recife, onde recebeu homenagens de vários artistas do país. Antes de finalizar o show, o Rei do Baião proferiu estas palavras: " Boa Noite minha gente! (...) Minha gente, não preciso dizer que estou enfermo. Venho receber essa Homenagem. Estou feliz, graças a Deus, por ter conseguido chegar aqui. E estou até melhor um pouquinho. Quem sabe, né?

"Quero ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou muito seu povo, o sertão; que cantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes, os valentes, os covardes, o amor. Este sanfoneiro viveu feliz por ver o seu nome reconhecido por outros poetas, como Gonzaguinha, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Alceu Valença. Quero ser lembrado como o sanfoneiro que cantou muito o seu povo, que foi honesto, que criou filhos, que amou a vida, deixando um exemplo de trabalho, de paz e amor.

Quero ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou muito seu povo, o sertão; que cantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes, os valentes, os covardes, o amor.

            Gostaria que lembrassem que sou filho de Januário e dona Santana. Gostaria que lembrassem muito de mm; que esse sanfoneiro amou muito seu povo, o Sertão. Decantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes. Decantou os valentes, os covardes e também o amor. (...) Muito obrigado."

            Na quarta feira, 21 de junho de 1989, às 10:00h, o velho Lua foi levado às pressas ao Hospital Santa Joana, permanecendo 42 dias internado, onde veio a falecer. Palavras de Luiz Gonzaga na UTI do hospital: "VOCÊS NÃO ME LEVEM A MAL. SINTO MUITAS DORES E GOSTO DE ABOIAR QUANDO DEVERIA GEMER." Luiz Gonzaga  travava naquele hospital uma luta imensa contra a morte, e o Brasil todo ficava cada vez mais preocupado com o estado de saúde de seu maior defensor. Luiz Gonzaga não resistiu, o Brasil e o mundo ficou enlutado com o seu último suspiro. O Asa Branca da Paz voava para a eternidade deixando um grande exemplo de vida a ser seguido.

            O Rei do Baião faleceu no dia 02 de agosto de 1989, às 5:15min da manhã no Hospital Santa Joana, em Recife. Foi na Veneza Brasileira que Luiz Gonzaga dava seu último suspiro.  Seu corpo foi velado na Assembléia Legislativa de Recife nos dias 02 e 03 até às 9:45min da manhã, foi velado também em Juazeiro do Norte. CE, na Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro às 17h, local onde repousa os restos mortais de Pe. Cícero Romão Batista, apesar  de o corpo do Rei ter chegado no aeroporto de Juazeiro Norte às 15:20min do dia 03 de agosto. Palavras de Gonzaguinha ainda  no aeroporto de Juazeiro: "TUDO BEM, VAMOS ENTRAR NA CIDADE. SE O POVO QUER, QUE PODEMOS FAZER?"

            O corpo do Rei do Baião chegou a sua terra natal, sua querida Exu no dia 03 a noite. Foi velado  na Igreja Matriz de Exu, durante a noite do dia 03 e todo o dia 04, saindo para o sepultamento no Cemitério São Raimundo às 15:45min. Das centenas de coroas de flores que estavam espalhadas na igreja Bom Jesus dos Aflitos em Exu, oferecidas por fãs de Luiz Gonzaga, estava esta que o repórter Gildson Oliveira transcreveu a seguinte mensagem: "Amado Lula: o silêncio acende a alma... O País canta sua voz... Os pássaros se entristecem com a partida da Asa Branca, mas fica em nossos corações a sua história. E a nossa festa é esta. Quem crê em Cristo, mesmo que esteja morto viverá."             

O corpo de Luiz Gonzaga foi levado no carro corpo de bombeiros, passando por diversas ruas da cidade rumo ao Cemitério São Raimundo, local onde aconteceram as últimas manifestações de carinho, àquele que só foi alegria. O caixão desceu a sepultura depois que Gonzaguinha, Dominguinhos, Alcimar Monteiro e mais de 20 mil pessoas cantarem a música ASA BRANCA às 16:50min. Luiz Gonzaga foi embalado no seio da terra na sexta feira, no mesmo dia da semana, que ele nasceu. Uma outra coincidência é que ele morreu no amanhecer do dia, assim como ele nasceu no amanhecer do dia 13 de dezembro de 1912.

            Em 1990 foi lançado pela Editora Martin Claret o livro LUIZ GONZAGA, VOZES DO BRASIL. O filho Gonzaguinha depois de ter passado 15 dias em Exu falando aos amigos sobre a preservação do Parque Asa Branca, veio a falecer subitamente por ocasião de um acidente automobilístico na manhã do dia 29 de abril de 1991, morrendo no mesmo dia. Em 1991 o jornalista Gildson Oliveira lançou o livro LUIZ GONZAGA, O MATUTO QUE CONQUISTOU O MUNDO. Sua esposa, Dona Helena Gonzaga, conhecida por "MADAME BAIÃO", faleceu na manhã do dia 04 de fevereiro de 1993 na Casa Grande do Parque Asa Branca.

            Em 1994 o cordelista Pedro Bandeira lança uma 2ª edição ampliada do livro LUIZ GONZAGA, NA LITERATURA DE CORDEL. Em 1997 a Francesa Dominique Dreyfus lança o livro VIDA DO VIAJANTE: A SAGA DE LUIZ GONZAGA. Ainda em 1997 o professor Uéliton Mendes da Silva lança o livro LUIZ GONZAGA, DISCOGRAFIA DO REI DO BAIÃO. No ano 2000  a  professora Sulamita Vieira, lança o livro SERTÃO EM MOVIMENTO – a dinâmica da produção cultural, fruto de sua tese de doutorado. Ainda no corrente ano a professora Elba Braga Ramalho lançou o livro LUIZ GONZAGA: A Síntese Poética e Musical do Sertão. Fruto de sua  tese de doutorado na University of Liverpool, na Inglaterra. Em dezembro 2001 eu, este pequeno devoto do Rei do Baião, escrevi um opúsculo em homenagem ao Rei do Baião, intitulado: "Luiz Gonzaga, o Asa Branca da Paz". Graças a Deus consegui a apresentar a Chiquinha Gonzaga, irmão do Rei do Baião, e recebi dela a aprovação do trabalho.

BIOGRAFIA CONTIDA NO LIVRO: LUIZ GONZAGA, O ASA BRANCA DA PAZ - FOI LANÇADO ATRAVÉS DE EDIÇÃO INDEPENDENTE E COM O APOIO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ - UVA EM 2001. SOBRAL - CE.

50 Anos de lançamento do disco LUIZ GONZAGA CANTAS SEUS SUCESSOS COM ZÉ DANTAS

 O DISCO "LUIZ GONZAGA CANTA SEUS SUCESSOS COM ZÉ DANTAS" LANÇADO EM 1959 ESTÁ COMPLETANDO DO ANO DE 2009 50 ANOS DE SUCESSOS!!!

 MÚSICAS

01 - SABIÁ

(Luiz Gonzaga / Zé Dantas)

A todo mundo eu dou psiu
Perguntando por meu bem
Tendo um coração vazio
Vivo assim a dar psiu
Sabiá vem cá também
Tu que andas pelo mundo (sabiá)
Tu que tanto já voou (sabiá)
Tu que cantas passarinho (sabiá)
Alivia minha dor
Tem pena d'eu (sabiá)
Diz por favor (sabiá)
Tu que cantas passarinho (sabiá)
Alivia minha dor
Sabiá

 
 

02 - O XOTE DAS MENINAS

(Luiz Gonzaga / Zé Dantas)


Mandacaru, quando fulora na seca
É o sinal que a chuva chega no sertão
Toda menina quando enjoa da boneca
É sinal que o amor
Já chegou no coração
Meia comprida
Não quer mais sapato baixo
Vestido bem cintado
Não quer mais vestir timão

Ela só quer, só pensa em namorar
Ela só quer, só pensa em namorar

De manhã cedo já está pintada
Só vive suspirando
Sonhando acordada
O pai leva ao doutô
A filha adoentada
Não come não estuda,
Não dorme, nem quer nada

Ela só quer, só pensa em namorar
Ela só quer, só pensa em namorar

Mas o doutô nem examina
Chamando o pai de lado
Lhe diz logo na surdina
O mal é da idade
A doença da menina
Não há um só remédio
Em toda medicina

Ela só quer, só pensa em namorar
Ela só quer, só pensa em namorar

 
 

03 - VEM MORENA

(Luiz Gonzaga / Zé Dantas)


Vem, morena, pros meus braços
Vem, morena, vem dançar
Quero ver tu requebrando
Quero ver tu requebrar
Quero ver tu remechendo
Resfulego da sanfona
Inté que o sol raiar
Esse teu fungado quente
Bem no pé do meu pescoço
Arrepia o corpo da gente
Faz o véio ficar moço
E o coração de repente
Bota o sangue em arvoroço
Vem, morena, pros meus braços
Vem, morena, vem dançar
Quero ver tu requebrando
Quero ver tu requebrar
Quero ver tu remechendo
Resfulego da sanfona
Inté que o sol raiar
Esse teu suor sargado
É gostoso e tem sabor
Pois o teu corpo suado
Com esse cheiro de fulô
Tem um gosto temperado
Dos tempero do amor
Vem, morena, pros meus braços...

 
 

 
 

04 - A VOLTA DA ASA BRANCA

(Zedantas - Luiz Gonzaga)

Já faz três noites
Que pro norte relampeia
A asa branca
Ouvindo o ronco do trovão
Já bateu asas
E voltou pro meu sertão
Ai, ai eu vou me embora
Vou cuidar da prantação

A seca fez eu desertar da minha terra
Mas felizmente Deus agora se alembrou
De mandar chuva
Pr'esse sertão sofredor
Sertão das muié séria
Dos homes trabaiador

Rios correndo
As cachoeira tão zoando
Terra moiada
Mato verde, que riqueza
E a asa branca
Tarde canta, que beleza
Ai, ai, o povo alegre
Mais alegre a natureza

Sentindo a chuva
Eu me arrescordo de Rosinha
A linda flor
Do meu sertão pernambucano
E se a safra
Não atrapaiá meus pranos
Que que há, o seu vigário
Vou casar no fim do ano.


 

05 - A LETRA I

(Luiz Gonzaga e Zé Dantas)

 
 

Vai cartinha fechada

Não deixa ninguém te abrir

À quela casa caiada

Donde mora a letra I

 
 

E diz que de uma cacimba

Do rio que verão secou

Meus óio chorou tanta mágoa

Que hoje sem água

Nem responda a dor

 
 

Vai diz que o amor

Frumega no meu coração

Ta e quá fogueira

Das noites de São João

Que eu sofro

Por viver sem ela

Tando longe dela

Só sei reclamar

Pois vivo como um passarinho

Que longe do ninho

Só pensa em voltar.

 
 

 06 - FORRÓ DE MANÉ VITO

(Luiz Gonzaga e Zé Dantas)


Seu delegado, digo a vossa
senhoria
Eu sou fio de uma famia
Que não gosta de fuá
Mas tresantontem
No forró de Mané Vito
Tive que fazer bonito
A razão vou lhe explicar
Bitola no Ganzá
Preá no reco-reco
Na sanfona de Zé Marreco
Se danaram pra tocar
Praqui, prali, pra lá
Dançava com Rosinha
Quando o Zeca de Sianinha
Me proibiu de dançar
Seu delegado, sem encrenca
eu não brigo
Se ninguém bulir comigo
Num sou homem pra brigar
Mas nessa festa
Seu dotô, perdi a carma
Tive que pegá nas arma
Pois num gosto de apanhar
Pra Zeca se assombrar
Mandei parar o fole
Mas o cabra num é mole
Quis partir pra me pegar
Puxei do meu punhá
Soprei o candieiro
Botei tudo pro terreiro
Fiz o samba se acabar.

 
 


 

07 - A DANÇA DA MODA

(Luiz Gonzaga / Zé Dantas)

No Rio tá tudo mudado
Nas noites de São João
Em vez de polca e rancheira
O povo só dança e só pede o baião
No meio da rua
Inda é balão
Inda é fogueira
É fogo de vista
Mas dentro da pista
O povo só dança e só pede o baião
Ai, ai, ai, ai, São João
Ai, ai, ai, ai, São João
É a dança da moda
Pois em toda a roda
Só pede baião.

08 - RIACHO DO NAVIO

(Luiz Gonzaga / Zé Dantas)


Riacho do Navio
Corre pro Pajeú
O rio Pajeú vai despejar
No São Francisco
O rio São Francisco
Vai bater no meio do mar
O rio São Francisco
Vai bater no meio do mar
Ah! se eu fosse um peixe
Ao contrário do rio
Nadava contra as águas
E nesse desafio
Saía lá do mar pro
Riacho do Navio
Saía lá do mar pro
Riacho do Navio
Pra ver o meu brejinho
Fazer umas caçada
Ver as "pegá" de boi
Andar nas vaquejada
Dormir ao som do chocalho
E acordar com a passarada
Sem rádio e nem notícia
Das terra civilizada
Sem rádio e nem notícia
Das Terra civilizada.

09 - VOZES DA SECA

(Luiz Gonzaga / Zé Dantas)


Seu doutô os nordestino têm muita gratidão
Pelo auxílio dos sulista nessa seca do sertão
Mas doutô uma esmola a um homem qui é são
Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão
É por isso que pidimo proteção a vosmicê
Home pur nóis escuído para as rédias do pudê
Pois doutô dos vinte estado temos oito sem chovê
Veja bem, quase a metade do Brasil tá sem cumê
Dê serviço a nosso povo, encha os rio de barrage
Dê cumida a preço bom, não esqueça a açudage
Livre assim nóis da ismola, que no fim dessa estiage
Lhe pagamo inté os juru sem gastar nossa corage
Se o doutô fizer assim salva o povo do sertão
Quando um dia a chuva vim, que riqueza pra nação!
Nunca mais nóis pensa em seca, vai dá tudo nesse chão
Como vê nosso distino mercê tem nas vossa mãos

10 - CINTURA FINA

(Ze Dantas/ Luiz Gonzaga)

Minha morena, venha pra ca
Pra dançar xote, se deita em meu cangote
E pode cochilar
Tu es mulher pra homem nenhum
Botar defeito, por isso satisfeito
Com você eu vou dançar

Vem ca, cintura fina, cintura de pilão
Cintura de menina, vem ca meu coração

Quando eu abraco essa cintura de pilão
Fico frio, arrepiado, quase morro de paixão
E fecho os olhos quando sinto o teu calor
Pois teu corpo so foi feito pros cochilos do amor

 
 

11 - ALGODÃO

(Luiz Gonzaga e Zé Dantas) 
 

Bate a enxada no chão

Limpa o pé de algodão

Pois pra vencer a batalha

É preciso ser duro, ser forte, valente

Ou nascer no sertão

Tem que suar muito

Pra ganhar o pão

Pois a coisa lá

Não é brinquedo não

 
 

Mas quando chega

O tempo rico da colheita

Trabalhador vendo a fortuna, se deleita

Chama a famía e sai

Pela roçado vai

Cantando alegre

Ai, ai, ai, ai, ai, ai

 
 

Sertanejo do Norte

Vamos plantar algodão

Ouro branco

Que faz nosso povo feliz

Que tanto enriquece o país

Produto do nosso sertão

 
 

12 - PAULO AFONSO

(Zé Dantas e Luiz Gonzaga)

 
 

Delmiro deu a idéia

Apolônio aproveitou

Getúlio fez o decreto

E Dutra realizou

O Presidente Café

A Usina inaugurou

E graças a esse que têm valor

 
 

Meu Paulo Afonso foi sonho

Que já se concretizou

 
 

Olhando pra Paulo Afonso

Eu louvo o nosso engenheiro

Louvo o nosso cassaco

Caboclo bom, verdadeiro

Pois vejo o Nordeste

Erguendo a bandeira

De ordem e progresso

A nação brasileira

Vejo a indústria gerando riqueza

Findando a pobreza

 
 

Ouço a usina

Feliz mensageira

Dizendo na força

Da cachoeira

 
 

O Brasil vai, O Brasil vai,

Vai, vai

Vai, vai

 

 

 
 

01 de agosto

20 ANOS SEM NOSSO QUERIDO REI DO BAIÃO, LUIZ GONZAGA!!!

20 ANOS SEM NOSSO REI DO BAIÃO!!!


Luiz Gonzaga faleceu na manhã do dia 02 de agosto de 1989. Atualmente só temos vivos duas irmãs do Rei: dona Muniz, mãe de Joquinha Gonzaga, residente no Rio de Janeiro; e Chiquinha Gonzaga, residente em Recife e Rio. De Gonzagão temos ainda viva sua filha ROSINHA GONZAGA, mãe do jovem policial por mim noticiado.

Como fã e estudioso da obra musical de nosso Rei do Baião me uno a "FAMÍLIA GONZAGA" neste momento de dor. E vocês que conosco ajudam a preservar a memória de Gonzagão e seus descendentes o meu carinho e atenção.

 
 

 
 

XAMEGO: LP DE LUIZ GONZAGA QUE COMPLETA 50 ANOS, DE LANÇAMENTO, NESTE ANO DE 2008!!!

LP "XAMEGO" - 50 ANOS DE SUCESSO!!!

 
 

VIVA LUIZ LUA GONZAGA, O ASA BRANCA DA PAZ

 
 

1 - XAMEGO (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 
 

O xamego dá prazer/ O xamego faz sofrer

O xamego às vezes dói/ Às vezes não.

O xamego às vezes rói/ O coração

Todo mundo quer saber/ O que é o xamego.

 
 

Ninguém sabe se ele é branco/ Se é mulato ou negro (2x).

 
 

Quem não sabe/ O que é o xamego

Pede pra vovó/ Que já tem setenta anos/ E ainda quer xodó

 
 

E reclama noite e dia/ Por viver tão só (2x).

 
 

Ai que xodó, que xamego/ Que chorinho bom

Toca mais um bocadinho/ Sem sair do tom/ Meu compadre chegadinho.

 
 

Ai que xamego bom/ Que xamego bom/ Que xamego bom (2x).

 
 

2 - DANÇA MARIQUINHA (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 
 

Dança, dança, Mariquinha/ Para o povo apreciar.

Essa boa mazurquinha/ Que pra você vou cantar.

Ouça, m eu bem/ A sanfona tocar.

 
 

Quitiribom, quitiribom/ Toca no baixo desse acordeon

Quitiribom, quitiribom/ Que mazurquinha/ De compasso bom.

 
 

Quando pego na sanfona/ A turma se levanta.

E pede uma mazurca/ Quando bato a mão no fole.

Sei que a turma toda/ Vai ficar maluca.

 
 

Todo mundo se admira/ Do fraseado que a sanfona diz

Quando acaba a contradança/ O povo admirado/ Ainda pede bis.

 
 

3 - QUER IR MAIS EU (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 
 

Quer ir mais vamo/ Quer ir mais eu/ Vambora (2x).

 
 

Vambora, vambora/ Sem demora

Deixa a roupa na corda/ Que não vai chover agora.

 
 

Quer ir mais vamo/ Quer ir mais eu/ Vambora (2x).

 
 

Mas se você quiser ficar/ Eu vou ali e volto já.

Mas pelo sim/ Pelo sim e pelo não

Deixa na geladeira/ Água tônica e limão.

 
 

Quer ir mais vamo/ Quer ir mais eu/ Vambora (2x).

 
 

4 - TRÊ E TREZENTOS (Miguel Lima e Gerson Filho)

 
 

Quem foi que fez o xerém?/ Quem foi que fez o xamêgo?

Quem foi que fez a Guiomar/ Perder a calma e o sossego?

Quem foi que fez o calango/ Falando em três e trezentos?

Quem foi que fez a sanfona/ Valer por dez instrumentos? (2x)

 
 

Quem é que toca a sanfona/ Pra Mariquinha dançar?

Quem é que puxa no fole?/ Quanto mais puxa mais dá

Quem é que dá um gritinho/ Quando começa a cantar? Oi!

Quem foi que fez o baião/ Pro mundo inteiro dançar?

 
 

5 - GALO GARNIZÉ (A. Almeida, Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 
 

Minha vizinha tinha um galo pequenino/ Era ladino aquele galo garnizé.

Eu sem querer/ Pisei no pé de uma galinha

Ele cantou quéquéréqué/ e beliscou-me aqui no pé.

 
 

Com a vizinha muito tempo que não falo/ Peguei o galo

E a vizinha não deu fé/ E se a vizinha reclamar qualquer coisinha

Vou pegar minha faquinha/ E vou matar o garnizé.

 
 

Eu não me conformei/ Com tal situação

Peguei o garnizé/ Cortei-lhe o esporão

Agarrei o bichinho/ E amarrei pelo pé

Ele deu um pulinho/ e fez quéquéréqué

Quéqué (2x)

 
 

Ninguém entra no galinheiro/ No poleiro ninguém põe o pé

O rei do terreiro/ É o garnizé.

 
 

6 - DEZESSETE E SETECENTOS (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 
 

Eu lhe dei vinte mil réis/ Para pagar três e trezentos/ você tem que me voltar...

Dezessete e setecentos!/ Dezessete e setecentos! (2x)

 
 

Sou diplomado/ Freqüentei academia

Conheço geografia/ Sei até multiplicar

Dei vinte mango/ Para tirar três e trezentos

Dezessete e setecentos/ Você tem que me voltar.

 
 

Mas eu lhe dei vinte mil réis/ Pra pagar três e trezentos

Você tem que me voltar/ Dezessete e setecentos.

Dezessete e setecentos!/ Dezessete e setecentos!

 
 

Eu acho bom/ Você tirar os nove fora

Evitar que eu vá embora/ E deixe a conta sem pagar.

Eu já lhe disse/ Que essa droga está errada

Vou buscar a tabuada/ E volto aqui pra lhe provar.

 
 

 
 

7 - CORTANDO PANO (Luiz Gonzaga, Miguel Lima e J. Portela)

 
 

Errei no corte, seu Zé Mariano

Peço desculpas pelo meu engano.

Sou alfaiate do primeiro ano

Pego na tesoura e vou cortando o pano.

 
 

Ai, ai, que vida ingrata/ O alfaiate tem.

Quando ele erra/ Estraga o pano todo

Quando ele acerta/ A roupa não convém (2x).

 
 

Eu fiz um terno pro José meu mano

Ficou curtinho porque houve engano

Sou alfaiate de primeiro ano

Pego na tesoura e vou cortando o pano.

 
 

Ai, ai, que vida ingrata/ O alfaiate tem.

Quando ele erra/ Estraga o pano todo

Quando ele acerta/ A roupa não convém (2x).

 
 

Se chegar seu mano/ Vou cortando o pano

Vai cortando o pano/ Vou cortando o pano.

 
 

E se estragar o pano/ Vou cortando o pano

Vai cortando o pano/ Vou cortando o pano.

 
 

Se furar o pano/ V oi cotando o pano

Vai cortando o pano/ Vou cortando o pano.

 
 

Se queimar o pano/ Vou cortando o pano

Vai cortando o pano/ Vou cortando o pano.

 
 

Se chegar o Germano/ Vou cortando o pano

Se chegar o fulano/ vou cortando o pano

 
 

E se chegar o sicrano/ Vou cortando o pano

Mas vai cortando o pano/ Vou cortando o pano.

Mas vai cortando o pano/ Vou cortando o pano.

 
 

 
 

Sai daqui baiano/ Ta me perturbando, peste

Eu sou valentão/ Sou alfaiate do primeiro ano

 
 

Mas faço roupa pra qualquer fulano

Só não acerto quando há engano.

 
 

Se Deus ajuda o terno sai bacano

Pelo sistema norte-americano

 
 

Não faço roupa pra qualquer fulano

Também não corto pra você baiano.

 
 

Sou valente Sou pernambucano

Quando me zango bato a mão no cano

Aperto o dedo, sai logo o tutano

 
 

Sou alfaiate do primeiro ano

Pego na tesoura e vou cortando o pano.

 
 

8 - O XAMEGO DA GUIOMAR (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 
 

Acho muito interessante/ O xamego da Guiomar

Ela diz a todo mundo/ Que comigo vai casar.

Eu não creio muito nisso/ Ela se muito bem

Aceito o compromisso/ Pela 'gaita' que ela tem(2x).

 
 

Por causa dela eu já perdi/ A calma e o sossego

Credo! Nunca vi tanto xamego

Pois a Guiomar está doidinha pra casar

E eu também não to aqui pra bobear.

 
 

Todo mundo sabe/ Todo mundo diz.

Que ela tem por mim um grande apego

Porém, não ata nem desata/ Com a bossa do xamego

Assim não há quem possa/ Ter calma ter sossego

 
 

Mas digo francamente/ E posso até jurar

Que a 'gaita' de Guiomar/ Vai se acabar.

 
 

 
 

9 - PERPÉTUA (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 
 

Se a perpétua cheirasse/ Seria a rainha das flores

Mas a como a perpétua/ Não cheira meu bem

Não é a rainha das flores (2x).

 
 

Eu conheço uma donzela/ que é mais bela que as flores

Ninguém quer casar com ela/ Não dá sorte nos amores

Será por causa do cheiro/ Que a rosa tem mais admiradores.

 
 

10 - BAMBOLEADO (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 
 

Mas que ritmo quente/ Que bamboleado

Que tem o maxixe/ E o samba rasgado

Que até faz a gente/ Só descontrolar

Ao som do maxixe/ A gente enlouquece

Da vida se esquece/ Começa a sambar.

 
 

Samba ôiô/ Ô samba iaiá.

 
 

Com rima e cadência/ Do samba, enlouqueço

Da vida me esqueço/ E começo a sambar.

Eu tenho no corpo/ O micróbio do samba

Macaco me lamba/ Se eu não requebrar (2x).

 
 

 
 

11 - O TORRADO DA LILÍ (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 
 

Lili tem torrado aí?

Me dê uma narigada que eu quero dormir (2x).

 
 

Eu tenho mas porém não dou

Meu torrado é bom/ Mas é do meu amor (2x). 

 
 

Lili tem torrado aí?

Me dê uma narigada que eu quero dormir (2x).

 
 

O seu torradinho é bom/ E o seu cheirinho

Logo se destaca/ O mais difícil

É arrumar o fumo/ Fumo de rolo de Arapiraca.

 
 

Lili tem torrado aí?

Me dê uma narigada que eu quero dormir (2x).

 
 

 
 

12 - PENERÔ XERÉM (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 
 

Oi, pisa o milho, penerô xerém/ Oi, pisa o milho, penerô xerém.

Eu não vou criar galinha/ Pra dar pinto pra ninguém (2x).

 
 

Na minha terra dá de tudo que plantar

O Brasil dá tanta coisa que não posso decorar

Dona Chiquinha bote o milho pra pilar

Pro angu, pra canjiquinha, pro xerém, pro munguzá.

Só passa fome quem não sabe trabalhar

Essa vida é muito boa pra quem sabe aproveitar

De um lado fica o xerém. Do outro sai o fubá.

 
 

Saculeja, saculeja, saculeja, já/ Penerô xerém (2x).

 
 

 
 

 
 

O LP "XAMEGO" neste ano de 2008 completa 50 anos de lançamento. Neste LP traz músicas de datas variadas de composição e lançamento.

O que nos prende nesta publicação é o ano de lançamento do disco.

 
 

Um abraço a todos os fãs de Gonzagão, o filho de "Pai Januário" e de "Mãe Santana".

 
 

11 de março

LETRA DAS MÚSICAS DE LUIZ GONZAGA LANÇADAS EM 1958, EM COMPACTOS DE 78 RPM, E QUE NESTE ANO DE 2008 COMPLETAM 50 ANOS DE LANÇAMENTO!!!

MÚSICAS DE LUIZ GONZAGA QUE COMPLETAM 50 ANOS, DE LANÇAMENTO EM COMPACTOS DE 78 RPM, NO ANO DE 2008!!!

 
 

1 - A MODA DA MULA PRETA (Raul Torres)

 
 

Eu tenho uma mula preta/ Tem sete palmo de altura/ Ai, ai, ai

A mula é descanelada/ Tem uma linda figura/ Ai, ai, ai

Tira fogo na calçada/ No rampão da ferradura/ Ai, ai, ai

Com uma morena delicada/ Na garupa faz figura/ Ai, ai, ai.

 
 

A mula fica enjoada/ Fica só de ancadura (2x).

 
 

O ensino da criação/ Veja quanto que regula/ Ai, ai, ai

O defeito do mulão/ Eu sei que ninguém calcula/ Ai, ai, ai

Moça feia e marmajão/ Na garupa, a mula pula/ Ai, ai, ai

Chega a fazer cerração/ Todos os pulos dessa mula/ Ai, ai, ai

 
 

Cabra muda de feição/ Sendo preto fica fula (2x).

 
 

Eu fui passear na cidade/ Só numa volta que eu dei/ Ai, ai, ai

A mula deixou saudade/ No lugar onde eu passei/ Ai, ai, ai

Pro mulão de qualidade/ Quatro conto eu injeitei/ Ai, ai, ai

Pra dizer mesmo a verdade/ Nem satisfação eu dei/ Ai, ai, ai

 
 

Fui dizendo boa tarde/ Pra minha casa voltei (2x).

 
 

Soltei a mula no pasto/ Veja o que me aconteceu/ Ai, ai, ai

Uma cobra venenosa/ Aminha mula mordeu/ Ai, ai, ai

Com o veneno desta cobra/ A mula nem se mexeu/ Ai, ai, ai

Só durou umas quatro horas/ Depois a mula morreu/ Ai, ai, ai

 
 

Acabou-se a mula preta/ Que tanto gosto me deu (2x).

 
 

2 - XOTE DAS MOÇAS (Nelson Barbalho e Joaquim Augusto)

 
 

Menina vem pro meu cordão/ Tu já tas moça

Rosa feita e não botão, vem!/ Sou o doutor que te examina

Quero o teu amor/ Para cumprir a minha sina (2x).

 
 

Mas a menina/ Que queria namorar

Agora quer/ Um namorado pra casar

Ta me atentando/ Pra falar com o pai dela.

Pra pedi-la em casamento/ E o jeito é me amarrar.

 
 

Rendeu-se o doutor/ À esperteza da menina.

Quem impôs amor/ Ao doutor da medicina.

E esse doutor/ Transformando em paciente.

Pra casar prefere/ Ser doutor dum só cliente.

 
 

Eita! Menina danada! Né que me amarrou mesmo. A peste? Ah! Há! Acabou-se o doutorzinho, vai mesmo se enforcar. É o jeito, quem mandou a menina ter virado o moção que é? É um moção aloprado, fecha comércio. O doutor que a examina é quem sabe. Ah! Menina, vem nêga!

 
 

3 - BALANÇA EU (Luiz Gonzaga e Nestor de Holanda)

 
 

Quando eu tiver com sono/ Meu amor

Balance eu, balance eu/ Balance eu

Quando eu tiver dormindo/ Meu amor

Acorde eu, acorde eu/ Acorde eu.

 
 

Tando perto de meu bem/ Não faltando o seu calor

Eu me sinto tão feliz/A vida assim tem mais valor

Quero ta sempre acordado/ Vigiando meu amo.

 
 

Quando eu tiver com sono/ Meu amor

Balance eu, balance eu/ Balance eu

Quando eu tiver dormindo/ Meu amor

Acorde eu, acorde eu/ Acorde eu.

 
 

Quero está sempre de ôio/ Pra meu benzim não fugir

Se ela quizer me beijar/ Dormindo não posso sentir.

Imbalança meu benzinho/ Mas não me deixa dormir.

Lá la la la la la la la la la la la.

Lá la la la la la la la la la la la.

 
 

4 - CHOREI, CHORÃO (Luiz Gonzaga e Lourival Passos)

 
 

Chorei, chorei, chorei, chorão/ Chorei sem ser chorão (2x).

 
 

Deixei o amor lá no sertão/ Por que não chorar, não?

Se lá ficou meu coração/ Por que não chorar, não?

 
 

Chorei, chorei, chorei, chorão/ Chorei sem ser chorão (2x).

 
 

Amor é coisa que vem à toa/ A gente gosta, a coisa é boa.

Mas quando acaba/ De sofrimento, de paixão/A gente chora, chora

Até virar chorão/ Pois a bichinha/ Era muito gostosinha.

Me dizia todo dia/ Que só eu era seu bem/ Dessa maneira.

Qualquer um a vida inteira/ Desmanchava em choradeira/ Eu chorei, ela também.

 
 

5 - FORRÓ NO ESCURO (Luiz Gonzaga)

 
 

O candeeiro se apagou/ O sanfoneiro cochilou

A sanfona não parou/ E o forró continuou (2x).

 
 

Meu amor não vá s'imbora/ Não vá s'imbora.

Fique mais um bucadinho/ Um bucadinho.

Se você for seu nego chora/ Seu nego chora.

Vamos dançar mais um tiquinho/ Mais um tiquinho.

Quando eu entro numa farra/ Não quero sair mais não.

Vou inté quebrar a barra/ E pegar o sol com a mão.

 
 

6 - MOÇA DE FEIRA (Armando Nunes e J. Portela)

 
 

Se não chover/ Amanhã passear

Comprar farinha/ Lá na feira do Pila (2x).

 
 

Lá no Pila/ Numa certa bodeguinha.

Sá Mariquinha/ Bota a filha no barcão

E a Catarina/ Com seus óio gatiado

Bota os cabra apalermado/ Nem repara a medição.

Os óio dela/ Tem veneno de serpente.

Que é mais quente/ Que o sol de Quixadá.

 
 

Farinha crua ta azeda/ Tá mofada

Mas os cabra não vê nada/ Nem o troco qué conta (2x)

 
 

Se não chover/ Amanhã passear

Comprar farinha/ Lá na feira do Pila (2x).

 
 

Lá no Pila/ Com o negócio da farinha

Sá Mariquinha/ Vai ganhando um dinheirão.

Já ta ricaça/ No entanto é tão ladina

Que não deixa a Catarina/ Namorá com ninguém não.

Sá Mariquinha/ Não se afasta da bichinha

O dia inteiro/ Encostada no barcão.

 
 

Se a Catarina/ Não consegue o seu intento

De arranja um casamento/ Vai ficar no barricão. (2x)

 
 

 
 

Se não chover/ Amanhã passear

Comprar farinha/ Lá na feira do Pila (2x).

 
 

 
 

7 - QUE MODELO SÃO OS SEUS (Luiz Gonzaga)

 
 

Mulé danada que modelos são os seus? (3x)

 
 

Fugindo da minha casa/ Com tudo que era meu

 
 

Ai, ai, ai!/ Com tudo que era meu (2x)

 
 

É melhor viver sozinho/ Sem mulher e sem conforto

Do que ver uma cozinha/ Condenada a fogo morto

Não se pode confiar/ Num bicho que veve sorto

Não se pode endireitar/ Um pau que já nasceu torto.

 
 

8 - FESTA NO CÉU (Zeca do Pandeiro e Edgard Nunes)

 
 

Quero ver soltar foguete/ Quero ver soltar balão.

Até no céu a festa/ É noite de São João.

No terreiro tem fogueira/ Tem sanfona no salão.

Vão furar a bananeira/ Pra fazer adivinhação (2x).

 
 

Festa animada/ Chega o Padre do Arraiá.

Zé Funil, Rei do Quentão/Com a Chica vai casar.

E a charanga enfeitada/ É uma troça.

Quando o dia clarear/ Findou a festa na roça.

 
 

 
 

9 - SERTÃO SOFREDOR (Nelson Barbalho e Joaquim Augusto)

 
 

Ah! Meu sertão véi sofredor! Terrinha pesada da gota! Terra mole, vôte! Quando chove lá, chove pra derreter tudo. A terra vira lama, a cheia acaba com os pobres, açudão pro mundo! Aquilo não é nem chuva, é dilúvio. E quando não chove é mais pior meu chefe! É um verão brabo, torrando tudo, lascando. Acabando com tudo que era verde. Home, com o verão no meu sertão, de verde só fica mesmo pano de bilhar, óculos ray-ban e pena de papagaio. É um desadouro meu chefe!

Ah! Meu sertão véi sofredor! Inté Paulo Afonso, que era a redenção do Nordeste, virou coisa de luxo. Só ta servindo mode iluminar as cidade grande.
Cadê as fábrica? Cadê as indústria? Cadê as coisas boas anunciadas pro Nordeste? E se vier outra seca lascada? Ah! Há, é uma praga, meu chefe! Ah! Sertãozim sofredor!...

Tibes! É por isso que eu canto...

Posso falar? – Pode!

 
 

Quero falar do meu sertão/ Meu sertãozinho/ Desprezado como o quê.

 
 

Peço atenção de toda gente/ Pra minha terra/ Terra do meu bem querer (2x).

 
 

Matéria prima/ Tudo temos de primeira, sim

Calor humano/ Gente honesta e ordeira também

O que nos falta então/ É um ajuda ideal

Do grande chefe/ Do Governo Federal

Pois é!

 
 

 
 

10 - GIBÃO DE COURO (Luiz Gonzaga)

 
 

Minha Velha tão querida/ Proteção de minha vida

Vale muito mais que ouro/ Porque ela é, porque ela é.

Porque ela é/ Meu gibão de couro (2x).

 
 

Nas antigas batalhas romanas/ Armadura era a grande proteção.

Aparava o homem/ O homem trabalhador.

Contra todo ataque/ Do mais bruto contendor.

 
 

No meu sertão/ Armadura é gibão de couro.

O forte gibão/ Pro vaqueiro, seu tesouro (2x).

 
 

Minha Velha tão querida/ Proteção de minha vida

Vale muito mais que ouro/ Porque ela é, porque ela é.

Porque ela é/ Meu gibão de couro (2x).

 
 

Nas modernas lutas desta vida/ A esposa representa o gibão.

Protege o seu homem/ O homem trabalhador.

Defendendo o lar/ Briga pelo seu amor.

 
 

No meu ranchinho/ O gibão é a companheira.

Boa e amiga/ Minha honesta conselheira (2x).

 
 

 
 

ESPERO QUE GOSTEM E DEIXEM INFORMAÇÕES

 
 

Pe Fábio Mota

(fã de Gonzagão)

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09 de março

LUIZ GONZAGA LANÇA, NO ANO DE 1958, 05 COMPACTOS DE 78 RPM PELA RCA VICTOR. NESTE ANO DE 2008 FAZEM 50 ANOS.

EIS AS MÚSICAS QUE FORAM PRESENTES NESTES COMPACTOS DE 78 RPM... UMA RIQUEZA QUE O FILHO DE JANUÁRIO PRESENTEIA AOS BRASILEIROS.

 
 

1 - A MODA DA MULA PRETA (Raul Torres)

 
 

2 - XOTE DAS MOÇAS (Nelson Barbalho e Joaquim Augusto)

 
 

3 - BALANÇA EU (Luiz Gonzaga e Nestor de Holanda)

 
 

4 - CHOREI, CHORÃO (Luiz Gonzaga e Lourival Passos)

 
 

5 - FORRÓ NO ESCURO (Luiz Gonzaga)

 
 

6 - MOÇA DE FEIRA (Armando Nunes e J. Portela)

 
 

7 - QUE MODELO SÃO OS SEUS (Luiz Gonzaga)

 
 

8 - FESTA NO CÉU (Zeca do Pandeiro e Edgard Nunes)

 
 

9 - SERTÃO SOFREDOR (Nelson Barbalho e Joaquim Augusto)

 
 

10 - GIBÃO DE COURO (Luiz Gonzaga)

 
 

 
 

ESSAS MÚSICAS DO REI DO BAIÃO MUITO NOS ALEGRAM NOS DIAS DE HOJE E SERVEM DE DOCUMENTÁRIOS PARA A NOSSA HISTÓRIA.

 
 

OBRIGADO LUIZ GONZAGA

 
 

Pe Fábio Mota

 
 

IPC: EM BREVE TRAREI PRESENTE A LETRA DESTAS MÚSICAS.

 
 

ESPERO CONTATO COM GONZAGUEANOS DE TODO O BRASIL

 
 

23:20 | Adicionar um comentário | Link permanente | Incluir no blog | Música

LUIZ GONZAGA - XAMEGO (1958): LP DE 10 POLEGADAS QUE COMPLETA 50 ANOS DE LANÇAMENTO!!!

LUIZ GONZAGA LANÇA EM 1958 O LP "XAMEGO" PELA RCA VICTOR!!! NESTE ANO DE 2008 COMPLETA, PORTANTO, 50 ANOS.

 APRESENTO COM CARINHO AS MÚSICAS QUE ESTE LP TRAZ:

 1 - XAMEGO (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 2 - DANÇA MARIQUINHA (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 3 - QUER IR MAIS EU (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 4 - TRÊ E TREZENTOS (Miguel Lima e Gerson Filho)

 5 - GALO GARNIZÉ (A. Almeida, Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 6 - DEZESSETE E SETECENTOS (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 7 - CORTANDO PANO (Luiz Gonzaga, Miguel Lima e J. Portela)

 8 - O XAMEGO DA GUIOMAR (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 9 - PERPÉTUA (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 10 - BAMBOLEADO (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 11 - O TORRADO DA LILÍ (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 12 - PENERÔ XERÉM (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 ESSE TRABALHO DE LUIZ GONZAGA FOI REALIZADO QUANDO ELE COMPLETAVA 46 ANOS DE VIDA. POSSAMOS CONTINUAR A NOS DELEITARMOS COM AS BELAS MÚSICAS DO GRANDE "MESTRE DO ARARIPE", O FILHO ´DE PAI JANUÁRIO E MÃE SANTANA.

 19 de janeiro

MÚSICAS DE LUIZ GONZAGA QUE EM 2008 COMPLETAM 50 ANOS!!!

QUERIDOS AMIGOS QUE CURTEM LUIZ GONZAGA,

 É COM ENORME ALEGRIA QUE APRESENTO TÍTULOS DE MÚSICAS DE LUIZ GONZAGA QUEM COMPLETAM 50 ANOS NO ANO DE 2008:

 FORRÓ NO ESCURO (Luíz Gonzaga)
O candeeiro se apagou
O sanfoneiro cochilou
A sanfona não parou
E o forró continuou
Meu amor não vá simbora
Não vá simbora
Fique mais um bucadinho
Um bucadinho
Se você for seu nego chora
Seu nego chora
Vamos dançar mais um tiquinho
Mais um tiquinho
Quando eu entro numa farra
Num quero sair mais não
Vou inté quebrar a barra

 
 

XAMEGO (Luiz Gonzaga - Miguel Lima)
O xamêgo dá prazer
O xamêgo faz sofrer
O xamêgo às vezes dói
Às vezes não
O xamêgo às vezes rói
O coração
Todo mundo quer saber
O que é o xamêgo
Niguém sabe se ele é branco
Se é mulato ou negro (2x)
Quem não sabe o que é xamêgo
Pede pra vovó
Que já tem setenta anos
E ainda quer xodó
E reclama noite e dia
Por viver tão só
E reclama noite e dia
Por viver tão só (2x)
Ai que xodó, que xamêgo
Que chorinho bom
Toca mais um bocadinho
Sem sair do tom
Meu comprade chegadinho
Ai que xamêgo bom
Ai que xamêgo bom
Ai que xamêgo bom

  
 

16 de dezembro

O REI SEM TRONO... NOSSO GONZAGÃO!!!

          
 

           
 

            O Brasil inteiro ainda lamenta inconsolavelmente, a perda em que tivemos do maior defensor do Nordeste. Para Benito di Paula, Luiz Gonzaga não somente o Rei do Baião, "mas o Rei do povo, porque foi dele a conquista da coroa." Ele foi o Rei coroado pelo povo, trazendo consigo uma sanfona, um chapéu e um gibão. Sua maior inspiração foi em Lampião, de quem tinha grande admiração.

            O Velho "Lua" foi Rei, mas nunca sentou-se no trono, um Rei que não teve a oportunidade de ver todos os seus planos realizados. Ele foi o Rei que sentia de perto o clamor de seu povo. Não era feliz quando via sua gente sofrendo e sem paz. Sua maior alegria foi quando conseguiu pacificar as famílias de sua terra natal, Exu.

            "Seu Lula" passou toda a sua vida na luta por seu Nordeste tão querido e nunca em suas andanças negou sua identidade. Na dinastia do baião Gonzaga é o Rei, a Carmélia Alves é a Rainha e tanto e tantos outros que estão defendendo o baião, criado por Gonzaga. Hoje somos órfãos por  não tê-lo em nosso meio, nossa cultura parou de ser documentada na vasta e estimada obra do filho de Seu Januário e de Dona Santana.

            Luiz Gonzaga em sua vida terrena, foi um grande exemplo de humildade e de dedicação. Gostaria de lembrar aqui, as últimas palavras do Rei concedida à imprensa no dia 02 de junho de 1989: "Já recebi e ganhei muitas. As outras homenagens naturalmente depois que eu morrer virão. Até já quiseram dar estátua, mas eu digo não. Pelo amor de Deus, isso não!" Mas a manhã do dia 02 de agosto de 1989, não sairá de nossa memória. Luiz Gonzaga entregava-se a Deus.

 
 

13 de dezembro

CHIQUINHA GONZAGA: 82 ANOS DE VIDA... PARABÉNS!!!

                                                                      PARABÉNS CHIQUINHA GONZAGA

          Nasceu no dia 11 de dezembro 1925 no Araripe, município de Exu – Pernambuco. Filha de Januário José dos Santos, o Vovô do Baião, e de dona Ana Batista de Jesus, Mãe Santana.

         Mulher sincera, de fibra e batalhadora. Seu nome significa a autenticidade do homem e da mulher do meu Nordeste. Também significa vitória.

         Desde 1952 que caminha pela vida musical, sendo a legítima herdeira do talento de "Pai Januário" ao continuar a tocar sanfona de 8 baixos. Seu ingresso na vida artística foi com a ajuda do pai, Seu Januário, e do irmão, Luiz Gonzaga, através de "Os Sete Gonzaga".

         Hoje aos 82 anos de vida lança, nas festas em Homenagem a Luiz Gonzaga – na cidade de Exu, seu mais precioso trabalho para comemorar os seus 50 anos de vida artística, intitulado "OITO E OITENTA". 

         A apresentação de Chiquinha Gonzaga será na noite de sábado, dia 15, no palco do PARQUE AZA BRANCA - atinga propriedade de Luiz Gonzaga.

         A cultura do Nordeste continua sendo cultivada pela "Família Januário", em especial hoje, por sua pessoa e seu filho, Sérgio Gonzaga, e por seu sobrinho, Joquinha Gonzaga.

 
 

PARABÉNS CHIQUINHA GONZAGA!!!

 
 

 
 

PARABÉNS GONZAGÃO!!! VIVA 13 DE DEZEMBRO

"Quero ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou muito seu povo, o sertão; que cantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes, os valentes, os covardes, o amor. Este sanfoneiro viveu feliz pôr ver o seu nome reconhecido pôr outros poetas, como Gonzaguinha, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Alceu Valença. Quero ser lembrado como o sanfoneiro que cantou muito o seu povo, que foi honesto, que criou filhos, que amou a vida, deixando um exemplo de trabalho, de paz e amor."

                                                                                                (Luiz Gonzaga – Rei do Baião)

 
 

NA CERTEZA DE QUE TODOS NÓS SOMOS GRATOS PELA VIDA DE LUIZ GONZAGA, O REI DO BAIÃO, VIMOS ENTÃO NESTA MADRUGADA DE 13 DE DEZEMBRO DIZER DA ALEGRIA DE PARABENIZAR GONZAGÃO POR SEUS 95 ANOS DE VIDA.

 
 

ELE SERÁ SEMPRE LEMBRADO POR SEUS MILHÕES DE FÃS QUE ACOMPANHARAM ATRAVÉS DE CINCO DÉCADAS SUA MÚSICAS DE PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA DO HOMEM BRASILEIRO.

 
 

NESTE SÁBADO, 15 DE DEZEMBRO, EXÚ RECEBE OS GONZAGUEANOS: CHIQUINHA GONZAGA, IRMÃ DE GONZAGÃO; SÉRGIO GONZAGA, FILHO DE CHIQUINHA E SOBRINHO DE GONZAGÃO E JOQUINHA GONZAGA, SOBRINHO DE





LETRA DA MÚSICA "A FERIA DE CARUARU" DE LUIZ GONZAGA QUE COMPLETA 50 ANOS EM 2007!!!

A Feira de Caruaru
(Onildo Almeida)

A feira de Caruaru
Faz gosto da gente ver
De tudo que há no mundo
Nela tem pra vender
Na feira de Caruaru

Tem massa de mandioca
Batata assada
Tem ovo cru

Banana, laranja e manga
Batata doce, queijo e cajú
Cenoura, jabuticaba,
Guiné, galinha,
Pato e peru

Tem bode, carneiro e porco
Se duvidar isso é cururu

Tem cesto, balaio, corda
Tamanco, greia, tem boi tatu
Tem fumo, tem tabaqueiro
Tem tudo e chifre
De boi zebu

Caneco, arcoviteiro
Peneira, boi
Mel de uruçu
Tem carça de arvorada
Qué pra matuto
Não andar nu

Na feira de Caruaru
Tem coisa pra gente ver
De tudo que há no mundo
Nela tem pra vender
Na feira de Caruaru
Tem rede, tem baleeira,
Mó de menino
Caçar nhandu
Maxixe, cebola verde,
Tomate, coentro,
Côco e xuxu

Armoço feito na corda,
Pirão mexido
Que nem angu,
Mobília de tamborete
Feita de tronco de mulungu

Tem louça,
tem ferro véio,
Sorvete de raspa
Que faz jaú

Gelado, caldo de cana
Fruta de parme
E mandacaru

Boneco de vitalino
Que são conhecido
Inté no Sul,
De tudo que há no mundo
Tem na feira de Caruaru
A feira de Caruaru...

 
 

Essa música é composiçao de Luiz Gonzaga e Onildo Almeida de estilo folclórico, lançada em 1957. ela está em arquivo da RCA Victor com matriz "13-H2PB-0069" e datada de 21/03/1957.


 

21 de agosto

VIVA EXÚ, TERRA DE LUIZ GONZAGA!!! COMEMORANDO O SEU 1º CENTENÁRIO.

VIVA EXU!

 
 

            A cidade de Exu está situada às margens do Rio Brígida no sopé da serra do Araripe, fazendo divisa com as cidades de Crato, Santana do Cariri e Jardim, no estado do Ceará. Esta cidade pernambucana fica à 700Km de Recife. De acordo com o último censo realizado pelo IBGE, ante de 1999, sua população total era de 31091 habitantes. Lá estão depositados todos os sonhos da Família Januário, através da pessoa do Rei do Baião.

            O moleque 'fiota', muito cedo mostrou aos colegas da Fazenda Caiçara à 12Km de Exu, o som tirado de um fole de oito baixos, igualzinho àquele que Mestre Januário sanfonava nas noites de samba, ali pertinho do Araripe. Mais tarde, o filho de Seu Januário e de Dona Santana, lá das bandas de Novo Exu fazia sucesso na Rádio Nacional, no Rio de Janeiro.

            Luiz Gonzaga não se cansava de enaltecer o nome de sua querida Exu. Lutou pedindo a Deus e a seu povo, a paz para o seu berço, que antes era só alegria e que a partir do dia 10 de abril de 1949, começava uma guerra sangrenta entre as famílias Sampaio, Alencar e Saraiva. Este episódio ficou conhecido em todo o Brasil e no mundo. A primeira semente, súplica de paz que Luiz Gonzaga lançou a seu povo, foi com a música CANTARINO, lançada em 1973.

            Nesta música Luiz Gonzaga usa os pássaros, Cantarino e Asa Branca, para expressar seu sentimento:           

"Volto agora a minha terra/ Volto agora ao meu torrão

                        Trago paz pra minha gente/ Trago amor no coração

Quero ouvir a Asa Branca/ Contemplar o amanhecer

                        Quero amar este recanto/ Terra que me fez nascer.

 
 

                        Canta, canta Cantarino/ Quero ouvir o teu cantar.

                        Canta, canta Cantarino/ Canta para me ajudar

                        Teu canto é a promessa/ De um ano chovedor

                        Teu canto é a esperança/ De um povo sofredor

 
 

                        Voltarei a ser vaqueiro/ Ou modesto lavrador

                        Cantarei com repentistas/ Esperança, paz e amor 

                        Vou lutar por minha gente/ Abraçar o meu Sertão

                        Cada sertanejo amigo/ Cada amigo um irmão

                        Vou lutar por minha gente/ Abraçar o meu Sertão

                        Cada sertanejo amigo/ Cada amigo um irmão

 
 

                        Canta, canta Cantarino/ O vento soprano lá na serra

                        Canta, canta Cantarino/ é sinal de lavoura na minha terra."

 
 

            Luiz Gonzaga sempre teve uma grande vontade de vê seu povo, sua Exu querida em paz. Queria vê reinar a paz no seu pé de serra. Em 1979 compôs com o filho Gonzaguinha a música RIO BRÍGIDA, no qual, eles narram a tristeza do Rio Brígida ao passar por Novo Exu, ele sai chorando por vê irmão matando irmão. Este era mais um apelo de pai e filho em prol da paz. Luiz Gonzaga foi então procurar o governador de Pernambuco para pedir ajuda, não sendo suficiente, foi ao Presidente da República em exercício, Dr. Aureliano Chaves e disse: "Dr. Aureliano, faça um esforço para levar a paz à minha terra!" Após  este encontro com Dr. Aureliano, Luiz Gonzaga parte então para Exu e espera a realização da paz e que a vontade de Deus se faça presente nos corações dos homens.

Foi decretado pelo o governo de Pernambuco a intervenção no município de Exu, esta notícia foi publicada no Diário Oficial no dia 10 de novembro de 1981. Com este impulso de Luiz Gonzaga junto ao governo federal, Exu escrevia um novo capítulo de sua história, começava-se a firmar o sentimento de mansidão e de paz. A intervenção em Exu teve a duração de um ano e dois meses. Luiz Gonzaga ainda com medo de a paz não está entranhada no coração de seu povo exuense, canta com o filho a música PRECE POR EXU NOVO, de autoria do próprio Gonzaguinha, e gravada entre janeiro e fevereiro de 1982.

Prece Por Exu Novo é realmente uma súplica a Deus, a Virgem Maria e a memória de "Pai Januário":           

"Seu moço é tão triste a história/

Que já nem sei do começo/

Não gosto de sua lembrança/

E quando lembro estremeço/

Eu era ainda criança/

E tudo já estava no avesso/

Amor demais deu em ódio/

Tomou as contas de um terço.

Pai Nosso nos salve Maria não deixe esses filhos sem berço.

Pai Nosso nos salve Maria não deixe esses filhos sem berço.

Ai, Ai, Ai, Ai , Ê!  Ai, Ai, Ai, Ai , Ê!

 
 

São tantos ódios a solta/

São tantas vezes a cruz/

São tantos corpos tombados/

São tantas vidas sem luz/

São tantas vezes a raiva/

Tecendo seu negro capuz/

É tanto sangue e maldade/

Que só o canto traduz.

Pai Nosso nos Salve Maria, ajude a gente ó Jesus.

Pai Nosso nos Salve Maria, ajude a gente ó Jesus.

Ai, Ai, Ai, Ai , Ê!  Ai, Ai, Ai, Ai , Ê!

 
 

 
 

E vamos embora daqui/

Meu Deus não dá pra ficar/

Meu Cristo eu quero sumir/

Eu vou fugir pra aculá/

Exu ficando vazio/

E o povo buscando lugar/

A donde havia alegria/

Sobrevive o mal estar.

Pai Nosso nos salve Maria, da lei do morrer ou matar.

Pai Nosso nos salve Maria, da lei do morrer ou matar.

Ai, Ai, Ai, Ai , Ê!  Ai, Ai, Ai, Ai , Ê!

 
 

 
 

Que os poderosos se matem/

Problema é do poder/

Mais sempre sobra pros pobres/

E isso eu não posso entender/

Acaba restando uns quatro/

Pra tentar se resolver/

Quatro tiros quatro mortes/

E ninguém mata a nascer.

Pai Nosso nos salve Maria a morte não pode vencer.

Pai Nosso nos salve Maria a morte não pode vencer. 

Ai, Ai, Ai, Ai , Ê!  Ai, Ai, Ai, Ai , Ê!

 
 

 
 

Pois é meu Pai Januário/

Parece que a paz não vingou/

Nas terras do teu pé de serra/

Acauã só agoirou/

Canta mais triste o Assum Preto/

Mais triste do que cantou/

No céu já não vejo Asa Branca/

Foi s'imbora  e não voltou.

Pai Nosso nos salve Maria, Padim Cirso por favor.

Pai Nosso nos salve Maria, Padim Cirso por favor.

Ai, Ai, Ai, Ai , Ê!  Ai, Ai, Ai, Ai , Ê!

 
 

 
 

E entra ano e sai ano/

E tudo sem solução/

O filho que a juventude/

Com sua revolução/

Nos traga o amor e acabe/

O horror desta tradição/

E assim permita meu povo/

Que volte pro meu Sertão.

Nos mostre Pai Nosso e Maria, irmão ajudando irmão.

Nos mostre Pai Nosso e Maria, irmão ajudando irmão.

Ai, Ai, Ai, Ai , Ê! Ai, Ai, Ai, Ai , Ê!

Ai, Ai, Ai, Ai , Ê! Ai, Ai, Ai, Ai , Ê!

 
 

Essa união de Luiz Gonzaga e Gonzaguinha é muito forte, para melhor expressar seus sentimentos de amor e fidelidade à sua terra. O sonho, a alegria de Gonzagão foram realizados  e agora só reina a paz naquela terra. Exu hoje é conhecida como a terra do Asa Branca da Paz. É uma cidade acolhedora, do jeito do coração de Luiz Gonzaga – o Rei do Baião.

Exu, nos orgulhamos por teu filho e nosso irmão que partiu para todo o Brasil, honrando teu nome e defendendo a todos nós nordestinos. Luiz Gonzaga sempre honrou teu nome, e em diversas cidades do Brasil dizia: 'Viva Exu!' Seu amor ao torrão natal era tamanha, prova disto, é os seus últimos anos de existência morando nesta bendita cidade situada às margens do Rio Brígida. Os restos mortais de Seu Januário, Dona Santana, Severino Januário, Dona Helena e de Luiz Gonzaga repousam no Mausoléu do Gonzagão, no Parque Asa Branca, em Exu. Viva Exu!!!

 
 

 
 


 

MÚSICAS DE GONZAGÃO QUE FAZEM 50 ANOS EM 2007!

MÚSICAS DE GONZAGÃO QUE FAZEM 50 ANOS EM 2007!
No ano de 1957 LUIZ GONZAGA lançou as seguintes músicas:
A Feira de Caruaru(Onildo Almeida);
Capital do Agreste(Onildo Almeida/Nelson Barbalho);
O Passo da Rancheira(Zé Dantas e Luiz Gonzaga);
São João Antigo(Zé Dantas e Luiz Gonzaga);
Quarqué Dia(Jairo Argileu/Heronf Domigues);
Malhada de Bois(Luiz Gonzaga/Amâncio Cardoso);
São João no Arraiá(Zé Dantas);
Testamento de Caboclo(Renê Bittencourt/Raul Sampaio);
Dia dos Pais(Luiz Gonzaga/Chico Anísio);
Estrela de Ouro(Antônio Barroso/José Batista);
Linda Brejeira(Rui Morais e Silva/Joaquim Lima);
Meu Pajeú(Luiz Gonzaga/Raimundo Granjeiro);
O Delegado no Coco(Zé Dantas);
Comício de Mato(Joaquim Augusto/Nélson Barbalho);
Xote das Moças(Nélson Barbalho/Joaquim Augusto);
Forró no Escuro(Luiz Gonzaga).

Estas músicas foram imortalizadas na voz do Rei do Baião. Nossos avós, pais, cresceram ouvinda estas belas poesias de amor à terra.

E VIVA LUIZ GONZAGA, O ASA BRANCA DA PAZ. AQUELE QUE CANTOU PARA O PAPA JOÃO PAULO II.


Um abraço a todos...

  

14 de novembro

BIOGRAFIA DO REI DO BAIÃO!!! (1912 a 1989) LUIZ GONZAGA DO NASCIMENTO


LUIZ GONZAGA, O REI DO BAIÃO * 13/12/1912 + 02/08/1989

Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de dezembro de 1912, na Fazenda Caiçara, povoado do Araripe à 12km de Exu, filho de Januário José dos Santos e Ana Batista de Jesus (Mãe Santana). Foi batizado na matriz de Exu no dia 05 de janeiro de 1913, cuja celebração batismal, foi realizada pelo Pe. José Fernandes de Medeiros. Desde sua infância o pequeno Gonzaga namorava o fole de oito baixos, instrumento este, executado por "Pai Januário" no qual começou seus primeiros acordes.

            "Luiz de Januário" como era conhecido na infância, aos 8 anos de idade substitui um sanfoneiro que falhou no trato em festa tradicional no terreiro de Miguelzinho na Fazenda Caiçara, no Araripe, Exu, a pedido de amigos do pai. Naquela noite o pequeno Lula deleitava-se tocando e cantando a noite inteira, e pensava na possibilidade de Dona Santana deixar ele tocar mais vezes. Luiz Gonzaga tocava feliz porque era a primeira noite que tocava com a permissão de "Mãe Santana". Naquela noite ele recebeu pela primeira vez o cachê de 20$000 rés. Luiz Gonzaga recorda as palavras de Dona Santana que pareciam ter uma esperança de tocar com sua permissão: "Luiz! Isso é gente pra tocar em dança? (...) E se  o sono der nele pru lá?"  Luiz Gonzaga ia crescendo, com sua simpatia e esperteza conseguiu agradar Sinhô Aires, passando a ser o garoto de confiança do Cel. Sua primeira sanfona era de marca "veado" comprada na loja de Seu Adolfo em Ouricori, Pernambuco, com a fiança do Cel. Manuel Aires de Alencar, o Sinhô Aires, custando 120$000 rés.

            (Em 1915 nasce no Iguatu, Ceará, Humberto Cavalcanti Teixeira que mais tarde se tornaria parceiro de Luiz Gonzaga.

            Em fevereiro de 1921 nasce em Carnaúba, distrito de Pajeú das Flores, José de Sousa Dantas Filho que posteriormente se torna parceiro de Luiz Gonzaga.

            Em 1926 nasce em Gravatá, Pernambuco, Helena das Neves Cavalcanti, futura esposa de Luiz Gonzaga.)

            O futuro de Gonzaga estava realmente na sanfona, profissão posteriormente executada em todo Brasil, graças as observações aos dedos ágeis de "Pai Januário". Antes de Gonzaga completar 16 anos já era conhecido no Araripe e em toda redondeza. Aos 17 anos o filho de Januário apaixona-se por Nazarena, filha de um Alencar. O padrasto da jovem, o senhor Raimundo Deolindo sabendo da inclinação do jovem sanfoneiro pela menina-moça, resolve impedir o namoro. Luiz Gonzaga muito magoado com a situação resolve então encará-lo num sábado na feira do Exu, e disse 'as do fim!'. Foi por causa de "Nazinha", como a chamava, que Gonzaga levou uma surra de Dona Santana, por ocasião de seu atrevimento com o senhor Raimundo Deolindo, fugindo de casa em 1930.

            Lula resolve então arranjar uma maneira de fugir de casa, foi quando com a ajuda de Zé de Elvira, com quem armou sua fuga, caminhando a pé cerca de 65Km de Exu ao Crato. Chegando no Crato Luiz Gonzaga vende ao lavrador, o senhor Raimundo Lula, sua sanfona por 80:000 rés. Essa decisão na vida de Luiz Gonzaga foi em julho de 1930, quando chega em Fortaleza e alista-se no 23º Batalhão de Caçadores do Exército, servindo no Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Pará, Ceará, Piauí, Belo Horizonte, Campo Grande e no Rio de Janeiro. O então soldado de n.º 122, ganha fama no Exército e um apelido: "Bico de Aço", por ser um excelente corneteiro. Deu baixa no Exército em Minas Gerais, no dia 27 de março de 1939 e viajou para o Rio de Janeiro, para esperar o navio que o levaria a Recife, em seguida a Exu. Resolveu então a convite de um amigo, foi  ganhar a vida tocando no Mangue, com uma sanfona de 80 baixos, uma Horner branquinha, sua primeira sanfona branca comprada em São Paulo. Vale ressaltar que a partir de então, Luiz Gonzaga só usa sanfona branca até o final de sua vida.

            Em 1940 Gonzaga conhece o guitarrista português, Xavier Pinheiros, e forma dupla tocando no Mangue e nas casas noturnas(cabarés), do Rio de Janeiro. Ele começou tocando músicas de Manezinho Araújo, Augusto Calheiros e Antenógenes Silva, começou a apresentar-se nas rádios em programas de Calouros. Em 1941 conhece Januário França, no qual transmite a Gonzaga um convite de Genésio Arruda, para acompanhá-lo numa gravação na RCA Victor. Logo em seguida é convidado para gravar um disco solo; grava dois, e nos cinco anos seguintes, Luiz Gonzaga  grava cerca de 30 discos. A partir de 1941, Luiz Gonzaga já tinha o título de MAIOR SANFONEIRO NORDESTINO.

            Luiz Gonzaga sofreu muito no Rio de Janeiro, para se firmar artisticamente. Com muita luta e vencendo as ironias de Ari Barroso, em 1942 Luiz Gonzaga começa a fazer sucesso nas emissoras de rádio. Em 1944 ele foi despedido da Rádio Tamoio e, logo em seguida foi contratado por Cr$ 1.600.00 pela Rádio Nacional. Recebe neste ano o apelido de "Lua", por Paulo Gracindo. Em 1945 Luiz Gonzaga conhece o futuro grande parceiro, o advogado Humberto Cavalcanti Teixeira, nascido em Iguatu, Ceará. No dia 11 de abril de 1945, Luiz Gonzaga gravou seu primeiro disco em voz.

            No dia 22 de setembro de 1945 nasceu Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, o Gonzaguinha, fruto do amor de Luiz Gonzaga com Odaléia Guedes dos Santos, cantora e bailarina profissional do coro de Ataulfo Alves. Gonzaga conviveu com Odaléia, cerca de 5 anos. Odaléia faleceu de tuberculose em 1952, quando Gonzaguinha tinha 7 anos (vale ressaltar que Gonzaguinha nesta época já morava com os padrinhos Xavier e Dina no Morro de São Carlos).

            Em 1946 com Humberto Teixeira, Luiz Gonzaga compõe e grava a primeira de uma série de 18 parceria:  NO MEU PÉ DE SERRA. O sucesso de Gonzaga com esta música começa a ser enorme e ao mesmo tempo seu nome começa a correr pelo mundo: Europa, EUA, Japão, etc. Neste mesmo ano Luiz Gonzaga resolve então rever a família, e chega em casa pela madrugada. Fica frente a frente com Seu Januário e é interrogado: "Quem é o Sinhô? Luiz Gonzaga seu filho! Isso é hora de você chegar em casa corno sem vergonha!?" Deste encontro, Luiz Gonzaga com Humberto Teixeira, compõem a música RESPEITA JANUÁRIO, em homenagem àquele homem que foi o responsável pela inclinação do "negrinho fiota" para a música. Em 1947 no mês de março, Gonzaga gravou a música ASA BRANCA, que foi inicialmente refutada pelo diretor. A música  ASA BRANCA começou a receber diferentes interpretações e gravações em vários países, como Israel e Itália. Em julho de 1947, na Rádio Nacional, Luiz Gonzaga conheceu Helena das Neves Cavalcanti, sua futura esposa.

No dia 16 de junho de 1948 Luiz Gonzaga casa-se com a contadora pernambucana Helena das Neves Cavalcanti, natural de Gravatá – PE, (segundo a cronologia de Assis Ângelo, Luiz Gonzaga já era estéril, mas sobre sua esterilidade fica muito oculto por ocasião de Gonzaga não dá ênfase a esta questão). Luiz Gonzaga resolve então fazer um passeio para apresentar a esposa a "Pai Januário", que não pôde ir ao Rio de Janeiro para o casamento do filho. Neste dia 05 de abril de 1949, Luiz Gonzaga soube a caminho, que no dia anterior tinha começado em Exu um conflito político entre as famílias Alencar, Sampaio e Saraiva.

            Em 1949 Gonzaga conhece em Recife o médico José Dantas de Sousa Filho. Com o novo parceiro, Gonzaga grava no dia 27 de outubro, o baião VEM MORENA e o FORRÓ DE MANÉ VITO. E o Brasil se deliciava com a boa música do "negrinho fiota", que saiu lá das bandas do Exu para conquistar o coração dos brasileiros. No dia 01 de novembro de 1949, Seu Januário, Dona Santana, Geni, Muniz, Chiquinha, Socorro e Aloísio seguiram para o Rio de Janeiro, no caminhão comprado por Luiz Gonzaga.

            Em 1950 o Lua recebe dos paulistas o título de "REI DO BAIÃO"  que o consagra até nossos dias. Neste mesmo ano "Lua" grava também a toada ASSUM PRETO e os baiões QUI NEM JILÓ e PARAÍBA, Gonzaga neste período está no auge de sua carreira. A música PARAÍBA foi gravada por uma cantora japonesa Keiko Ikuta, e também pela Emilinha Borba. Em 1951 Luiz Gonzaga coroou a cantora Carmélia Alves como a "RAINHA DO BAIÃO" na Rádio Nacional, no programa "NO MUNDO DO BAIÃO" de Humberto Teixeira e Zé Dantas. No ano de 1952 Luiz Gonzaga tentou projetar para todo o Brasil, nos festejos juninos  o talento musical da família através das rádios Tupi e Tamoio tendo como atração, OS SETE GONZAGAS: Seu Januário, Luiz Gonzaga, Severino Januário, José Januário (Zé Gonzaga), Chiquinha Gonzaga, Socorro e Aloísio. Em 1953 grava ABC DO SERTÃO, VOZES DA SECA e a A VIDA DO VIAJANTE. Neste mesmo ano Luiz Gonzaga assume plenamente sua identidade nordestina, começando a usar o gibão de couro. No dia 09 de julho de 1954 mataram em Serrita Raimundo Jacó, primo de Luiz Gonzaga. Em 1959 Dona Marieta, mãe de Dona Helena, veio a falecer no Rio de Janeiro. O Rei do Baião não parava, andava por todo o País cantando e decantando o Nordeste. No  amanhecer do dia 11 de junho de 1960, Dona Santana, mãe de Luiz Gonzaga, falecia no Rio de Janeiro, com a doença de chagas. A partir de 1960 Luiz Gonzaga começa a ser esquecido dos meios de comunicação, e faz então um desabafo a Dominguinhos: "EU VOU PARAR DE CANTAR BAIÃO, POIS NINGUÉM MAIS DÁ A MÍNIMA ATENÇÃO PRA MINHA MÚSICA. VOU COMPRAR UM TRANSISCORDE PARA VOCÊ, PRA GENTE FAZER BAILES. EU TOCO CONTRABAIXO, ENQUANTO VOCÊ TOCA ESSE INSTRUMENTO ELETRÔNICO QUE SAIU AGORA", ( isso foi só um desabafo, pois Gonzaga continuou compondo baião até o final de sua vida). Neste ínterim Luiz Gonzaga estava muito dividido, pois Seu Januário morava sozinho no Araripe, após a morte de Dona Santana. Neste ano o Rei do Baião vinha constantemente ao Araripe para está junto de "Pai Januário". No dia 05 de novembro de 1960 Seu Januário casa-se com Dona Maria Raimunda de Jesus, cuja celebração foi realizada por Padre Mariano. Aos 72 anos o "Vovô do Baião" demonstrava sua fé e o respeito a Igreja, testemunhando seu segundo matrimônio. Em 1961 Gonzaguinha já estava com 16 anos, passou então a morar com o pai. Em 1961, Luiz Gonzaga entra para a maçonaria. Ele compõe com Lourival Passos a música ALVORADA DA PAZ, em homenagem a Jânio Quadros que renunciou, sete meses após assumir a Presidência da República. No dia 12 de março de 1962, nasce um bebê que é adotado por Seu Januário e Dona Maria Raimunda com 03 dias de nascido. Seu Januário fez questão de registrar o menino como filho legítimo, com o nome de João Batista Januário. João Batista continua morando em Exu, honrando o nome da Família Januário.

            Em 1962 a parceria da dupla (Gonzaga e Zé Dantas), se desfaz por ocasião do falecimento de Zé Dantas. Em 1963, o REI DO BAIÃO gravou A MORTE DO VAQUEIRO, uma homenagem a seu primo Raimundo Jacó "morto covardemente". Neste mesmo ano Luiz Gonzaga foi surpreendido com o roubo que fizeram de sua sanfona e conhece o poeta cearense PATATIVA DO ASSARÉ, de quem grava em 1964 a música A TRISTE PARTIDA. Em 1964 Luiz Gonzaga faz uma homenagem a Sanfona Branca roubada, com a música SANFONA DO POVO. Em 1966 Sinval Sá, lança o livro O SANFONEIRO DO RIACHO DA BRÍGIDA, VIDA E ANDANÇAS DE LUIZ GONZAGA – REI DO BAIÃO, pela edições  A FORTALEZA. No ano de 1968, o compositor e versionista Carlos Imperial espalhou no Rio de Janeiro que THE BEATLES acabara de gravar a música ASA BRANCA, mas foi só brincadeira, THE BEATLES não gravaram e o sucesso de Gonzaga começou a voltar na década de 70. Em 1970 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira entram na Coleção História da MPB, editada pela Abril Cultural. Em 1971 Luiz Gonzaga recebeu o título de "IMORTAL DA MÚSICA BRASILEIRA", pela TV TUPÍ do Rio de Janeiro. Em 1972 Luiz Gonzaga recebe o título de Cidadão de Caruaru. Foram os papas do tropicalismo Gilberto Gil e Caetano Veloso, que proclamaram solenemente que a moderna canção popular brasileira deitava raízes também na arte antemporal de Luiz Gonzaga. No dia 24 de março de 1972 no Teatro Carioca Tereza Raquel – Rio de Janeiro, Luiz Gonzaga faz uma apresentação com o título: "LUIZ GONZAGA VOLTA PRA CURTIR", realizando-se assim, sua volta triunfal. Naquela noite Luiz Gonzaga faz uma síntese falando de toda a sua carreira musical. Naquela oportunidade relatou sua estima pelo o estado do Ceará, dizendo: "É por isso que eu costumo dizer que uma banda minha é pernambucana e a outra banda  é cearense!"

            No ano de 1973, o Rei do Baião resolve deixar a RCA Victor e passa a gravar na Emi-Odeon. Ainda em 1973 Luiz Gonzaga recebe o título de Cidadão Paulista das mãos do governador de São Paulo. Em 1975, o Rei do Baião conheceu Maria Edelzuíta Rabelo, e correspondia com ela, com o pseudônimo de Marcelo Luiz. Em 1976 Luiz Gonzaga recebe em Fortaleza o título de Cidadão Cearense. Nos dias 13 e 20 de agosto de 1976, a TV GLOBO fez um exibição com o título de "ESPECIAL LUIZ GONZAGA", tendo a participação de Seu Januário. Em 1977 Luiz Gonzaga entrou na Versão Brasileira da Enciclopédia Universal Britânica. Seu Januário faleceu num dos duplex do PARQUE ASA BRANCA em Exu no dia 11 de junho de 1978. Para sua alegria, no ano de 1980 Luiz Gonzaga canta em Fortaleza para o Papa João Paulo II, que lhe agradeceu ao pegar em sua mão dizendo: "OBRIGADO, CANTADOR!". Luiz Gonzaga fica envaidecido. Em 1981 o velho Lua recebe os dois únicos discos de ouro de toda sua carreira ( vale ressaltar que é segundo Assis Ângelo e Gildson Oliveira, segundo Dominique Dreyfus Luiz Gonzaga ganhou mais discos de ouro). Neste mesmo ano, Gonzaga fica feliz quando consegue pacificar Exu. Foi ao encontro do Presidente da República em exercício para lhe pedir intervenção e disse: "Dr. Aureliano, faça um esforço para levar a paz à minha terra!". Tempos depois feliz com a paz conseguida para sua terra, em entrevista Luiz Gonzaga diz ao jornalista Assis Ângelo: "NINGUÉM DAVA JEITO EM EXU. EU PEGUEI AURELIANO CHAVES NUMA BOA E 15 DIAS DEPOIS ELE MANDOU INTERVIR (NA CIDADE). A INTERVENÇÃO SE ENCAIXOU QUE NEM UMA LUVA, E NUNCA MAIS HOUVE CRIME POLÍTICO LÁ".

            Em 1982 Luiz Gonzaga vai tocar em Paris a convite de Nazaré Pereira. Permaneceu em Paris dez dias, conhecendo vários pontos importantes. Em 1984 Luiz Gonzaga recebeu o PRÉMIO SHELL. Em 1985 Luiz Gonzaga é agraciado com o troféu NIPPER DE OURO, uma homenagem internacional da RCA a um artista dela. Em 1986 Gonzagão vai pela segunda vez à França, participando no dia 06 de julho de um espetáculo  que reúne cerca de 15 mil pessoas no Halle de la Villete. Luiz Gonzaga foi ladeado por Alceu Valença, Fafá de Belém, Morais Moreira e Armandinho, entre outros artistas brasileiros que integraram o "Couleurs Brésil". Foi neste passeio que a jornalista francesa, DOMINIQUE DREYFUS, fala com Gonzagão na possibilidade de com ele, fazer um livro autobiográfico. Ainda em 1986 José de Jesus Ferreira lança o livro LUIZ GONZAGA O REI DO BAIÃO: SUA VIDA, SEUS AMIGOS, E SUAS CANÇÕES.

            Em junho de 1987, a escritora e jornalista DOMINIQUE DREYFUS chega ao Brasil, passando 02 meses no PARQUE ASA BRANCA em Exu. O Rei do Baião desde pequeno trazia em seus lábios um sorriso sincero e, sempre quando podia, gostava de brincar com os outros, oportunidade que aproveitava para saber como estava o sertão. Luiz Gonzaga conheceu e tocou em todos os municípios brasileiros com mais 400 habitantes, inclusive, tocou em Sobral – CE quatro vezes. Tocou pela última vez nesta cidade, terra de Dom José Tupinambá da Frota, no dia 28 de novembro de 1987. Quando Gonzagão chegava nessas cidades do interior para fazer seus shows, era anunciado por seu motorista com o seguinte anúncio: "Atenção, atenção! Vem visitar vocês Sua Majestade o Rei do Baião, Luiz Gonzaga, a maior expressão popular brasileira. Hoje aqui em praça pública!" A carroceria de seu caminhão servia de palco em seus shows, por este Brasil afora.

            Em 1988 Mundicarmo Maria Rocha Ferreti lança o livro BAIÃO DE DOIS: ZÉ DANTAS E LUIZ GONZAGA, fruto de uma tese de mestrado. Em 1988 Luiz Gonzaga rompe novamente o contrato com a RCA. Em junho do corrente ano, Luiz Gonzaga entra com o pedido de desquite na justiça pernambucana, por já não se entender com Dona Helena. Ainda em 1988 Luiz Gonzaga passa a morar com Maria Edelzuíta Rabelo. A senhora Edelzuíta Rabelo nos fala através do livro Luiz Gonzaga: O Matuto que conquistou o mundo, o seguinte: "Amei Lula sem nada pedir ou esperar, mas sabendo que me bastava estar diante do homem mais extraordinário que já conheci, que me fez renascer e me ensinou grandes lições."

A última entrevista de Luiz Gonzaga concedida a imprensa, foi para o jornalista Gildson Oliveira através de Ivan Ferraz no dia 02 de junho de 1989. Recife foi o local escolhido por Luiz Gonzaga para passar seus últimos momentos de vida. O último show realizado por Luiz Gonzaga foi no dia 06 de junho de 1989 no Teatro Guararapes do Centro de Convenções de Recife, onde recebeu homenagens de vários artistas do país. Antes de finalizar o show, o Rei do Baião proferiu estas palavras: " Boa Noite minha gente! (...) Minha gente, não preciso dizer que estou enfermo. Venho receber essa Homenagem. Estou feliz, graças a Deus, por ter conseguido chegar aqui. E estou até melhor um pouquinho. Quem sabe, né?

"Quero ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou muito seu povo, o sertão; que cantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes, os valentes, os covardes, o amor. Este sanfoneiro viveu feliz por ver o seu nome reconhecido por outros poetas, como Gonzaguinha, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Alceu Valença. Quero ser lembrado como o sanfoneiro que cantou muito o seu povo, que foi honesto, que criou filhos, que amou a vida, deixando um exemplo de trabalho, de paz e amor.

Quero ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou muito seu povo, o sertão; que cantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes, os valentes, os covardes, o amor.

            Gostaria que lembrassem que sou filho de Januário e dona Santana. Gostaria que lembrassem muito de mm; que esse sanfoneiro amou muito seu povo, o Sertão. Decantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes. Decantou os valentes, os covardes e também o amor. (...) Muito obrigado."

            Na quarta feira, 21 de junho de 1989, às 10:00h, o velho Lua foi levado às pressas ao Hospital Santa Joana, permanecendo 42 dias internado, onde veio a falecer. Palavras de Luiz Gonzaga na UTI do hospital: "VOCÊS NÃO ME LEVEM A MAL. SINTO MUITAS DORES E GOSTO DE ABOIAR QUANDO DEVERIA GEMER." Luiz Gonzaga  travava naquele hospital uma luta imensa contra a morte, e o Brasil todo ficava cada vez mais preocupado com o estado de saúde de seu maior defensor. Luiz Gonzaga não resistiu, o Brasil e o mundo ficou enlutado com o seu último suspiro. O Asa Branca da Paz voava para a eternidade deixando um grande exemplo de vida a ser seguido.

            O Rei do Baião faleceu no dia 02 de agosto de 1989, às 5:15min da manhã no Hospital Santa Joana, em Recife. Foi na Veneza Brasileira que Luiz Gonzaga dava seu último suspiro.  Seu corpo foi velado na Assembléia Legislativa de Recife nos dias 02 e 03 até às 9:45min da manhã, foi velado também em Juazeiro do Norte. CE, na Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro às 17h, local onde repousa os restos mortais de Pe. Cícero Romão Batista, apesar  de o corpo do Rei ter chegado no aeroporto de Juazeiro Norte às 15:20min do dia 03 de agosto. Palavras de Gonzaguinha ainda  no aeroporto de Juazeiro: "TUDO BEM, VAMOS ENTRAR NA CIDADE. SE O POVO QUER, QUE PODEMOS FAZER?"

            O corpo do Rei do Baião chegou a sua terra natal, sua querida Exu no dia 03 a noite. Foi velado  na Igreja Matriz de Exu, durante a noite do dia 03 e todo o dia 04, saindo para o sepultamento no Cemitério São Raimundo às 15:45min. Das centenas de coroas de flores que estavam espalhadas na igreja Bom Jesus dos Aflitos em Exu, oferecidas por fãs de Luiz Gonzaga, estava esta que o repórter Gildson Oliveira transcreveu a seguinte mensagem: "Amado Lula: o silêncio acende a alma... O País canta sua voz... Os pássaros se entristecem com a partida da Asa Branca, mas fica em nossos corações a sua história. E a nossa festa é esta. Quem crê em Cristo, mesmo que esteja morto viverá."             

O corpo de Luiz Gonzaga foi levado no carro corpo de bombeiros, passando por diversas ruas da cidade rumo ao Cemitério São Raimundo, local onde aconteceram as últimas manifestações de carinho, àquele que só foi alegria. O caixão desceu a sepultura depois que Gonzaguinha, Dominguinhos, Alcimar Monteiro e mais de 20 mil pessoas cantarem a música ASA BRANCA às 16:50min. Luiz Gonzaga foi embalado no seio da terra na sexta feira, no mesmo dia da semana, que ele nasceu. Uma outra coincidência é que ele morreu no amanhecer do dia, assim como ele nasceu no amanhecer do dia 13 de dezembro de 1912.

            Em 1990 foi lançado pela Editora Martin Claret o livro LUIZ GONZAGA, VOZES DO BRASIL. O filho Gonzaguinha depois de ter passado 15 dias em Exu falando aos amigos sobre a preservação do Parque Asa Branca, veio a falecer subitamente por ocasião de um acidente automobilístico na manhã do dia 29 de abril de 1991, morrendo no mesmo dia. Em 1991 o jornalista Gildson Oliveira lançou o livro LUIZ GONZAGA, O MATUTO QUE CONQUISTOU O MUNDO. Sua esposa, Dona Helena Gonzaga, conhecida por "MADAME BAIÃO", faleceu na manhã do dia 04 de fevereiro de 1993 na Casa Grande do Parque Asa Branca.

            Em 1994 o cordelista Pedro Bandeira lança uma 2ª edição ampliada do livro LUIZ GONZAGA, NA LITERATURA DE CORDEL. Em 1997 a Francesa Dominique Dreyfus lança o livro VIDA DO VIAJANTE: A SAGA DE LUIZ GONZAGA. Ainda em 1997 o professor Uéliton Mendes da Silva lança o livro LUIZ GONZAGA, DISCOGRAFIA DO REI DO BAIÃO. No ano 2000  a  professora Sulamita Vieira, lança o livro SERTÃO EM MOVIMENTO – a dinâmica da produção cultural, fruto de sua tese de doutorado. Ainda no corrente ano a professora Elba Braga Ramalho lançou o livro LUIZ GONZAGA: A Síntese Poética e Musical do Sertão. Fruto de sua  tese de doutorado na University of Liverpool, na Inglaterra. Em dezembro 2001 eu, este pequeno devoto do Rei do Baião, escrevi um opúsculo em homenagem ao Rei do Baião, intitulado: "Luiz Gonzaga, o Asa Branca da Paz". Graças a Deus consegui a apresentar a Chiquinha Gonzaga, irmão do Rei do Baião, e recebi dela a aprovação do trabalho.

BIOGRAFIA CONTIDA NO LIVRO: LUIZ GONZAGA, O ASA BRANCA DA PAZ - FOI LANÇADO ATRAVÉS DE EDIÇÃO INDEPENDENTE E COM O APOIO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ - UVA EM 2001. SOBRAL - CE.

50 Anos de lançamento do disco LUIZ GONZAGA CANTAS SEUS SUCESSOS COM ZÉ DANTAS

 O DISCO "LUIZ GONZAGA CANTA SEUS SUCESSOS COM ZÉ DANTAS" LANÇADO EM 1959 ESTÁ COMPLETANDO DO ANO DE 2009 50 ANOS DE SUCESSOS!!!

 MÚSICAS

01 - SABIÁ

(Luiz Gonzaga / Zé Dantas)

A todo mundo eu dou psiu
Perguntando por meu bem
Tendo um coração vazio
Vivo assim a dar psiu
Sabiá vem cá também
Tu que andas pelo mundo (sabiá)
Tu que tanto já voou (sabiá)
Tu que cantas passarinho (sabiá)
Alivia minha dor
Tem pena d'eu (sabiá)
Diz por favor (sabiá)
Tu que cantas passarinho (sabiá)
Alivia minha dor
Sabiá

 
 

02 - O XOTE DAS MENINAS

(Luiz Gonzaga / Zé Dantas)


Mandacaru, quando fulora na seca
É o sinal que a chuva chega no sertão
Toda menina quando enjoa da boneca
É sinal que o amor
Já chegou no coração
Meia comprida
Não quer mais sapato baixo
Vestido bem cintado
Não quer mais vestir timão

Ela só quer, só pensa em namorar
Ela só quer, só pensa em namorar

De manhã cedo já está pintada
Só vive suspirando
Sonhando acordada
O pai leva ao doutô
A filha adoentada
Não come não estuda,
Não dorme, nem quer nada

Ela só quer, só pensa em namorar
Ela só quer, só pensa em namorar

Mas o doutô nem examina
Chamando o pai de lado
Lhe diz logo na surdina
O mal é da idade
A doença da menina
Não há um só remédio
Em toda medicina

Ela só quer, só pensa em namorar
Ela só quer, só pensa em namorar

 
 

03 - VEM MORENA

(Luiz Gonzaga / Zé Dantas)


Vem, morena, pros meus braços
Vem, morena, vem dançar
Quero ver tu requebrando
Quero ver tu requebrar
Quero ver tu remechendo
Resfulego da sanfona
Inté que o sol raiar
Esse teu fungado quente
Bem no pé do meu pescoço
Arrepia o corpo da gente
Faz o véio ficar moço
E o coração de repente
Bota o sangue em arvoroço
Vem, morena, pros meus braços
Vem, morena, vem dançar
Quero ver tu requebrando
Quero ver tu requebrar
Quero ver tu remechendo
Resfulego da sanfona
Inté que o sol raiar
Esse teu suor sargado
É gostoso e tem sabor
Pois o teu corpo suado
Com esse cheiro de fulô
Tem um gosto temperado
Dos tempero do amor
Vem, morena, pros meus braços...

 
 

 
 

04 - A VOLTA DA ASA BRANCA

(Zedantas - Luiz Gonzaga)

Já faz três noites
Que pro norte relampeia
A asa branca
Ouvindo o ronco do trovão
Já bateu asas
E voltou pro meu sertão
Ai, ai eu vou me embora
Vou cuidar da prantação

A seca fez eu desertar da minha terra
Mas felizmente Deus agora se alembrou
De mandar chuva
Pr'esse sertão sofredor
Sertão das muié séria
Dos homes trabaiador

Rios correndo
As cachoeira tão zoando
Terra moiada
Mato verde, que riqueza
E a asa branca
Tarde canta, que beleza
Ai, ai, o povo alegre
Mais alegre a natureza

Sentindo a chuva
Eu me arrescordo de Rosinha
A linda flor
Do meu sertão pernambucano
E se a safra
Não atrapaiá meus pranos
Que que há, o seu vigário
Vou casar no fim do ano.


 

05 - A LETRA I

(Luiz Gonzaga e Zé Dantas)

 
 

Vai cartinha fechada

Não deixa ninguém te abrir

À quela casa caiada

Donde mora a letra I

 
 

E diz que de uma cacimba

Do rio que verão secou

Meus óio chorou tanta mágoa

Que hoje sem água

Nem responda a dor

 
 

Vai diz que o amor

Frumega no meu coração

Ta e quá fogueira

Das noites de São João

Que eu sofro

Por viver sem ela

Tando longe dela

Só sei reclamar

Pois vivo como um passarinho

Que longe do ninho

Só pensa em voltar.

 
 

 06 - FORRÓ DE MANÉ VITO

(Luiz Gonzaga e Zé Dantas)


Seu delegado, digo a vossa
senhoria
Eu sou fio de uma famia
Que não gosta de fuá
Mas tresantontem
No forró de Mané Vito
Tive que fazer bonito
A razão vou lhe explicar
Bitola no Ganzá
Preá no reco-reco
Na sanfona de Zé Marreco
Se danaram pra tocar
Praqui, prali, pra lá
Dançava com Rosinha
Quando o Zeca de Sianinha
Me proibiu de dançar
Seu delegado, sem encrenca
eu não brigo
Se ninguém bulir comigo
Num sou homem pra brigar
Mas nessa festa
Seu dotô, perdi a carma
Tive que pegá nas arma
Pois num gosto de apanhar
Pra Zeca se assombrar
Mandei parar o fole
Mas o cabra num é mole
Quis partir pra me pegar
Puxei do meu punhá
Soprei o candieiro
Botei tudo pro terreiro
Fiz o samba se acabar.

 
 


 

07 - A DANÇA DA MODA

(Luiz Gonzaga / Zé Dantas)

No Rio tá tudo mudado
Nas noites de São João
Em vez de polca e rancheira
O povo só dança e só pede o baião
No meio da rua
Inda é balão
Inda é fogueira
É fogo de vista
Mas dentro da pista
O povo só dança e só pede o baião
Ai, ai, ai, ai, São João
Ai, ai, ai, ai, São João
É a dança da moda
Pois em toda a roda
Só pede baião.

08 - RIACHO DO NAVIO

(Luiz Gonzaga / Zé Dantas)


Riacho do Navio
Corre pro Pajeú
O rio Pajeú vai despejar
No São Francisco
O rio São Francisco
Vai bater no meio do mar
O rio São Francisco
Vai bater no meio do mar
Ah! se eu fosse um peixe
Ao contrário do rio
Nadava contra as águas
E nesse desafio
Saía lá do mar pro
Riacho do Navio
Saía lá do mar pro
Riacho do Navio
Pra ver o meu brejinho
Fazer umas caçada
Ver as "pegá" de boi
Andar nas vaquejada
Dormir ao som do chocalho
E acordar com a passarada
Sem rádio e nem notícia
Das terra civilizada
Sem rádio e nem notícia
Das Terra civilizada.

09 - VOZES DA SECA

(Luiz Gonzaga / Zé Dantas)


Seu doutô os nordestino têm muita gratidão
Pelo auxílio dos sulista nessa seca do sertão
Mas doutô uma esmola a um homem qui é são
Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão
É por isso que pidimo proteção a vosmicê
Home pur nóis escuído para as rédias do pudê
Pois doutô dos vinte estado temos oito sem chovê
Veja bem, quase a metade do Brasil tá sem cumê
Dê serviço a nosso povo, encha os rio de barrage
Dê cumida a preço bom, não esqueça a açudage
Livre assim nóis da ismola, que no fim dessa estiage
Lhe pagamo inté os juru sem gastar nossa corage
Se o doutô fizer assim salva o povo do sertão
Quando um dia a chuva vim, que riqueza pra nação!
Nunca mais nóis pensa em seca, vai dá tudo nesse chão
Como vê nosso distino mercê tem nas vossa mãos

10 - CINTURA FINA

(Ze Dantas/ Luiz Gonzaga)

Minha morena, venha pra ca
Pra dançar xote, se deita em meu cangote
E pode cochilar
Tu es mulher pra homem nenhum
Botar defeito, por isso satisfeito
Com você eu vou dançar

Vem ca, cintura fina, cintura de pilão
Cintura de menina, vem ca meu coração

Quando eu abraco essa cintura de pilão
Fico frio, arrepiado, quase morro de paixão
E fecho os olhos quando sinto o teu calor
Pois teu corpo so foi feito pros cochilos do amor

 
 

11 - ALGODÃO

(Luiz Gonzaga e Zé Dantas) 
 

Bate a enxada no chão

Limpa o pé de algodão

Pois pra vencer a batalha

É preciso ser duro, ser forte, valente

Ou nascer no sertão

Tem que suar muito

Pra ganhar o pão

Pois a coisa lá

Não é brinquedo não

 
 

Mas quando chega

O tempo rico da colheita

Trabalhador vendo a fortuna, se deleita

Chama a famía e sai

Pela roçado vai

Cantando alegre

Ai, ai, ai, ai, ai, ai

 
 

Sertanejo do Norte

Vamos plantar algodão

Ouro branco

Que faz nosso povo feliz

Que tanto enriquece o país

Produto do nosso sertão

 
 

12 - PAULO AFONSO

(Zé Dantas e Luiz Gonzaga)

 
 

Delmiro deu a idéia

Apolônio aproveitou

Getúlio fez o decreto

E Dutra realizou

O Presidente Café

A Usina inaugurou

E graças a esse que têm valor

 
 

Meu Paulo Afonso foi sonho

Que já se concretizou

 
 

Olhando pra Paulo Afonso

Eu louvo o nosso engenheiro

Louvo o nosso cassaco

Caboclo bom, verdadeiro

Pois vejo o Nordeste

Erguendo a bandeira

De ordem e progresso

A nação brasileira

Vejo a indústria gerando riqueza

Findando a pobreza

 
 

Ouço a usina

Feliz mensageira

Dizendo na força

Da cachoeira

 
 

O Brasil vai, O Brasil vai,

Vai, vai

Vai, vai

 

 

 
 

01 de agosto

20 ANOS SEM NOSSO QUERIDO REI DO BAIÃO, LUIZ GONZAGA!!!

20 ANOS SEM NOSSO REI DO BAIÃO!!!


Luiz Gonzaga faleceu na manhã do dia 02 de agosto de 1989. Atualmente só temos vivos duas irmãs do Rei: dona Muniz, mãe de Joquinha Gonzaga, residente no Rio de Janeiro; e Chiquinha Gonzaga, residente em Recife e Rio. De Gonzagão temos ainda viva sua filha ROSINHA GONZAGA, mãe do jovem policial por mim noticiado.

Como fã e estudioso da obra musical de nosso Rei do Baião me uno a "FAMÍLIA GONZAGA" neste momento de dor. E vocês que conosco ajudam a preservar a memória de Gonzagão e seus descendentes o meu carinho e atenção.

 
 

 
 

XAMEGO: LP DE LUIZ GONZAGA QUE COMPLETA 50 ANOS, DE LANÇAMENTO, NESTE ANO DE 2008!!!

LP "XAMEGO" - 50 ANOS DE SUCESSO!!!

 
 

VIVA LUIZ LUA GONZAGA, O ASA BRANCA DA PAZ

 
 

1 - XAMEGO (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 
 

O xamego dá prazer/ O xamego faz sofrer

O xamego às vezes dói/ Às vezes não.

O xamego às vezes rói/ O coração

Todo mundo quer saber/ O que é o xamego.

 
 

Ninguém sabe se ele é branco/ Se é mulato ou negro (2x).

 
 

Quem não sabe/ O que é o xamego

Pede pra vovó/ Que já tem setenta anos/ E ainda quer xodó

 
 

E reclama noite e dia/ Por viver tão só (2x).

 
 

Ai que xodó, que xamego/ Que chorinho bom

Toca mais um bocadinho/ Sem sair do tom/ Meu compadre chegadinho.

 
 

Ai que xamego bom/ Que xamego bom/ Que xamego bom (2x).

 
 

2 - DANÇA MARIQUINHA (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 
 

Dança, dança, Mariquinha/ Para o povo apreciar.

Essa boa mazurquinha/ Que pra você vou cantar.

Ouça, m eu bem/ A sanfona tocar.

 
 

Quitiribom, quitiribom/ Toca no baixo desse acordeon

Quitiribom, quitiribom/ Que mazurquinha/ De compasso bom.

 
 

Quando pego na sanfona/ A turma se levanta.

E pede uma mazurca/ Quando bato a mão no fole.

Sei que a turma toda/ Vai ficar maluca.

 
 

Todo mundo se admira/ Do fraseado que a sanfona diz

Quando acaba a contradança/ O povo admirado/ Ainda pede bis.

 
 

3 - QUER IR MAIS EU (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 
 

Quer ir mais vamo/ Quer ir mais eu/ Vambora (2x).

 
 

Vambora, vambora/ Sem demora

Deixa a roupa na corda/ Que não vai chover agora.

 
 

Quer ir mais vamo/ Quer ir mais eu/ Vambora (2x).

 
 

Mas se você quiser ficar/ Eu vou ali e volto já.

Mas pelo sim/ Pelo sim e pelo não

Deixa na geladeira/ Água tônica e limão.

 
 

Quer ir mais vamo/ Quer ir mais eu/ Vambora (2x).

 
 

4 - TRÊ E TREZENTOS (Miguel Lima e Gerson Filho)

 
 

Quem foi que fez o xerém?/ Quem foi que fez o xamêgo?

Quem foi que fez a Guiomar/ Perder a calma e o sossego?

Quem foi que fez o calango/ Falando em três e trezentos?

Quem foi que fez a sanfona/ Valer por dez instrumentos? (2x)

 
 

Quem é que toca a sanfona/ Pra Mariquinha dançar?

Quem é que puxa no fole?/ Quanto mais puxa mais dá

Quem é que dá um gritinho/ Quando começa a cantar? Oi!

Quem foi que fez o baião/ Pro mundo inteiro dançar?

 
 

5 - GALO GARNIZÉ (A. Almeida, Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 
 

Minha vizinha tinha um galo pequenino/ Era ladino aquele galo garnizé.

Eu sem querer/ Pisei no pé de uma galinha

Ele cantou quéquéréqué/ e beliscou-me aqui no pé.

 
 

Com a vizinha muito tempo que não falo/ Peguei o galo

E a vizinha não deu fé/ E se a vizinha reclamar qualquer coisinha

Vou pegar minha faquinha/ E vou matar o garnizé.

 
 

Eu não me conformei/ Com tal situação

Peguei o garnizé/ Cortei-lhe o esporão

Agarrei o bichinho/ E amarrei pelo pé

Ele deu um pulinho/ e fez quéquéréqué

Quéqué (2x)

 
 

Ninguém entra no galinheiro/ No poleiro ninguém põe o pé

O rei do terreiro/ É o garnizé.

 
 

6 - DEZESSETE E SETECENTOS (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 
 

Eu lhe dei vinte mil réis/ Para pagar três e trezentos/ você tem que me voltar...

Dezessete e setecentos!/ Dezessete e setecentos! (2x)

 
 

Sou diplomado/ Freqüentei academia

Conheço geografia/ Sei até multiplicar

Dei vinte mango/ Para tirar três e trezentos

Dezessete e setecentos/ Você tem que me voltar.

 
 

Mas eu lhe dei vinte mil réis/ Pra pagar três e trezentos

Você tem que me voltar/ Dezessete e setecentos.

Dezessete e setecentos!/ Dezessete e setecentos!

 
 

Eu acho bom/ Você tirar os nove fora

Evitar que eu vá embora/ E deixe a conta sem pagar.

Eu já lhe disse/ Que essa droga está errada

Vou buscar a tabuada/ E volto aqui pra lhe provar.

 
 

 
 

7 - CORTANDO PANO (Luiz Gonzaga, Miguel Lima e J. Portela)

 
 

Errei no corte, seu Zé Mariano

Peço desculpas pelo meu engano.

Sou alfaiate do primeiro ano

Pego na tesoura e vou cortando o pano.

 
 

Ai, ai, que vida ingrata/ O alfaiate tem.

Quando ele erra/ Estraga o pano todo

Quando ele acerta/ A roupa não convém (2x).

 
 

Eu fiz um terno pro José meu mano

Ficou curtinho porque houve engano

Sou alfaiate de primeiro ano

Pego na tesoura e vou cortando o pano.

 
 

Ai, ai, que vida ingrata/ O alfaiate tem.

Quando ele erra/ Estraga o pano todo

Quando ele acerta/ A roupa não convém (2x).

 
 

Se chegar seu mano/ Vou cortando o pano

Vai cortando o pano/ Vou cortando o pano.

 
 

E se estragar o pano/ Vou cortando o pano

Vai cortando o pano/ Vou cortando o pano.

 
 

Se furar o pano/ V oi cotando o pano

Vai cortando o pano/ Vou cortando o pano.

 
 

Se queimar o pano/ Vou cortando o pano

Vai cortando o pano/ Vou cortando o pano.

 
 

Se chegar o Germano/ Vou cortando o pano

Se chegar o fulano/ vou cortando o pano

 
 

E se chegar o sicrano/ Vou cortando o pano

Mas vai cortando o pano/ Vou cortando o pano.

Mas vai cortando o pano/ Vou cortando o pano.

 
 

 
 

Sai daqui baiano/ Ta me perturbando, peste

Eu sou valentão/ Sou alfaiate do primeiro ano

 
 

Mas faço roupa pra qualquer fulano

Só não acerto quando há engano.

 
 

Se Deus ajuda o terno sai bacano

Pelo sistema norte-americano

 
 

Não faço roupa pra qualquer fulano

Também não corto pra você baiano.

 
 

Sou valente Sou pernambucano

Quando me zango bato a mão no cano

Aperto o dedo, sai logo o tutano

 
 

Sou alfaiate do primeiro ano

Pego na tesoura e vou cortando o pano.

 
 

8 - O XAMEGO DA GUIOMAR (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 
 

Acho muito interessante/ O xamego da Guiomar

Ela diz a todo mundo/ Que comigo vai casar.

Eu não creio muito nisso/ Ela se muito bem

Aceito o compromisso/ Pela 'gaita' que ela tem(2x).

 
 

Por causa dela eu já perdi/ A calma e o sossego

Credo! Nunca vi tanto xamego

Pois a Guiomar está doidinha pra casar

E eu também não to aqui pra bobear.

 
 

Todo mundo sabe/ Todo mundo diz.

Que ela tem por mim um grande apego

Porém, não ata nem desata/ Com a bossa do xamego

Assim não há quem possa/ Ter calma ter sossego

 
 

Mas digo francamente/ E posso até jurar

Que a 'gaita' de Guiomar/ Vai se acabar.

 
 

 
 

9 - PERPÉTUA (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 
 

Se a perpétua cheirasse/ Seria a rainha das flores

Mas a como a perpétua/ Não cheira meu bem

Não é a rainha das flores (2x).

 
 

Eu conheço uma donzela/ que é mais bela que as flores

Ninguém quer casar com ela/ Não dá sorte nos amores

Será por causa do cheiro/ Que a rosa tem mais admiradores.

 
 

10 - BAMBOLEADO (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 
 

Mas que ritmo quente/ Que bamboleado

Que tem o maxixe/ E o samba rasgado

Que até faz a gente/ Só descontrolar

Ao som do maxixe/ A gente enlouquece

Da vida se esquece/ Começa a sambar.

 
 

Samba ôiô/ Ô samba iaiá.

 
 

Com rima e cadência/ Do samba, enlouqueço

Da vida me esqueço/ E começo a sambar.

Eu tenho no corpo/ O micróbio do samba

Macaco me lamba/ Se eu não requebrar (2x).

 
 

 
 

11 - O TORRADO DA LILÍ (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 
 

Lili tem torrado aí?

Me dê uma narigada que eu quero dormir (2x).

 
 

Eu tenho mas porém não dou

Meu torrado é bom/ Mas é do meu amor (2x). 

 
 

Lili tem torrado aí?

Me dê uma narigada que eu quero dormir (2x).

 
 

O seu torradinho é bom/ E o seu cheirinho

Logo se destaca/ O mais difícil

É arrumar o fumo/ Fumo de rolo de Arapiraca.

 
 

Lili tem torrado aí?

Me dê uma narigada que eu quero dormir (2x).

 
 

 
 

12 - PENERÔ XERÉM (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 
 

Oi, pisa o milho, penerô xerém/ Oi, pisa o milho, penerô xerém.

Eu não vou criar galinha/ Pra dar pinto pra ninguém (2x).

 
 

Na minha terra dá de tudo que plantar

O Brasil dá tanta coisa que não posso decorar

Dona Chiquinha bote o milho pra pilar

Pro angu, pra canjiquinha, pro xerém, pro munguzá.

Só passa fome quem não sabe trabalhar

Essa vida é muito boa pra quem sabe aproveitar

De um lado fica o xerém. Do outro sai o fubá.

 
 

Saculeja, saculeja, saculeja, já/ Penerô xerém (2x).

 
 

 
 

 
 

O LP "XAMEGO" neste ano de 2008 completa 50 anos de lançamento. Neste LP traz músicas de datas variadas de composição e lançamento.

O que nos prende nesta publicação é o ano de lançamento do disco.

 
 

Um abraço a todos os fãs de Gonzagão, o filho de "Pai Januário" e de "Mãe Santana".

 
 

11 de março

LETRA DAS MÚSICAS DE LUIZ GONZAGA LANÇADAS EM 1958, EM COMPACTOS DE 78 RPM, E QUE NESTE ANO DE 2008 COMPLETAM 50 ANOS DE LANÇAMENTO!!!

MÚSICAS DE LUIZ GONZAGA QUE COMPLETAM 50 ANOS, DE LANÇAMENTO EM COMPACTOS DE 78 RPM, NO ANO DE 2008!!!

 
 

1 - A MODA DA MULA PRETA (Raul Torres)

 
 

Eu tenho uma mula preta/ Tem sete palmo de altura/ Ai, ai, ai

A mula é descanelada/ Tem uma linda figura/ Ai, ai, ai

Tira fogo na calçada/ No rampão da ferradura/ Ai, ai, ai

Com uma morena delicada/ Na garupa faz figura/ Ai, ai, ai.

 
 

A mula fica enjoada/ Fica só de ancadura (2x).

 
 

O ensino da criação/ Veja quanto que regula/ Ai, ai, ai

O defeito do mulão/ Eu sei que ninguém calcula/ Ai, ai, ai

Moça feia e marmajão/ Na garupa, a mula pula/ Ai, ai, ai

Chega a fazer cerração/ Todos os pulos dessa mula/ Ai, ai, ai

 
 

Cabra muda de feição/ Sendo preto fica fula (2x).

 
 

Eu fui passear na cidade/ Só numa volta que eu dei/ Ai, ai, ai

A mula deixou saudade/ No lugar onde eu passei/ Ai, ai, ai

Pro mulão de qualidade/ Quatro conto eu injeitei/ Ai, ai, ai

Pra dizer mesmo a verdade/ Nem satisfação eu dei/ Ai, ai, ai

 
 

Fui dizendo boa tarde/ Pra minha casa voltei (2x).

 
 

Soltei a mula no pasto/ Veja o que me aconteceu/ Ai, ai, ai

Uma cobra venenosa/ Aminha mula mordeu/ Ai, ai, ai

Com o veneno desta cobra/ A mula nem se mexeu/ Ai, ai, ai

Só durou umas quatro horas/ Depois a mula morreu/ Ai, ai, ai

 
 

Acabou-se a mula preta/ Que tanto gosto me deu (2x).

 
 

2 - XOTE DAS MOÇAS (Nelson Barbalho e Joaquim Augusto)

 
 

Menina vem pro meu cordão/ Tu já tas moça

Rosa feita e não botão, vem!/ Sou o doutor que te examina

Quero o teu amor/ Para cumprir a minha sina (2x).

 
 

Mas a menina/ Que queria namorar

Agora quer/ Um namorado pra casar

Ta me atentando/ Pra falar com o pai dela.

Pra pedi-la em casamento/ E o jeito é me amarrar.

 
 

Rendeu-se o doutor/ À esperteza da menina.

Quem impôs amor/ Ao doutor da medicina.

E esse doutor/ Transformando em paciente.

Pra casar prefere/ Ser doutor dum só cliente.

 
 

Eita! Menina danada! Né que me amarrou mesmo. A peste? Ah! Há! Acabou-se o doutorzinho, vai mesmo se enforcar. É o jeito, quem mandou a menina ter virado o moção que é? É um moção aloprado, fecha comércio. O doutor que a examina é quem sabe. Ah! Menina, vem nêga!

 
 

3 - BALANÇA EU (Luiz Gonzaga e Nestor de Holanda)

 
 

Quando eu tiver com sono/ Meu amor

Balance eu, balance eu/ Balance eu

Quando eu tiver dormindo/ Meu amor

Acorde eu, acorde eu/ Acorde eu.

 
 

Tando perto de meu bem/ Não faltando o seu calor

Eu me sinto tão feliz/A vida assim tem mais valor

Quero ta sempre acordado/ Vigiando meu amo.

 
 

Quando eu tiver com sono/ Meu amor

Balance eu, balance eu/ Balance eu

Quando eu tiver dormindo/ Meu amor

Acorde eu, acorde eu/ Acorde eu.

 
 

Quero está sempre de ôio/ Pra meu benzim não fugir

Se ela quizer me beijar/ Dormindo não posso sentir.

Imbalança meu benzinho/ Mas não me deixa dormir.

Lá la la la la la la la la la la la.

Lá la la la la la la la la la la la.

 
 

4 - CHOREI, CHORÃO (Luiz Gonzaga e Lourival Passos)

 
 

Chorei, chorei, chorei, chorão/ Chorei sem ser chorão (2x).

 
 

Deixei o amor lá no sertão/ Por que não chorar, não?

Se lá ficou meu coração/ Por que não chorar, não?

 
 

Chorei, chorei, chorei, chorão/ Chorei sem ser chorão (2x).

 
 

Amor é coisa que vem à toa/ A gente gosta, a coisa é boa.

Mas quando acaba/ De sofrimento, de paixão/A gente chora, chora

Até virar chorão/ Pois a bichinha/ Era muito gostosinha.

Me dizia todo dia/ Que só eu era seu bem/ Dessa maneira.

Qualquer um a vida inteira/ Desmanchava em choradeira/ Eu chorei, ela também.

 
 

5 - FORRÓ NO ESCURO (Luiz Gonzaga)

 
 

O candeeiro se apagou/ O sanfoneiro cochilou

A sanfona não parou/ E o forró continuou (2x).

 
 

Meu amor não vá s'imbora/ Não vá s'imbora.

Fique mais um bucadinho/ Um bucadinho.

Se você for seu nego chora/ Seu nego chora.

Vamos dançar mais um tiquinho/ Mais um tiquinho.

Quando eu entro numa farra/ Não quero sair mais não.

Vou inté quebrar a barra/ E pegar o sol com a mão.

 
 

6 - MOÇA DE FEIRA (Armando Nunes e J. Portela)

 
 

Se não chover/ Amanhã passear

Comprar farinha/ Lá na feira do Pila (2x).

 
 

Lá no Pila/ Numa certa bodeguinha.

Sá Mariquinha/ Bota a filha no barcão

E a Catarina/ Com seus óio gatiado

Bota os cabra apalermado/ Nem repara a medição.

Os óio dela/ Tem veneno de serpente.

Que é mais quente/ Que o sol de Quixadá.

 
 

Farinha crua ta azeda/ Tá mofada

Mas os cabra não vê nada/ Nem o troco qué conta (2x)

 
 

Se não chover/ Amanhã passear

Comprar farinha/ Lá na feira do Pila (2x).

 
 

Lá no Pila/ Com o negócio da farinha

Sá Mariquinha/ Vai ganhando um dinheirão.

Já ta ricaça/ No entanto é tão ladina

Que não deixa a Catarina/ Namorá com ninguém não.

Sá Mariquinha/ Não se afasta da bichinha

O dia inteiro/ Encostada no barcão.

 
 

Se a Catarina/ Não consegue o seu intento

De arranja um casamento/ Vai ficar no barricão. (2x)

 
 

 
 

Se não chover/ Amanhã passear

Comprar farinha/ Lá na feira do Pila (2x).

 
 

 
 

7 - QUE MODELO SÃO OS SEUS (Luiz Gonzaga)

 
 

Mulé danada que modelos são os seus? (3x)

 
 

Fugindo da minha casa/ Com tudo que era meu

 
 

Ai, ai, ai!/ Com tudo que era meu (2x)

 
 

É melhor viver sozinho/ Sem mulher e sem conforto

Do que ver uma cozinha/ Condenada a fogo morto

Não se pode confiar/ Num bicho que veve sorto

Não se pode endireitar/ Um pau que já nasceu torto.

 
 

8 - FESTA NO CÉU (Zeca do Pandeiro e Edgard Nunes)

 
 

Quero ver soltar foguete/ Quero ver soltar balão.

Até no céu a festa/ É noite de São João.

No terreiro tem fogueira/ Tem sanfona no salão.

Vão furar a bananeira/ Pra fazer adivinhação (2x).

 
 

Festa animada/ Chega o Padre do Arraiá.

Zé Funil, Rei do Quentão/Com a Chica vai casar.

E a charanga enfeitada/ É uma troça.

Quando o dia clarear/ Findou a festa na roça.

 
 

 
 

9 - SERTÃO SOFREDOR (Nelson Barbalho e Joaquim Augusto)

 
 

Ah! Meu sertão véi sofredor! Terrinha pesada da gota! Terra mole, vôte! Quando chove lá, chove pra derreter tudo. A terra vira lama, a cheia acaba com os pobres, açudão pro mundo! Aquilo não é nem chuva, é dilúvio. E quando não chove é mais pior meu chefe! É um verão brabo, torrando tudo, lascando. Acabando com tudo que era verde. Home, com o verão no meu sertão, de verde só fica mesmo pano de bilhar, óculos ray-ban e pena de papagaio. É um desadouro meu chefe!

Ah! Meu sertão véi sofredor! Inté Paulo Afonso, que era a redenção do Nordeste, virou coisa de luxo. Só ta servindo mode iluminar as cidade grande.
Cadê as fábrica? Cadê as indústria? Cadê as coisas boas anunciadas pro Nordeste? E se vier outra seca lascada? Ah! Há, é uma praga, meu chefe! Ah! Sertãozim sofredor!...

Tibes! É por isso que eu canto...

Posso falar? – Pode!

 
 

Quero falar do meu sertão/ Meu sertãozinho/ Desprezado como o quê.

 
 

Peço atenção de toda gente/ Pra minha terra/ Terra do meu bem querer (2x).

 
 

Matéria prima/ Tudo temos de primeira, sim

Calor humano/ Gente honesta e ordeira também

O que nos falta então/ É um ajuda ideal

Do grande chefe/ Do Governo Federal

Pois é!

 
 

 
 

10 - GIBÃO DE COURO (Luiz Gonzaga)

 
 

Minha Velha tão querida/ Proteção de minha vida

Vale muito mais que ouro/ Porque ela é, porque ela é.

Porque ela é/ Meu gibão de couro (2x).

 
 

Nas antigas batalhas romanas/ Armadura era a grande proteção.

Aparava o homem/ O homem trabalhador.

Contra todo ataque/ Do mais bruto contendor.

 
 

No meu sertão/ Armadura é gibão de couro.

O forte gibão/ Pro vaqueiro, seu tesouro (2x).

 
 

Minha Velha tão querida/ Proteção de minha vida

Vale muito mais que ouro/ Porque ela é, porque ela é.

Porque ela é/ Meu gibão de couro (2x).

 
 

Nas modernas lutas desta vida/ A esposa representa o gibão.

Protege o seu homem/ O homem trabalhador.

Defendendo o lar/ Briga pelo seu amor.

 
 

No meu ranchinho/ O gibão é a companheira.

Boa e amiga/ Minha honesta conselheira (2x).

 
 

 
 

ESPERO QUE GOSTEM E DEIXEM INFORMAÇÕES

 
 

Pe Fábio Mota

(fã de Gonzagão)

0:14 | Adicionar um comentário | Ler comentários (3) | Link permanente | Incluir no blog | Música

09 de março

LUIZ GONZAGA LANÇA, NO ANO DE 1958, 05 COMPACTOS DE 78 RPM PELA RCA VICTOR. NESTE ANO DE 2008 FAZEM 50 ANOS.

EIS AS MÚSICAS QUE FORAM PRESENTES NESTES COMPACTOS DE 78 RPM... UMA RIQUEZA QUE O FILHO DE JANUÁRIO PRESENTEIA AOS BRASILEIROS.

 
 

1 - A MODA DA MULA PRETA (Raul Torres)

 
 

2 - XOTE DAS MOÇAS (Nelson Barbalho e Joaquim Augusto)

 
 

3 - BALANÇA EU (Luiz Gonzaga e Nestor de Holanda)

 
 

4 - CHOREI, CHORÃO (Luiz Gonzaga e Lourival Passos)

 
 

5 - FORRÓ NO ESCURO (Luiz Gonzaga)

 
 

6 - MOÇA DE FEIRA (Armando Nunes e J. Portela)

 
 

7 - QUE MODELO SÃO OS SEUS (Luiz Gonzaga)

 
 

8 - FESTA NO CÉU (Zeca do Pandeiro e Edgard Nunes)

 
 

9 - SERTÃO SOFREDOR (Nelson Barbalho e Joaquim Augusto)

 
 

10 - GIBÃO DE COURO (Luiz Gonzaga)

 
 

 
 

ESSAS MÚSICAS DO REI DO BAIÃO MUITO NOS ALEGRAM NOS DIAS DE HOJE E SERVEM DE DOCUMENTÁRIOS PARA A NOSSA HISTÓRIA.

 
 

OBRIGADO LUIZ GONZAGA

 
 

Pe Fábio Mota

 
 

IPC: EM BREVE TRAREI PRESENTE A LETRA DESTAS MÚSICAS.

 
 

ESPERO CONTATO COM GONZAGUEANOS DE TODO O BRASIL

 
 

23:20 | Adicionar um comentário | Link permanente | Incluir no blog | Música

LUIZ GONZAGA - XAMEGO (1958): LP DE 10 POLEGADAS QUE COMPLETA 50 ANOS DE LANÇAMENTO!!!

LUIZ GONZAGA LANÇA EM 1958 O LP "XAMEGO" PELA RCA VICTOR!!! NESTE ANO DE 2008 COMPLETA, PORTANTO, 50 ANOS.

 APRESENTO COM CARINHO AS MÚSICAS QUE ESTE LP TRAZ:

 1 - XAMEGO (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 2 - DANÇA MARIQUINHA (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 3 - QUER IR MAIS EU (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 4 - TRÊ E TREZENTOS (Miguel Lima e Gerson Filho)

 5 - GALO GARNIZÉ (A. Almeida, Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 6 - DEZESSETE E SETECENTOS (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 7 - CORTANDO PANO (Luiz Gonzaga, Miguel Lima e J. Portela)

 8 - O XAMEGO DA GUIOMAR (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 9 - PERPÉTUA (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 10 - BAMBOLEADO (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 11 - O TORRADO DA LILÍ (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 12 - PENERÔ XERÉM (Luiz Gonzaga e Miguel Lima)

 ESSE TRABALHO DE LUIZ GONZAGA FOI REALIZADO QUANDO ELE COMPLETAVA 46 ANOS DE VIDA. POSSAMOS CONTINUAR A NOS DELEITARMOS COM AS BELAS MÚSICAS DO GRANDE "MESTRE DO ARARIPE", O FILHO ´DE PAI JANUÁRIO E MÃE SANTANA.

 19 de janeiro

MÚSICAS DE LUIZ GONZAGA QUE EM 2008 COMPLETAM 50 ANOS!!!

QUERIDOS AMIGOS QUE CURTEM LUIZ GONZAGA,

 É COM ENORME ALEGRIA QUE APRESENTO TÍTULOS DE MÚSICAS DE LUIZ GONZAGA QUEM COMPLETAM 50 ANOS NO ANO DE 2008:

 FORRÓ NO ESCURO (Luíz Gonzaga)
O candeeiro se apagou
O sanfoneiro cochilou
A sanfona não parou
E o forró continuou
Meu amor não vá simbora
Não vá simbora
Fique mais um bucadinho
Um bucadinho
Se você for seu nego chora
Seu nego chora
Vamos dançar mais um tiquinho
Mais um tiquinho
Quando eu entro numa farra
Num quero sair mais não
Vou inté quebrar a barra

 
 

XAMEGO (Luiz Gonzaga - Miguel Lima)
O xamêgo dá prazer
O xamêgo faz sofrer
O xamêgo às vezes dói
Às vezes não
O xamêgo às vezes rói
O coração
Todo mundo quer saber
O que é o xamêgo
Niguém sabe se ele é branco
Se é mulato ou negro (2x)
Quem não sabe o que é xamêgo
Pede pra vovó
Que já tem setenta anos
E ainda quer xodó
E reclama noite e dia
Por viver tão só
E reclama noite e dia
Por viver tão só (2x)
Ai que xodó, que xamêgo
Que chorinho bom
Toca mais um bocadinho
Sem sair do tom
Meu comprade chegadinho
Ai que xamêgo bom
Ai que xamêgo bom
Ai que xamêgo bom

  
 

16 de dezembro

O REI SEM TRONO... NOSSO GONZAGÃO!!!

          
 

           
 

            O Brasil inteiro ainda lamenta inconsolavelmente, a perda em que tivemos do maior defensor do Nordeste. Para Benito di Paula, Luiz Gonzaga não somente o Rei do Baião, "mas o Rei do povo, porque foi dele a conquista da coroa." Ele foi o Rei coroado pelo povo, trazendo consigo uma sanfona, um chapéu e um gibão. Sua maior inspiração foi em Lampião, de quem tinha grande admiração.

            O Velho "Lua" foi Rei, mas nunca sentou-se no trono, um Rei que não teve a oportunidade de ver todos os seus planos realizados. Ele foi o Rei que sentia de perto o clamor de seu povo. Não era feliz quando via sua gente sofrendo e sem paz. Sua maior alegria foi quando conseguiu pacificar as famílias de sua terra natal, Exu.

            "Seu Lula" passou toda a sua vida na luta por seu Nordeste tão querido e nunca em suas andanças negou sua identidade. Na dinastia do baião Gonzaga é o Rei, a Carmélia Alves é a Rainha e tanto e tantos outros que estão defendendo o baião, criado por Gonzaga. Hoje somos órfãos por  não tê-lo em nosso meio, nossa cultura parou de ser documentada na vasta e estimada obra do filho de Seu Januário e de Dona Santana.

            Luiz Gonzaga em sua vida terrena, foi um grande exemplo de humildade e de dedicação. Gostaria de lembrar aqui, as últimas palavras do Rei concedida à imprensa no dia 02 de junho de 1989: "Já recebi e ganhei muitas. As outras homenagens naturalmente depois que eu morrer virão. Até já quiseram dar estátua, mas eu digo não. Pelo amor de Deus, isso não!" Mas a manhã do dia 02 de agosto de 1989, não sairá de nossa memória. Luiz Gonzaga entregava-se a Deus.

 
 

13 de dezembro

CHIQUINHA GONZAGA: 82 ANOS DE VIDA... PARABÉNS!!!

                                                                      PARABÉNS CHIQUINHA GONZAGA

          Nasceu no dia 11 de dezembro 1925 no Araripe, município de Exu – Pernambuco. Filha de Januário José dos Santos, o Vovô do Baião, e de dona Ana Batista de Jesus, Mãe Santana.

         Mulher sincera, de fibra e batalhadora. Seu nome significa a autenticidade do homem e da mulher do meu Nordeste. Também significa vitória.

         Desde 1952 que caminha pela vida musical, sendo a legítima herdeira do talento de "Pai Januário" ao continuar a tocar sanfona de 8 baixos. Seu ingresso na vida artística foi com a ajuda do pai, Seu Januário, e do irmão, Luiz Gonzaga, através de "Os Sete Gonzaga".

         Hoje aos 82 anos de vida lança, nas festas em Homenagem a Luiz Gonzaga – na cidade de Exu, seu mais precioso trabalho para comemorar os seus 50 anos de vida artística, intitulado "OITO E OITENTA". 

         A apresentação de Chiquinha Gonzaga será na noite de sábado, dia 15, no palco do PARQUE AZA BRANCA - atinga propriedade de Luiz Gonzaga.

         A cultura do Nordeste continua sendo cultivada pela "Família Januário", em especial hoje, por sua pessoa e seu filho, Sérgio Gonzaga, e por seu sobrinho, Joquinha Gonzaga.

 
 

PARABÉNS CHIQUINHA GONZAGA!!!

 
 

 
 

PARABÉNS GONZAGÃO!!! VIVA 13 DE DEZEMBRO

"Quero ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou muito seu povo, o sertão; que cantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes, os valentes, os covardes, o amor. Este sanfoneiro viveu feliz pôr ver o seu nome reconhecido pôr outros poetas, como Gonzaguinha, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Alceu Valença. Quero ser lembrado como o sanfoneiro que cantou muito o seu povo, que foi honesto, que criou filhos, que amou a vida, deixando um exemplo de trabalho, de paz e amor."

                                                                                                (Luiz Gonzaga – Rei do Baião)

 
 

NA CERTEZA DE QUE TODOS NÓS SOMOS GRATOS PELA VIDA DE LUIZ GONZAGA, O REI DO BAIÃO, VIMOS ENTÃO NESTA MADRUGADA DE 13 DE DEZEMBRO DIZER DA ALEGRIA DE PARABENIZAR GONZAGÃO POR SEUS 95 ANOS DE VIDA.

 
 

ELE SERÁ SEMPRE LEMBRADO POR SEUS MILHÕES DE FÃS QUE ACOMPANHARAM ATRAVÉS DE CINCO DÉCADAS SUA MÚSICAS DE PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA DO HOMEM BRASILEIRO.

 
 

NESTE SÁBADO, 15 DE DEZEMBRO, EXÚ RECEBE OS GONZAGUEANOS: CHIQUINHA GONZAGA, IRMÃ DE GONZAGÃO; SÉRGIO GONZAGA, FILHO DE CHIQUINHA E SOBRINHO DE GONZAGÃO E JOQUINHA GONZAGA, SOBRINHO DE





LETRA DA MÚSICA "A FERIA DE CARUARU" DE LUIZ GONZAGA QUE COMPLETA 50 ANOS EM 2007!!!

A Feira de Caruaru
(Onildo Almeida)

A feira de Caruaru
Faz gosto da gente ver
De tudo que há no mundo
Nela tem pra vender
Na feira de Caruaru

Tem massa de mandioca
Batata assada
Tem ovo cru

Banana, laranja e manga
Batata doce, queijo e cajú
Cenoura, jabuticaba,
Guiné, galinha,
Pato e peru

Tem bode, carneiro e porco
Se duvidar isso é cururu

Tem cesto, balaio, corda
Tamanco, greia, tem boi tatu
Tem fumo, tem tabaqueiro
Tem tudo e chifre
De boi zebu

Caneco, arcoviteiro
Peneira, boi
Mel de uruçu
Tem carça de arvorada
Qué pra matuto
Não andar nu

Na feira de Caruaru
Tem coisa pra gente ver
De tudo que há no mundo
Nela tem pra vender
Na feira de Caruaru
Tem rede, tem baleeira,
Mó de menino
Caçar nhandu
Maxixe, cebola verde,
Tomate, coentro,
Côco e xuxu

Armoço feito na corda,
Pirão mexido
Que nem angu,
Mobília de tamborete
Feita de tronco de mulungu

Tem louça,
tem ferro véio,
Sorvete de raspa
Que faz jaú

Gelado, caldo de cana
Fruta de parme
E mandacaru

Boneco de vitalino
Que são conhecido
Inté no Sul,
De tudo que há no mundo
Tem na feira de Caruaru
A feira de Caruaru...

 
 

Essa música é composiçao de Luiz Gonzaga e Onildo Almeida de estilo folclórico, lançada em 1957. ela está em arquivo da RCA Victor com matriz "13-H2PB-0069" e datada de 21/03/1957.


 

21 de agosto

VIVA EXÚ, TERRA DE LUIZ GONZAGA!!! COMEMORANDO O SEU 1º CENTENÁRIO.

VIVA EXU!

 
 

            A cidade de Exu está situada às margens do Rio Brígida no sopé da serra do Araripe, fazendo divisa com as cidades de Crato, Santana do Cariri e Jardim, no estado do Ceará. Esta cidade pernambucana fica à 700Km de Recife. De acordo com o último censo realizado pelo IBGE, ante de 1999, sua população total era de 31091 habitantes. Lá estão depositados todos os sonhos da Família Januário, através da pessoa do Rei do Baião.

            O moleque 'fiota', muito cedo mostrou aos colegas da Fazenda Caiçara à 12Km de Exu, o som tirado de um fole de oito baixos, igualzinho àquele que Mestre Januário sanfonava nas noites de samba, ali pertinho do Araripe. Mais tarde, o filho de Seu Januário e de Dona Santana, lá das bandas de Novo Exu fazia sucesso na Rádio Nacional, no Rio de Janeiro.

            Luiz Gonzaga não se cansava de enaltecer o nome de sua querida Exu. Lutou pedindo a Deus e a seu povo, a paz para o seu berço, que antes era só alegria e que a partir do dia 10 de abril de 1949, começava uma guerra sangrenta entre as famílias Sampaio, Alencar e Saraiva. Este episódio ficou conhecido em todo o Brasil e no mundo. A primeira semente, súplica de paz que Luiz Gonzaga lançou a seu povo, foi com a música CANTARINO, lançada em 1973.

            Nesta música Luiz Gonzaga usa os pássaros, Cantarino e Asa Branca, para expressar seu sentimento:           

"Volto agora a minha terra/ Volto agora ao meu torrão

                        Trago paz pra minha gente/ Trago amor no coração

Quero ouvir a Asa Branca/ Contemplar o amanhecer

                        Quero amar este recanto/ Terra que me fez nascer.

 
 

                        Canta, canta Cantarino/ Quero ouvir o teu cantar.

                        Canta, canta Cantarino/ Canta para me ajudar

                        Teu canto é a promessa/ De um ano chovedor

                        Teu canto é a esperança/ De um povo sofredor

 
 

                        Voltarei a ser vaqueiro/ Ou modesto lavrador

                        Cantarei com repentistas/ Esperança, paz e amor 

                        Vou lutar por minha gente/ Abraçar o meu Sertão

                        Cada sertanejo amigo/ Cada amigo um irmão

                        Vou lutar por minha gente/ Abraçar o meu Sertão

                        Cada sertanejo amigo/ Cada amigo um irmão

 
 

                        Canta, canta Cantarino/ O vento soprano lá na serra

                        Canta, canta Cantarino/ é sinal de lavoura na minha terra."

 
 

            Luiz Gonzaga sempre teve uma grande vontade de vê seu povo, sua Exu querida em paz. Queria vê reinar a paz no seu pé de serra. Em 1979 compôs com o filho Gonzaguinha a música RIO BRÍGIDA, no qual, eles narram a tristeza do Rio Brígida ao passar por Novo Exu, ele sai chorando por vê irmão matando irmão. Este era mais um apelo de pai e filho em prol da paz. Luiz Gonzaga foi então procurar o governador de Pernambuco para pedir ajuda, não sendo suficiente, foi ao Presidente da República em exercício, Dr. Aureliano Chaves e disse: "Dr. Aureliano, faça um esforço para levar a paz à minha terra!" Após  este encontro com Dr. Aureliano, Luiz Gonzaga parte então para Exu e espera a realização da paz e que a vontade de Deus se faça presente nos corações dos homens.

Foi decretado pelo o governo de Pernambuco a intervenção no município de Exu, esta notícia foi publicada no Diário Oficial no dia 10 de novembro de 1981. Com este impulso de Luiz Gonzaga junto ao governo federal, Exu escrevia um novo capítulo de sua história, começava-se a firmar o sentimento de mansidão e de paz. A intervenção em Exu teve a duração de um ano e dois meses. Luiz Gonzaga ainda com medo de a paz não está entranhada no coração de seu povo exuense, canta com o filho a música PRECE POR EXU NOVO, de autoria do próprio Gonzaguinha, e gravada entre janeiro e fevereiro de 1982.

Prece Por Exu Novo é realmente uma súplica a Deus, a Virgem Maria e a memória de "Pai Januário":           

"Seu moço é tão triste a história/

Que já nem sei do começo/

Não gosto de sua lembrança/

E quando lembro estremeço/

Eu era ainda criança/

E tudo já estava no avesso/

Amor demais deu em ódio/

Tomou as contas de um terço.

Pai Nosso nos salve Maria não deixe esses filhos sem berço.

Pai Nosso nos salve Maria não deixe esses filhos sem berço.

Ai, Ai, Ai, Ai , Ê!  Ai, Ai, Ai, Ai , Ê!

 
 

São tantos ódios a solta/

São tantas vezes a cruz/

São tantos corpos tombados/

São tantas vidas sem luz/

São tantas vezes a raiva/

Tecendo seu negro capuz/

É tanto sangue e maldade/

Que só o canto traduz.

Pai Nosso nos Salve Maria, ajude a gente ó Jesus.

Pai Nosso nos Salve Maria, ajude a gente ó Jesus.

Ai, Ai, Ai, Ai , Ê!  Ai, Ai, Ai, Ai , Ê!

 
 

 
 

E vamos embora daqui/

Meu Deus não dá pra ficar/

Meu Cristo eu quero sumir/

Eu vou fugir pra aculá/

Exu ficando vazio/

E o povo buscando lugar/

A donde havia alegria/

Sobrevive o mal estar.

Pai Nosso nos salve Maria, da lei do morrer ou matar.

Pai Nosso nos salve Maria, da lei do morrer ou matar.

Ai, Ai, Ai, Ai , Ê!  Ai, Ai, Ai, Ai , Ê!

 
 

 
 

Que os poderosos se matem/

Problema é do poder/

Mais sempre sobra pros pobres/

E isso eu não posso entender/

Acaba restando uns quatro/

Pra tentar se resolver/

Quatro tiros quatro mortes/

E ninguém mata a nascer.

Pai Nosso nos salve Maria a morte não pode vencer.

Pai Nosso nos salve Maria a morte não pode vencer. 

Ai, Ai, Ai, Ai , Ê!  Ai, Ai, Ai, Ai , Ê!

 
 

 
 

Pois é meu Pai Januário/

Parece que a paz não vingou/

Nas terras do teu pé de serra/

Acauã só agoirou/

Canta mais triste o Assum Preto/

Mais triste do que cantou/

No céu já não vejo Asa Branca/

Foi s'imbora  e não voltou.

Pai Nosso nos salve Maria, Padim Cirso por favor.

Pai Nosso nos salve Maria, Padim Cirso por favor.

Ai, Ai, Ai, Ai , Ê!  Ai, Ai, Ai, Ai , Ê!

 
 

 
 

E entra ano e sai ano/

E tudo sem solução/

O filho que a juventude/

Com sua revolução/

Nos traga o amor e acabe/

O horror desta tradição/

E assim permita meu povo/

Que volte pro meu Sertão.

Nos mostre Pai Nosso e Maria, irmão ajudando irmão.

Nos mostre Pai Nosso e Maria, irmão ajudando irmão.

Ai, Ai, Ai, Ai , Ê! Ai, Ai, Ai, Ai , Ê!

Ai, Ai, Ai, Ai , Ê! Ai, Ai, Ai, Ai , Ê!

 
 

Essa união de Luiz Gonzaga e Gonzaguinha é muito forte, para melhor expressar seus sentimentos de amor e fidelidade à sua terra. O sonho, a alegria de Gonzagão foram realizados  e agora só reina a paz naquela terra. Exu hoje é conhecida como a terra do Asa Branca da Paz. É uma cidade acolhedora, do jeito do coração de Luiz Gonzaga – o Rei do Baião.

Exu, nos orgulhamos por teu filho e nosso irmão que partiu para todo o Brasil, honrando teu nome e defendendo a todos nós nordestinos. Luiz Gonzaga sempre honrou teu nome, e em diversas cidades do Brasil dizia: 'Viva Exu!' Seu amor ao torrão natal era tamanha, prova disto, é os seus últimos anos de existência morando nesta bendita cidade situada às margens do Rio Brígida. Os restos mortais de Seu Januário, Dona Santana, Severino Januário, Dona Helena e de Luiz Gonzaga repousam no Mausoléu do Gonzagão, no Parque Asa Branca, em Exu. Viva Exu!!!

 
 

 
 


 

MÚSICAS DE GONZAGÃO QUE FAZEM 50 ANOS EM 2007!

MÚSICAS DE GONZAGÃO QUE FAZEM 50 ANOS EM 2007!
No ano de 1957 LUIZ GONZAGA lançou as seguintes músicas:
A Feira de Caruaru(Onildo Almeida);
Capital do Agreste(Onildo Almeida/Nelson Barbalho);
O Passo da Rancheira(Zé Dantas e Luiz Gonzaga);
São João Antigo(Zé Dantas e Luiz Gonzaga);
Quarqué Dia(Jairo Argileu/Heronf Domigues);
Malhada de Bois(Luiz Gonzaga/Amâncio Cardoso);
São João no Arraiá(Zé Dantas);
Testamento de Caboclo(Renê Bittencourt/Raul Sampaio);
Dia dos Pais(Luiz Gonzaga/Chico Anísio);
Estrela de Ouro(Antônio Barroso/José Batista);
Linda Brejeira(Rui Morais e Silva/Joaquim Lima);
Meu Pajeú(Luiz Gonzaga/Raimundo Granjeiro);
O Delegado no Coco(Zé Dantas);
Comício de Mato(Joaquim Augusto/Nélson Barbalho);
Xote das Moças(Nélson Barbalho/Joaquim Augusto);
Forró no Escuro(Luiz Gonzaga).

Estas músicas foram imortalizadas na voz do Rei do Baião. Nossos avós, pais, cresceram ouvinda estas belas poesias de amor à terra.

E VIVA LUIZ GONZAGA, O ASA BRANCA DA PAZ. AQUELE QUE CANTOU PARA O PAPA JOÃO PAULO II.


Um abraço a todos...