quarta-feira, 22 de julho de 2020

CANGACEIRA DULCE NO LIVRO TERRA DE BRAVA GENTE



     o Livro Terra de Brava Gente narra a história da cangaceira Dulce.
o autor João de Sousa Lima reencontrou em Paulo Afonso a dona Maria Cícera, irmã de Dulce e que há mais de 60 anos não se viam, o historiador fez o encontro das duas e por essa ação acabou sendo privilegiado com uma entrevista com Dulce, pois ela não dava entrevistas.
para adquirir a obra: João de Sousa Lima 75-988074138 ou joaoarquivo44@bol.com.br









quinta-feira, 18 de junho de 2020

João de Sousa Lima, a casa de Maria Bonita

JOÃO DE SOUSA LIMA, MUSEU CASA DE MARIA BONITA EM PAULO AFONSO NA BAHIA

João de Sousa Lima, Casa Maria Bonita

João de Sousa Lima, Casa de MARIA BONITA e histórias sobre Lampião...

João de Sousa Lima, Casa de Maria Bonita se transforma em museu em Paulo Afonso, na Bahia - ...

João de Sousa Lima, MUSEU CASA DE MARIA BONITA

Maria Bonita, João de Sousa Lima

Roteiros do Cangaço em Paulo afonso por João de Sousa Lima - Casa da Cangaceira Lídia

João de Sousa Lima apresenta a cada da Cangaceira Lídia - roteiros do cangaço em Paulo afonso

João de Sousa Lima: Roteiros do cangaço em Paulo Afonso

Roteiros do cangaço, João de Sousa Lima

Cangaço - João de Sousa Lima e a ex-cangaceira Dulce

Lagoa do Mel por João de Sousa Lima

Teofilo Pires do Nacimento, um bravo soldado da volante - João de Sousa Lima

Cangaço Campina - "As Mulheres no Cangaço"

João de Sousa Lima

Cangaço e eu - João de Sousa Lima

https://youtu.be/uVe26e_saKg

https://youtu.be/uVe26e_saKg

segunda-feira, 16 de março de 2020

Escritor e Historiador João de Sousa Lima toma posse em Aracaju na ABLAC - Academia Brasileira de Letras e Artes do Cangaço



         Foi realizado em Aracaju na última sexta feira, dia 13 de março de 2020, no auditório da Universidade |Tiradentes – UNIT, a solenidade de posse dos Integrantes da ABLAC - Academia Brasileira de Letras e Artes do Cangaço.
 A Cerimônia contou com a participação de numerosa assistência entre autoridades civis e militares, estudantes, pesquisadores, escritores e público em geral. Foram empossados 41 acadêmicos todos escolhidos a partir de criteriosa pesquisa em razão de seus trabalhos na análise do fenômeno cangaço. Sete estados do Nordeste foram representados entre os escolhidos, Bahia, Sergipe, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Alagoas e Rio Grande do Norte.
A Bahia teve três representantes da cidade de Paulo Afonso, nas pessoas dos escritores João de Sousa Lima, hoje presidente do IGH-PA – Instituto Geográfico e Histórico de Paulo Afonso, Gilmar Teixeira e Luis Ruben.
A ABLAC busca agregar o conhecimento disperso nos vários territórios da região, de maneira a afunilar os estudos e propor novos entendimentos, ampliando esses olhares para as coisas do sertão.
A cerimônia repercutiu intensamente nos meios culturais pela pluridade dos acadêmicos e pela proposta inovadora da entidade.
    João de Sousa Lima que tem como patrono o poeta e conterrâneo Rogaciano Leite, falou da importância e da honra em tomar posse na ABLAC, salientando que seus longos anos de pesquisas no tema cangaço agregam agora um valor inestimável em sua extensa trajetória de análises das histórias orais e do resgate dos fatos que tão densamente marcou um período do povo Nordestino no mais profundo Sertão.




João de Sousa Lima e o ex governador e Senador Albano Franco



três representantes de Paulo Afonso Luis Ruben, João de Sousa Lima e Gilmar Teixeira


terça-feira, 10 de março de 2020

IGH - Instituto Geográfico e Histórico de Paulo Afonso completa 1'6 anos preservando nossas histórias.



     Dia 05 de março de 2020 o IGH de Paulo Afonso completou 16 anos de fundação.
A Instituição vem realizando vários trabalhos de pesquisas sobre a região, lutando na preservação das nossas culturas e nossas histórias.
Em comemoração aos 16 anos os membros foram agraciados com uma Medalha, estando presentes no momento o atual presidente João de Sousa Lima e os Diretores Flávio Motta, Edileusa Pires, Marta Cavalcanti, Eduardo Cruz, Roberto Ricardo, Mônica Vieira e Soleny.
A cobertura ficou a cargo do radialista Fábio Salvador que deu ênfase ao evento em seu programa na Rádio Bahia Nordeste - RBN, onde falou da importância da Instituição para o desenvolvimento da educação da cidade, uma vez que o IGH firmou parceria com a Secretaria de Educação de Paulo Afonso onde atuará com várias palestras informativas.
A parceria também conta com o apoio da Casa da Cultura.
O Projeto firmado entre a Secretaria Municipal de Educação, Casa da Cultura e o IGH , chamado:"PAULO AFONSO: CONHECER O PASSADO PARA ENTENDER O PRESENTE E CAMINHAR PARA O FUTURO", tem por meta a parceria do IGH e se realizará por meio de vínculo de cooperação que deverá ter as seguintes características:
Os departamentos parceiros ficam responsáveis em auxiliar a Secretaria  Municipal de Educação na elaboração de objetos  de conhecimentos e a inserção dos mesmos na parte Diversificada da Base nacional Comum Curricular - BNCC, que farão parte dos currículos escolares da Rede Municipal de ensino.
    Trabalharão o repertório Cultural, criando oportunidades para que estudantes tenham acesso aos bens culturais materiais e imateriais, apreciando e sendo produtores de artes, dança, música, exposição, desenvolvendo  assim a criatividade com a realização de mostras de artes, de exposições de objetos históricos, relacionados com a regionalização em nossa cultura.
   Promover atividades de pesquisa e preservação do patrimônio cultural oriundo da presença de importantes personagens que fizeram a história do nosso município.

O IGH continua a Luta de escrever e preservar nossas histórias.



terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

mote para o poeta Rafael Neto - “NA PENUMBRA DO QUARTO A CAMA FRIA A SAUDADE MACHUCA O CORAÇÃO”

Conversando certa vez com o poeta Rafael Neto, ele me pediu um mote e eu rabisquei em um papel:

“NA PENUMBRA DO QUARTO A CAMA FRIA
A SAUDADE MACHUCA O CORAÇÃO”

O “POETINHA DE CRISTO” VERSOU:

OH MEU DEUS EU ESTOU DESENGANADO
QUE O MEU MAL DE AMOR JÁ NÃO TEM CURA
TODA NOITE A SAUDADE ME TORTURA
POR QUE NÃO TENHO ELA DO MEU LADO
DEVO ESTA É PAGANDO ALGUM PECADO
POR SOFRER TANTA ANGUSTIA E SOLIDÃO
JÁ NÃO POSSO DEITAR NO MEU COLCHÃO
POR QUE SINTO O PUNHAL DA NOSTALGIA
NE PENUMBRA DO QUARTO A CAMA FRIA
A SAUDADE MACHUCA O CORAÇÃO

NA AUSÊNCIA DO AMOR NÓS SOFREMOS
NOSSO QUARTO FICOU DE ASPECTO TRISTE
E EU NÃO SEI COMO É QUE ELA INSISTE
ESQUECER TUDO AQUILO QUE VIVEMOS
AS VEREDAS DO AMOR NÓS PERCORREMOS
SEM NOTAR OS ESPINHOS PELO CHÃO
ENSOPEI OS LENÇOIS DO MEU COLCHÃO
AO LEMBRAR QUE DORMI COM ELA UM DIA
NA PENUMBRA DO QUARTO A CAMA FRIA
A SAUDADE MACHUCA O CORAÇÃO.



João de Sousa Lima
Escritor / Historiador
Paulo Afonso, 11 de fevereiro de 2020.




quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

A CACHOEIRA DE PAULO AFONSO EM DUAS PINTURAS DE 1949 - www.joaodesousalima.blogspot.com




     DUAS PINTURAS À OLEO DATADAS DE 1949 MANTIDOS NA CASA DA DIRETORIA DA CHESF RETRATA A CACHOEIRA.

     O IGH – Instituto Geográfico e Histórico de Paulo Afonso, na gestão de 2019 / 2020 atuando em uma pesquisa de nossos monumentos, das histórias e geografias, durante uma visita técnica a casa da Diretoria da Chesf em Paulo Afonso, realizada por mim e o engenheiro Flávio Motta, visitamos uma das mais antigas e belas construções do inicio dos trabalhos da empresa na região.
Na sala principal do casarão encontramos dois quadros retratando a Cachoeira em desenhos de óleo sobre Tela. Os dois quadros foram pintados em 1949, sendo duas perfeitas e históricas obras. Anotei os nomes dos pintores e fui realizar uma pesquisa encontrando várias referências sobre os dois.

Um dos quadros é assinado por Lev. Fanzeres.

Levino de Araújo Vasconcelos Fanzeres, nascido em Cachoeiro de Itapemirim, Espirito santo em 1884 e falecido no  Rio de Janeiro em 1956.
Pintor e professor. Mudou-se para o Rio de Janeiro jovem, levado pelo pai, Salvador Fanzeres. Estudou no Liceu de Artes e Ofícios com Artur Machado e Evêncio Nunes.  Em 1910, ingressou na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), onde tornou-se discípulo de João Zeferino da Costa (1840-1915) e Baptista da Costa (1865-1926). No ano seguinte, participou pela primeira vez da Exposição Geral de Belas Artes e recebeu uma menção honrosa. Em 1912, ganhou como prêmio uma viagem à Europa, com a tela Remorso de Judas. Passou quatro anos em Paris, onde teve aulas com Fernand Cormon (1845-1924), Henri Chartier (1859-1924) e Gustave Debrié. Pintou paisagens dos arredores da cidade. Quando retornou, em 1916, fez uma exposição individual no Rio de Janeiro e fundou a Colméia dos Pintores do Brasil, curso gratuito de pintura de paisagem ao ar livre, que funciona na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. Ali orientou vários alunos, como Garcia Bento (1897-1929), Jurema Albernaz, Codro Palissy, Antônio Cotias, Miguel d'Ambra e Alfredo Rodrigues. Em 1921, recebeu a grande medalha de prata na Exposição Geral de Belas Artes. Há quadros seus nas coleções das prefeituras de São Paulo, de Belém e de Belo Horizonte, assim como no palácio de governo do Espírito Santo. A Colméia continuou funcionando após sua morte.
    Levino Fanzeres recebeu um prêmio de uma viagem ao Exterior graças a uma pintura histórica, no segundo ano em que participou da Exposição Geral de Belas Artes. Entretanto, ele é quase exclusivamente um pintor de paisagens.
Foi a Paris, mas não se deixou influenciar pelas novidades artísticas da época. Estudou em ateliês de pintores acadêmicos  e saui para pintar os arredores da cidade.
Voltou ao Brasil em 1916, mas não à Escola Nacional de Belas Artes (Enba).

        O segundo quadro é do pintor Portugues  Carlos Augusto Ramos, nascido em Coimbra em 15 setembro de 1912  e falecido  14 de Setembro de 1983.
Em Coimbra Carlos Augusto Ramos desenvolveu toda a sua atividade.
De ascendência modesta, iniciou-se muito novo na profissão de pintor de construção civil. Foi nesta condição que se acentuou seu gosto pelo desenho e pela pintura artística. Incentivado pelos amigos e esposa.
Matriculou-se na Escola Industrial e Comercial Avelar Brotero e, estudando à noite, ali concluiu o curso geral de desenho, tendo sido discípulo de Manuel Rodrigues Júnior.
Estagiário da primeira, quinta e sexta Missões Estéticas de Férias, Carlos Ramos foi várias vezes contemplado com "Menções Honrosas" por diversas instituições, caso da Sociedade nacional de Belas-Artes de Lisboa (1940-1943) e obteve outras distinções, em especial uma terceira medalha da mesma Sociedade, em 1947.
Em 1948 foi galardoado com o "Prémio Malhoa", e a bolsa de estudo correspondente, que lhe permitiu uma viagem ao estrangeiro no ano seguinte. Participou em numerosas exposições na Sociedade Nacional de Belas-Artes, no Salão Silva Porto (1943-1952), na Exposição Internacional de Sevilha (1952), no Salão António Carneiro (1953), etc.
Expôs com regularidade na Delegação do Jornal «O Primeiro de Janeiro», em Coimbra e colaborou na revista Ilustração iniciada em 1926.
Em Agosto/Setembro de 1989 foi evocado numa grande exposição de obras suas, organizada pela Câmara Municipal da Lousã, na Sala de Exposições do Museu Municipal Professor Álvaro Viana de Lemos, daquela localidade.
As tonalidades apostas nos seus trabalhos resultam de estudo profícuo e procuram encontrar a beleza, o contraste e a ambiência que ressalta da fixação da luz no momento fugaz de sol num dia de Inverno, na pujança inebriadora da Primavera, no colorido encantador do Outono e na grandeza exuberante dos meses de Verão.
Por outro lado, Carlos Ramos captou, como ninguém, o esforço do homem rural, o denodo com que se entrega à faina agrícola, a bravura e destemor do pescador e os tradicionais costumes, tradições e vivências que identificam as pessoas da aldeia, os obreiros constructores de comunidades e depositários de valores que se transmitiram de geração em geração.
As expressões dos rostos, o movimento corporal, a indumentária, a actividade intensa do mundo rural, a diversidade das atitudes e a corografia que os seus quadros veiculam, fizeram da sua arte um exemplo de criatividade e afirmação plena do seu talento.
       Em 1940 recebeu  Menção Honrosa em Pintura a Óleo pela Sociedade Nacional de Belas-Artes. 1943 - Menção Honrosa em Pastel (Sociedade Nacional de Belas-Artes). 1943 - 3ª Medalha - Salão do Estoril. 1947 - 3ª Medalha em Pintura a Óleo - Sociedade Nacional de Belas-Artes. 1948 - Prémio Malhoa e Bolsa de Estudo no Estrangeiro - Sociedade Nacional de Belas-Artes.
     Também expôs nas salas:  Governo Civil de Coimbra, Governo Civil de Leiria, Câmara Municipal da Lousã, Palácio do Governo de Lourenço Marques, Maputo, Sociedade Nacional de Belas-Artes.
      Sua obra compõe várias coleções de colecionadores: Coleção Dr. Armando Ribeiro Cardoso - Lisboa, Coleção Dr. Seiça Ferrer,-Coimbra, Coleção Mário Santos – Porto,Coleção Conde de Fijô – Coimbra, Coleção Rudolph Beckert, -Lisboa, Coleção Vasco de Figueiredo - Tábua, Coleção Dr. Mário Canelas - Figueira da Foz.
       Também existem trabalhos do artista em:  Sociedade Nacional de Belas-Artes (1940),  Salão Nobre da Câmara Municipal de Coimbra (1940), Realizou exposição no Porto (1940), V Missão Estética de Férias - Sociedade Nacional de Belas-Artes (1941), Sociedade Nacional de Belas-Artes (1943), Salão do Estoril (1943),  Salão Silva Porto (1943), Sociedade Nacional de Belas-Artes (1944), 1ª Exposição de Pintores de Coimbra / Delegação «O Primeiro de Janeiro» (1944),  Palácio Galveias / 1ª Secção / "A imagem da flor" - Câmara Municipal de Lisboa (1945),  Sociedade Nacional de Belas-Artes (1954), Sociedade Nacional de Belas-Artes (1947),  "Salão Malhoa" - Sociedade Nacional de Belas-Artes (1948),  Salão da Comissão Municipal de Turismo da Covilhã (1949), Salão de Primavera - Sociedade Nacional de Belas-Artes (1950), Livraria Portugália, Lisboa (1950), Salão de Primavera - Sociedade Nacional de Belas-Artes (1951), Delegação de «O Primeiro de Janeiro», Coimbra (1951), Delegação de «O Primeiro de Janeiro», Coimbra (1952), Exposição Internacional de Sevilha (1952), Salão Silva Porto, Porto (1952), Salão António Carneiro (1953), Delegação de «O Primeiro de Janeiro», Coimbra (1954), Museu Regional de Lagos (1954), Delegação de «O Primeiro de Janeiro», Coimbra (1955), Salão de Primavera - Sociedade Nacional de Belas-Artes (1956), Sociedade Nacional de Belas-Artes (1957), Vila Franca de Xira (1957), "Paisagens e Figuras da nossa Terra" / Delegação de «O Primeiro de Janeiro», Coimbra (1958), "Paisagens e Figuras da nossa Terra" / Sociedade Nacional de Belas-Artes (1959), "Paisagens e Figuras da nossa Terra" / Delegação de «O Primeiro de Janeiro», Coimbra (1959), Grémio do Comércia, Beja (1960), Delegação de «O Primeiro de Janeiro», Coimbra (1960), “Paisagens e Figuras da nossa Terra" / Delegação de «O Primeiro de Janeiro», Coimbra (1961), Sociedade Nacional de Belas-Artes (exposição individual) (1962), Delegação de «O Primeiro de Janeiro», Coimbra (1962), Sociedade Nacional de Belas-Artes (1963), "Paisagens e Figuras da nossa Terra" / Delegação de «O Primeiro de Janeiro», Coimbra (1963), Sociedade Nacional de Belas-Artes (1964), Delegação de «O Primeiro de Janeiro», Coimbra (1965), Sociedade Nacional de Belas-Artes (1965), "Paisagens e Figuras da nossa Terra" / Sociedade Nacional de Belas-Artes (1966), Sociedade Nacional de Belas-Artes (1967), Delegação de «O Primeiro de Janeiro», Coimbra (1967), Sociedade Nacional de Belas-Artes (1968), Delegação de «O Primeiro de Janeiro», Coimbra (1973).



João de Sousa Lima
Escritor e historiador
Presidente do IGH - Instituto Geográfico e Histórico de Paulo Afonso
Membro da ALPA – Academia de Letras de Paulo Afonso, cadeira 06.

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

EVA FREIRE DA COSTA UMA PEQUENA BIOGRAFIA DE UMA DAS MAIORES ATLETAS DE PAULO AFONSO.



    EVA FREIRE DA COSTA
UMA PEQUENA BIOGRAFIA DE UMA DAS MAIORES ATLETAS DE PAULO AFONSO.


      Eva  Freire da Costa  nasceu no dia 03 de dezembro de 1943 na Zona Rural de Mata Grande, Alagoas, povoação conhecida com Angical. Foi registrada em Delmiro Gouveia.
Vem de uma família numerosa e trabalhadora: Seus pais: Artur Freire Costa e Joventina Freire da Costa “Jovi”.
Irmãos: Noêmia, Maria de Lourdes, Leonor, Aurelina, Adão, Vanilda e Francisca.
 O pai de Eva, seu Artur, era pedreiro e em 1946 foi um dos pioneiros da Chesf trabalhando ainda no fechamento do Rio São Francisco, na Barragem Leste. Ele veio com alguns amigos de Delmiro Gouveia trabalhar nas obras de barramento do Rio e tiveram que construir uma casa de taipa coberta com palhas para poderem se abrigar. Tempos depois ele foi buscar a família em um caminhão da empresa e dirigido por “Manula”.
Com a família residindo a margem do São Francisco, as brincadeiras dos filhos era sempre nas águas do milenar rio. Nas águas revoltas quase acontecia uma tragédia quando a correnteza das águas arrastou Aurelina e Adão foi salvar e a correnteza ia levando os dois que foram salvos pela irmã mais velha Noêmia.
Em 1949 seu Artur levou a família pra morar em Paulo Afonso. Um fato curioso foi que seu Artur criou um jovem chamado José do Patrocínio, que teve seus pais assassinados por cangaceiros.
Em Paulo Afonso seu Artur construiu uma casa na Rua da Frente, número 50.
O irmão de Artur, o senhor Arsênio Freire da Costa, tinha uma sorveteria e uma padaria em Delmiro Gouveia e trouxe uma máquina de sorvete para o irmão que fundou em Paulo Afonso uma das primeiras sorveterias da cidade chamada Sorveteria Vitória. Vizinho tinha outra sorveteria chamada Bandeirante, de propriedade de Odilon e Maria.
Em 1950 nasceu a caçula da família, Francisca, que casou com o baterista Luizinho, um grande músico e boêmio da cidade, casamento não aceito pela família.
Seu Artur enquanto funcionário da Chesf colocou seus filhos para estudarem nas Escolas mantidas pela empresa.
Em 1955 Eva estudava em uma escola Evangélica mantida pela 1ª Igreja batista.
Em 1957, cursando o 3º Ano Ginasial, no Murilo Braga. Conheceu Euclides Batista Filho, um jovem que tempos depois se tornaria seu marido e pais dos seus filhos. O namoro só começou em 1959, namoro que só durou um mês.
Em 1858 foi ser Bandeirante e Euclides escoteiro. Lindinalva Cabral era a Chefe das Bandeirantes.
Em 1960, estudando “Admissão” já no GPA- Ginásio Paulo Afonso, começou sua carreira bem sucedida como Atleta. Seus professores de Educação Física Vadinho e Ivan Vicente acreditaram muito no potencial da nova atleta e já em 1961 ela foi campeã em salto à distância, Corrida e revezamento (nessa modalidade com as amigas Helena de Galindo, Nonata e Leni de Manoel Barros). As olimpíadas aconteciam entre as classes do Ginásio Paulo Afonso.
Em 1962 ela foi bi campeã em Corrida, Salto em Distância e Revezamento.
Em 1963 foi tri campeã em Corrida, salto em Distância e Revezamento e Campeão em Salto em Altura. (uma curiosidade que o fotógrafo Cláudio Xavier conseguiu fotografar Eva no exato momento desse salto em altura eternizando esse momento em uma fotografia )
Em 1964 Eva foi tetra campeã em Corrida, Salto em Distância e Revezamento.
    Em 1965 faleceu a mãe de Eva e em setembro ela foi fazer um estágio no artesanato e depois estudou na 1ª turma de Magistério. Ainda nesse ano foi trabalhar na Chesf como auxiliar de escritório, saindo em dezembro de 1967. Casou com Euclides no dia que deu baixa da Chesf e foi residir no Rio de Janeiro.
Em 1973 trabalhou no INPS e em 1978 retornou para Paulo Afonso onde veio transferida para trabalhar no hoje extinto INAMPS, onde aposentou em 1994 (nesse ano ganhou a primeira neta).
Eva foi uma das grandes atletas de Paulo Afonso e uma mulher a frente do seu tempo que rompeu barreiras pra seguir seu homem amado em busca de nova vida. Hoje vive em sua residência cercada de muitas flores e plantas, que é seu passatempo preferido, cercada pelo amor dos filhos,  netos e amigos.




João de Sousa Lima
Historiador e escritor
Membro da ALPA- Academia de Letras de Paulo Afonso- cadeira 06
Membro do IGH – Instituto Geográfico e Histórico de Paulo Afonso.

Paulo Afonso 21 de janeiro de 2020

















sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

UMA IMAGEM CONTA MUITA HISTÓRIA. “Antônio da Viúva: Um pouco da história de um dos nossos Pioneiros”



      

UMA IMAGEM CONTA MUITA HISTÓRIA.
“Antônio da Viúva: Um pouco da história de um dos nossos Pioneiros”

    Sou mesmo um amante das fotografias, principalmente das imagens que contam nossas histórias. Um dos acervos mais ricos de fotos no Brasil é o acervo da CHESF – Companhia Hidrelétrica do São Francisco. Mais de 40.000 Imagens realizadas pelo engenheiro Bret Cerqueira Lima e pelo fotógrafo Cláudio Xavier, esse último ainda vivo e residindo em Paulo Afonso.
    As imagens da construção das usinas, próximo à cachoeira de Paulo Afonso, com os trabalhadores apelidados de “Cassacos”, são impressionantes, sobretudo pela rústica condição de trabalho, onde os peões não trabalhavam com equipamentos de segurança, durante as escavações das rochas abrindo túneis, em uma operação nunca observada em nossa região, aparecem os trabalhadores sem camisas, sem botas, sem luvas e sem capacetes, empunhando os marteletes movidos a ar comprimido, ferramenta muito utilizada nas aberturas dos túneis. ficaram conhecidos como os marteleteiros.
    Várias figuras e filmes retratam esses trabalhadores empunhando suas ferramentas e acessórios. Analisando uma das imagens onde aparecem vários “Coringueiros”, que operavam as “Coringas”, espécies de caçambas que transportavam os materiais retirados das galerias, vemos oito homens fazendo pose em cima da máquina de trabalho. Nesse mesmo dia da análise e catalogação da fotografia, por uma grande coincidência, indo procurar um amigo que havia descoberto um móvel antigo, materiais que estou adquirindo para compor o acervo do Museu do Nordeste em nossa cidade, chegando ao endereço da pessoa, na antiga “Tapera”, hoje Bairro Centenário, vejo um senhor sentado em um banco e me aproximo puxando conversa. Prosa boa, caboclo já com 85 anos de idade, lucidez aparente em sua conversa e tantas histórias de vida: nasceu em Mata Grande, em 1934, precisamente no dia 01 de outubro. Seu nome Antônio Gomes de Oliveira, conhecido por Antônio da Viúva.
Em 1951 ele veio com a família para Paulo Afonso. Família numerosa, com nove filhos e muitas dificuldades. Foram residir na “Libanesa” em uma casa de taipa com poucos cômodos e apertados. As irmãs lavavam e engomavam roupas para alguns funcionários da CHESF; O jovem Antônio foi vender pão e todo dia pegava um balaio cheio na padaria de Arsênio, que ficava no finalzinho da Rua da Frente e saía, ruas à fora, com o balaio na cabeça, comercializando o abençoado pão de cada de dia. Em uma das vendas chegou até a Cadeia de Pedra e pelas ferragens das celas uns detentos pegaram vários pães e o mandaram ir embora sem efetuar o pagamento. O delegado João de Cota vinha chegando e viu a ação dos delinquentes e acabou pagando os pães surrupiados, alertando-o para que não mais retornasse para vender pães a pessoas encarceradas.
Antônio trabalhou também vendendo picolés na sorveteria de João Mariano. Além de vender picolés ele fabricava os palitos e comercializava com o proprietário da sorveteria. Pegava as caixas de madeiras que vinham com sabão e que tinha uma madeira mole, desmanchava as caixas e fazia os palitos.
      Em 1953 o “Feitor” de obras, conhecido como Genésio Feitor, o colocou na Chesf como trabalhador braçal, onde realizava todo tipo de serviço. Pouco tempo depois Antônio foi trabalhar no concreto, participando da concretagem das usinas. Da concretagem foi trabalhar nas famosas “Coringas” com os amigos Expedito Curruta, Valdecir Isidoro, Robério Chupeta, Zé Grande, João Bosco, João Inácio (pai da Drª Francisca) e Simão.
A palavra Coringa deriva da marca americana "KOEHRING". Os modelos utilizados pela Chesf foram a DUMPTOR. Os funcionários não sabiam chamar Koehring e aportuguesaram o nome para Coringa.
Como Coringueiro desempenhou vários serviços. Chegou a sofrer um acidente quando tombou com uma das coringas, próximo ao monumento “O Touro e A Sucuri”, quebrando uma das mãos, na virada. Das coringas foi trabalhar no inesquecível “Papafilas”, espécie de ônibus alongado que transportava os alunos da Chesf para as escolas da empresa.
     Antônio em sua juventude foi aluno de Abel Barbosa no antigo prédio onde funcionou o Fórum e a Câmara de vereadores e que hoje é a Casa da Cultura, por acaso local onde no momento trabalho.
     Ouvi com atenção e entusiasmo as histórias de Seu Antônio. Depois de partilhar tantas informações o Antônio levantou amparado por uma rústica bengala e foi esquadrinhar dentro de sua residência uma velha fotografia amarelada pelo tempo. Lá estava a mesma imagem que eu havia visto no acervo da Chesf. Seu Antônio se identificou e nomeou todos os amigos que estão retratados junto à máquina que por tanto tempo eles operaram e que tantas recordações deixaram.
Combinamos que eu e ele iríamos entregar uma cópia da imagem a Simão, amigo de jornada nas Coringas e que ainda vive e reside em Paulo Afonso. 
   Esse foi um dia marcante, um dia de colher informações de um homem que escreveu uma página na história da Vila Poty e de Paulo Afonso. Foi um dos pioneiros da nossa cidade. Hoje, já velho, corpo cansado apesar de uma mente brilhante, vive seus dias a comentar o passado, passado tão vivo em suas lembranças vivas, um passado de lutas e glórias. Tempos vividos, tempos memoráveis.
Foi um grande prazer te conhecer “Antônio da Viúva”. Desejo que seus dias na terra sejam prolongados e que suas tantas histórias sejam apreciadas por muitos ainda, confirmadas por uma simples fotografia amarelada que guarda lembranças de um passado ainda tão presente em suas lembranças...
Jesus abençoe sua vida...

João de Sousa Lima
Membro da ALPA- Academia de Letras de Paulo Afonso, cadeira 06
Membro do IGH – Presidente do Instituto Geográfico e Histórico de P. Afonso.
Escritor e Historiador

Paulo Afonso, 10 de janeiro de 2020.