quarta-feira, 22 de julho de 2020
CANGACEIRA DULCE NO LIVRO TERRA DE BRAVA GENTE
o Livro Terra de Brava Gente narra a história da cangaceira Dulce.
o autor João de Sousa Lima reencontrou em Paulo Afonso a dona Maria Cícera, irmã de Dulce e que há mais de 60 anos não se viam, o historiador fez o encontro das duas e por essa ação acabou sendo privilegiado com uma entrevista com Dulce, pois ela não dava entrevistas.
para adquirir a obra: João de Sousa Lima 75-988074138 ou joaoarquivo44@bol.com.br
quinta-feira, 18 de junho de 2020
segunda-feira, 16 de março de 2020
Escritor e Historiador João de Sousa Lima toma posse em Aracaju na ABLAC - Academia Brasileira de Letras e Artes do Cangaço
Foi realizado em Aracaju na última sexta feira, dia 13 de março de 2020, no auditório da Universidade |Tiradentes – UNIT, a solenidade de posse dos Integrantes da ABLAC - Academia Brasileira de Letras e Artes do Cangaço.
A Cerimônia contou com a participação de
numerosa assistência entre autoridades civis e militares, estudantes,
pesquisadores, escritores e público em geral. Foram empossados 41 acadêmicos
todos escolhidos a partir de criteriosa pesquisa em razão de seus trabalhos na
análise do fenômeno cangaço. Sete estados do Nordeste foram representados entre
os escolhidos, Bahia, Sergipe, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Alagoas e Rio Grande
do Norte.
A Bahia teve três
representantes da cidade de Paulo Afonso, nas pessoas dos escritores João de
Sousa Lima, hoje presidente do IGH-PA – Instituto Geográfico e Histórico de
Paulo Afonso, Gilmar Teixeira e Luis Ruben.
A ABLAC busca agregar o
conhecimento disperso nos vários territórios da região, de maneira a afunilar
os estudos e propor novos entendimentos, ampliando esses olhares para as coisas
do sertão.
A cerimônia repercutiu
intensamente nos meios culturais pela pluridade dos acadêmicos e pela proposta
inovadora da entidade.
João de Sousa Lima que tem como patrono o
poeta e conterrâneo Rogaciano Leite, falou da importância e da honra em tomar
posse na ABLAC, salientando que seus longos anos de pesquisas no tema cangaço
agregam agora um valor inestimável em sua extensa trajetória de análises das
histórias orais e do resgate dos fatos que tão densamente marcou um período do
povo Nordestino no mais profundo Sertão.
João de Sousa Lima e o ex governador e Senador Albano Franco |
três representantes de Paulo Afonso Luis Ruben, João de Sousa Lima e Gilmar Teixeira |
terça-feira, 10 de março de 2020
IGH - Instituto Geográfico e Histórico de Paulo Afonso completa 1'6 anos preservando nossas histórias.
Dia 05 de março de 2020 o IGH de Paulo Afonso completou 16 anos de fundação.
A Instituição vem realizando vários trabalhos de pesquisas sobre a região, lutando na preservação das nossas culturas e nossas histórias.
Em comemoração aos 16 anos os membros foram agraciados com uma Medalha, estando presentes no momento o atual presidente João de Sousa Lima e os Diretores Flávio Motta, Edileusa Pires, Marta Cavalcanti, Eduardo Cruz, Roberto Ricardo, Mônica Vieira e Soleny.
A cobertura ficou a cargo do radialista Fábio Salvador que deu ênfase ao evento em seu programa na Rádio Bahia Nordeste - RBN, onde falou da importância da Instituição para o desenvolvimento da educação da cidade, uma vez que o IGH firmou parceria com a Secretaria de Educação de Paulo Afonso onde atuará com várias palestras informativas.
A parceria também conta com o apoio da Casa da Cultura.
O Projeto firmado entre a Secretaria Municipal de Educação, Casa da Cultura e o IGH , chamado:"PAULO AFONSO: CONHECER O PASSADO PARA ENTENDER O PRESENTE E CAMINHAR PARA O FUTURO", tem por meta a parceria do IGH e se realizará por meio de vínculo de cooperação que deverá ter as seguintes características:
Os departamentos parceiros ficam responsáveis em auxiliar a Secretaria Municipal de Educação na elaboração de objetos de conhecimentos e a inserção dos mesmos na parte Diversificada da Base nacional Comum Curricular - BNCC, que farão parte dos currículos escolares da Rede Municipal de ensino.
Trabalharão o repertório Cultural, criando oportunidades para que estudantes tenham acesso aos bens culturais materiais e imateriais, apreciando e sendo produtores de artes, dança, música, exposição, desenvolvendo assim a criatividade com a realização de mostras de artes, de exposições de objetos históricos, relacionados com a regionalização em nossa cultura.
Promover atividades de pesquisa e preservação do patrimônio cultural oriundo da presença de importantes personagens que fizeram a história do nosso município.
O IGH continua a Luta de escrever e preservar nossas histórias.
terça-feira, 11 de fevereiro de 2020
mote para o poeta Rafael Neto - “NA PENUMBRA DO QUARTO A CAMA FRIA A SAUDADE MACHUCA O CORAÇÃO”
“NA
PENUMBRA DO QUARTO A CAMA FRIA
A
SAUDADE MACHUCA O CORAÇÃO”
O “POETINHA DE CRISTO”
VERSOU:
OH
MEU DEUS EU ESTOU DESENGANADO
QUE
O MEU MAL DE AMOR JÁ NÃO TEM CURA
TODA
NOITE A SAUDADE ME TORTURA
POR
QUE NÃO TENHO ELA DO MEU LADO
DEVO
ESTA É PAGANDO ALGUM PECADO
POR
SOFRER TANTA ANGUSTIA E SOLIDÃO
JÁ
NÃO POSSO DEITAR NO MEU COLCHÃO
POR
QUE SINTO O PUNHAL DA NOSTALGIA
NE
PENUMBRA DO QUARTO A CAMA FRIA
A
SAUDADE MACHUCA O CORAÇÃO
NA
AUSÊNCIA DO AMOR NÓS SOFREMOS
NOSSO
QUARTO FICOU DE ASPECTO TRISTE
E
EU NÃO SEI COMO É QUE ELA INSISTE
ESQUECER
TUDO AQUILO QUE VIVEMOS
AS
VEREDAS DO AMOR NÓS PERCORREMOS
SEM
NOTAR OS ESPINHOS PELO CHÃO
ENSOPEI
OS LENÇOIS DO MEU COLCHÃO
AO
LEMBRAR QUE DORMI COM ELA UM DIA
NA
PENUMBRA DO QUARTO A CAMA FRIA
A
SAUDADE MACHUCA O CORAÇÃO.
João
de Sousa Lima
Escritor
/ Historiador
Paulo
Afonso, 11 de fevereiro de 2020.
quinta-feira, 30 de janeiro de 2020
A CACHOEIRA DE PAULO AFONSO EM DUAS PINTURAS DE 1949 - www.joaodesousalima.blogspot.com
DUAS PINTURAS À OLEO DATADAS DE 1949 MANTIDOS NA CASA DA DIRETORIA DA CHESF RETRATA A CACHOEIRA.
O
IGH – Instituto Geográfico e Histórico de Paulo Afonso, na gestão de 2019 /
2020 atuando em uma pesquisa de nossos monumentos, das histórias e geografias,
durante uma visita técnica a casa da Diretoria da Chesf em Paulo Afonso,
realizada por mim e o engenheiro Flávio Motta, visitamos uma das mais antigas e
belas construções do inicio dos trabalhos da empresa na região.
Na sala principal do casarão encontramos dois quadros retratando a
Cachoeira em desenhos de óleo sobre Tela. Os dois quadros foram pintados em
1949, sendo duas perfeitas e históricas obras. Anotei os nomes dos pintores e
fui realizar uma pesquisa encontrando várias referências sobre os dois.
Um dos quadros é assinado
por Lev. Fanzeres.
Levino de Araújo Vasconcelos Fanzeres, nascido em Cachoeiro de Itapemirim, Espirito santo em 1884 e falecido no Rio de Janeiro em 1956.
Pintor e professor. Mudou-se para o Rio de Janeiro
jovem, levado pelo pai, Salvador Fanzeres. Estudou no Liceu de Artes e Ofícios com
Artur Machado e Evêncio Nunes. Em 1910,
ingressou na Escola Nacional de Belas Artes (Enba),
onde tornou-se discípulo de João Zeferino da Costa (1840-1915) e Baptista da Costa (1865-1926).
No ano seguinte, participou pela primeira vez da Exposição Geral de Belas Artes e
recebeu uma menção honrosa. Em 1912, ganhou como prêmio uma viagem à Europa,
com a tela Remorso de Judas. Passou quatro anos em Paris, onde teve
aulas com Fernand Cormon (1845-1924), Henri Chartier (1859-1924) e Gustave
Debrié. Pintou paisagens dos arredores da cidade. Quando retornou, em 1916, fez
uma exposição individual no Rio de Janeiro e fundou a Colméia dos Pintores do
Brasil, curso gratuito de pintura de paisagem ao ar livre, que funciona na
Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. Ali orientou vários alunos, como Garcia Bento (1897-1929),
Jurema Albernaz, Codro Palissy, Antônio Cotias, Miguel d'Ambra e Alfredo
Rodrigues. Em 1921, recebeu a grande medalha de prata na Exposição Geral de Belas Artes.
Há quadros seus nas coleções das prefeituras de São Paulo, de Belém e de Belo
Horizonte, assim como no palácio de governo do Espírito Santo. A Colméia
continuou funcionando após sua morte.
Levino
Fanzeres recebeu um prêmio de uma viagem ao Exterior graças a uma pintura histórica,
no segundo ano em que participou da Exposição Geral de Belas Artes.
Entretanto, ele é quase exclusivamente um pintor de paisagens.
Foi a Paris, mas não se deixou influenciar pelas
novidades artísticas da época. Estudou em ateliês de pintores acadêmicos
e saui para pintar os arredores da cidade.
O segundo quadro é do pintor Portugues
Carlos Augusto Ramos, nascido em Coimbra em 15 setembro de 1912 e falecido 14 de
Setembro de 1983.
Em Coimbra Carlos Augusto Ramos desenvolveu toda a sua atividade.
De ascendência modesta, iniciou-se muito novo na
profissão de pintor de construção civil. Foi nesta condição que se acentuou seu
gosto pelo desenho e pela pintura artística. Incentivado pelos amigos e esposa.
Matriculou-se na Escola
Industrial e Comercial Avelar Brotero e, estudando à noite, ali concluiu o curso geral de desenho, tendo
sido discípulo de Manuel Rodrigues Júnior.
Estagiário da primeira, quinta e sexta Missões
Estéticas de Férias, Carlos Ramos foi várias vezes contemplado com "Menções
Honrosas" por diversas instituições, caso da Sociedade nacional de
Belas-Artes de Lisboa (1940-1943) e obteve outras distinções, em especial uma
terceira medalha da mesma Sociedade, em 1947.
Em 1948 foi galardoado com o "Prémio Malhoa", e a bolsa de estudo correspondente, que lhe
permitiu uma viagem ao estrangeiro no ano seguinte. Participou em numerosas
exposições na Sociedade Nacional de Belas-Artes, no Salão Silva Porto (1943-1952),
na Exposição Internacional de Sevilha (1952), no Salão António Carneiro (1953),
etc.
Expôs com regularidade na Delegação do Jornal «O
Primeiro de Janeiro», em Coimbra e colaborou na revista Ilustração iniciada em 1926.
Em Agosto/Setembro de 1989 foi evocado numa grande
exposição de obras suas, organizada pela Câmara Municipal da Lousã, na Sala de
Exposições do Museu Municipal Professor Álvaro Viana de Lemos, daquela
localidade.
As tonalidades apostas nos seus trabalhos resultam
de estudo profícuo e procuram encontrar a beleza, o contraste e a ambiência que
ressalta da fixação da luz no momento fugaz de sol num dia de Inverno, na
pujança inebriadora da Primavera, no colorido encantador do Outono e na
grandeza exuberante dos meses de Verão.
Por outro lado, Carlos Ramos captou, como ninguém,
o esforço do homem rural, o denodo com que se entrega à faina agrícola, a
bravura e destemor do pescador e os tradicionais costumes, tradições e
vivências que identificam as pessoas da aldeia, os obreiros constructores de
comunidades e depositários de valores que se transmitiram de geração em
geração.
As expressões dos rostos, o movimento corporal, a
indumentária, a actividade intensa do mundo rural, a diversidade das atitudes e
a corografia que os seus quadros veiculam, fizeram da sua arte um exemplo de
criatividade e afirmação plena do seu talento.
Em
1940 recebeu Menção Honrosa em Pintura a
Óleo pela Sociedade Nacional de Belas-Artes. 1943 - Menção Honrosa em Pastel
(Sociedade Nacional de Belas-Artes). 1943 - 3ª Medalha - Salão do Estoril. 1947
- 3ª Medalha em Pintura a Óleo - Sociedade Nacional de Belas-Artes. 1948 -
Prémio Malhoa e Bolsa de Estudo no Estrangeiro - Sociedade Nacional de
Belas-Artes.
Realizou
exposições n os Museus: Museu do
Chiado, Lisboa,
Museu Nacional Soares dos Reis, Porto,
Museu Nacional Machado de
Castro, Coimbra, Museu Municipal Dr. Santos
Rocha, Figueira
da Foz, Museu de Beja, Museu José Malhoa, Caldas da
Rainha, Museu de Lagos, Museu de Arte Contemporânea, Rio de Janeiro.
Também expôs nas salas: Governo Civil de Coimbra, Governo Civil de Leiria,
Câmara Municipal da Lousã,
Palácio do Governo de Lourenço
Marques, Maputo, Sociedade Nacional de Belas-Artes.
Sua
obra compõe várias coleções de colecionadores: Coleção Dr. Armando Ribeiro
Cardoso - Lisboa, Coleção Dr. Seiça Ferrer,-Coimbra, Coleção Mário Santos –
Porto,Coleção Conde de Fijô – Coimbra, Coleção Rudolph Beckert, -Lisboa,
Coleção Vasco de Figueiredo - Tábua,
Coleção Dr. Mário Canelas -
Figueira da Foz.
Também
existem trabalhos do artista em:
Sociedade Nacional de Belas-Artes (1940), Salão Nobre da Câmara Municipal de Coimbra
(1940), Realizou exposição no Porto (1940), V Missão Estética de Férias -
Sociedade Nacional de Belas-Artes (1941), Sociedade Nacional de Belas-Artes
(1943), Salão do Estoril (1943), Salão
Silva Porto (1943), Sociedade Nacional de Belas-Artes (1944), 1ª Exposição de
Pintores de Coimbra / Delegação «O Primeiro de Janeiro» (1944), Palácio Galveias / 1ª Secção / "A imagem
da flor" - Câmara Municipal de Lisboa (1945), Sociedade Nacional de Belas-Artes (1954),
Sociedade Nacional de Belas-Artes (1947),
"Salão Malhoa" - Sociedade Nacional de Belas-Artes
(1948), Salão da Comissão Municipal de
Turismo da Covilhã (1949), Salão de Primavera - Sociedade Nacional de
Belas-Artes (1950), Livraria Portugália, Lisboa (1950), Salão de Primavera -
Sociedade Nacional de Belas-Artes (1951), Delegação de «O Primeiro de Janeiro»,
Coimbra (1951), Delegação de «O Primeiro de Janeiro», Coimbra (1952), Exposição
Internacional de Sevilha (1952), Salão Silva Porto, Porto (1952), Salão António
Carneiro (1953), Delegação de «O Primeiro de Janeiro», Coimbra (1954), Museu
Regional de Lagos (1954), Delegação de «O Primeiro de Janeiro», Coimbra (1955),
Salão de Primavera - Sociedade Nacional de Belas-Artes (1956), Sociedade
Nacional de Belas-Artes (1957), Vila Franca de Xira (1957), "Paisagens e
Figuras da nossa Terra" / Delegação de «O Primeiro de Janeiro», Coimbra
(1958), "Paisagens e Figuras da nossa Terra" / Sociedade Nacional de
Belas-Artes (1959), "Paisagens e Figuras da nossa Terra" / Delegação
de «O Primeiro de Janeiro», Coimbra (1959), Grémio do Comércia, Beja (1960),
Delegação de «O Primeiro de Janeiro», Coimbra (1960), “Paisagens e Figuras da
nossa Terra" / Delegação de «O Primeiro de Janeiro», Coimbra (1961),
Sociedade Nacional de Belas-Artes (exposição individual) (1962), Delegação de
«O Primeiro de Janeiro», Coimbra (1962), Sociedade Nacional de Belas-Artes
(1963), "Paisagens e Figuras da nossa Terra" / Delegação de «O
Primeiro de Janeiro», Coimbra (1963), Sociedade Nacional de Belas-Artes (1964),
Delegação de «O Primeiro de Janeiro», Coimbra (1965), Sociedade Nacional de
Belas-Artes (1965), "Paisagens e Figuras da nossa Terra" / Sociedade
Nacional de Belas-Artes (1966), Sociedade Nacional de Belas-Artes (1967),
Delegação de «O Primeiro de Janeiro», Coimbra (1967), Sociedade Nacional de
Belas-Artes (1968), Delegação de «O Primeiro de Janeiro», Coimbra (1973).
João de Sousa Lima
Escritor e historiador
Presidente do IGH - Instituto Geográfico e
Histórico de Paulo Afonso
Membro da ALPA – Academia de Letras de Paulo
Afonso, cadeira 06.
terça-feira, 28 de janeiro de 2020
EVA FREIRE DA COSTA UMA PEQUENA BIOGRAFIA DE UMA DAS MAIORES ATLETAS DE PAULO AFONSO.
EVA FREIRE DA COSTA
UMA
PEQUENA BIOGRAFIA DE UMA DAS MAIORES ATLETAS DE PAULO AFONSO.
Eva
Freire da Costa nasceu no dia 03
de dezembro de 1943 na Zona Rural de Mata Grande, Alagoas, povoação conhecida
com Angical. Foi registrada em Delmiro Gouveia.
Vem de uma família numerosa
e trabalhadora: Seus pais: Artur Freire Costa e Joventina Freire da Costa
“Jovi”.
Irmãos: Noêmia, Maria de
Lourdes, Leonor, Aurelina, Adão, Vanilda e Francisca.
O pai de Eva, seu Artur, era pedreiro e em
1946 foi um dos pioneiros da Chesf trabalhando ainda no fechamento do Rio São
Francisco, na Barragem Leste. Ele veio com alguns amigos de Delmiro Gouveia
trabalhar nas obras de barramento do Rio e tiveram que construir uma casa de
taipa coberta com palhas para poderem se abrigar. Tempos depois ele foi buscar
a família em um caminhão da empresa e dirigido por “Manula”.
Com a família residindo a
margem do São Francisco, as brincadeiras dos filhos era sempre nas águas do
milenar rio. Nas águas revoltas quase acontecia uma tragédia quando a
correnteza das águas arrastou Aurelina e Adão foi salvar e a correnteza ia levando
os dois que foram salvos pela irmã mais velha Noêmia.
Em 1949 seu Artur levou a
família pra morar em Paulo Afonso. Um fato curioso foi que seu Artur criou um
jovem chamado José do Patrocínio, que teve seus pais assassinados por
cangaceiros.
Em Paulo Afonso seu Artur
construiu uma casa na Rua da Frente, número 50.
O irmão de Artur, o senhor
Arsênio Freire da Costa, tinha uma sorveteria e uma padaria em Delmiro Gouveia
e trouxe uma máquina de sorvete para o irmão que fundou em Paulo Afonso uma das
primeiras sorveterias da cidade chamada Sorveteria Vitória. Vizinho tinha outra
sorveteria chamada Bandeirante, de propriedade de Odilon e Maria.
Em 1950 nasceu a caçula da
família, Francisca, que casou com o baterista Luizinho, um grande músico e
boêmio da cidade, casamento não aceito pela família.
Seu Artur enquanto
funcionário da Chesf colocou seus filhos para estudarem nas Escolas mantidas
pela empresa.
Em 1955 Eva estudava em uma
escola Evangélica mantida pela 1ª Igreja batista.
Em 1957, cursando o 3º Ano
Ginasial, no Murilo Braga. Conheceu Euclides Batista Filho, um jovem que tempos
depois se tornaria seu marido e pais dos seus filhos. O namoro só começou em
1959, namoro que só durou um mês.
Em 1858 foi ser Bandeirante
e Euclides escoteiro. Lindinalva Cabral era a Chefe das Bandeirantes.
Em 1960, estudando
“Admissão” já no GPA- Ginásio Paulo Afonso, começou sua carreira bem sucedida
como Atleta. Seus professores de Educação Física Vadinho e Ivan Vicente
acreditaram muito no potencial da nova atleta e já em 1961 ela foi campeã em
salto à distância, Corrida e revezamento (nessa modalidade com as amigas Helena
de Galindo, Nonata e Leni de Manoel Barros). As olimpíadas aconteciam entre as
classes do Ginásio Paulo Afonso.
Em 1962 ela foi bi campeã em
Corrida, Salto em Distância e Revezamento.
Em 1963 foi tri campeã em
Corrida, salto em Distância e Revezamento e Campeão em Salto em Altura. (uma
curiosidade que o fotógrafo Cláudio Xavier conseguiu fotografar Eva no exato
momento desse salto em altura eternizando esse momento em uma fotografia )
Em 1964 Eva foi tetra campeã
em Corrida, Salto em Distância e Revezamento.
Em 1965 faleceu a mãe de Eva e em setembro
ela foi fazer um estágio no artesanato e depois estudou na 1ª turma de
Magistério. Ainda nesse ano foi trabalhar na Chesf como auxiliar de escritório,
saindo em dezembro de 1967. Casou com Euclides no dia que deu baixa da Chesf e
foi residir no Rio de Janeiro.
Em 1973 trabalhou no INPS e
em 1978 retornou para Paulo Afonso onde veio transferida para trabalhar no hoje
extinto INAMPS, onde aposentou em 1994 (nesse ano ganhou a primeira neta).
Eva foi uma das grandes
atletas de Paulo Afonso e uma mulher a frente do seu tempo que rompeu barreiras
pra seguir seu homem amado em busca de nova vida. Hoje vive em sua residência
cercada de muitas flores e plantas, que é seu passatempo preferido, cercada
pelo amor dos filhos, netos e amigos.
João de Sousa Lima
Historiador e escritor
Membro da ALPA- Academia de
Letras de Paulo Afonso- cadeira 06
Membro do IGH – Instituto
Geográfico e Histórico de Paulo Afonso.
Paulo Afonso 21 de janeiro
de 2020
sexta-feira, 24 de janeiro de 2020
UMA IMAGEM CONTA MUITA HISTÓRIA. “Antônio da Viúva: Um pouco da história de um dos nossos Pioneiros”
UMA IMAGEM CONTA MUITA HISTÓRIA.
“Antônio da Viúva: Um pouco da história de um dos nossos Pioneiros”
Sou mesmo um amante das fotografias, principalmente das imagens que contam nossas histórias. Um dos acervos mais ricos de fotos no Brasil é o acervo da CHESF – Companhia Hidrelétrica do São Francisco. Mais de 40.000 Imagens realizadas pelo engenheiro Bret Cerqueira Lima e pelo fotógrafo Cláudio Xavier, esse último ainda vivo e residindo em Paulo Afonso.
As imagens da construção das usinas, próximo à cachoeira de Paulo Afonso, com os trabalhadores apelidados de “Cassacos”, são impressionantes, sobretudo pela rústica condição de trabalho, onde os peões não trabalhavam com equipamentos de segurança, durante as escavações das rochas abrindo túneis, em uma operação nunca observada em nossa região, aparecem os trabalhadores sem camisas, sem botas, sem luvas e sem capacetes, empunhando os marteletes movidos a ar comprimido, ferramenta muito utilizada nas aberturas dos túneis. ficaram conhecidos como os marteleteiros.
Várias figuras e filmes retratam esses trabalhadores empunhando suas ferramentas e acessórios. Analisando uma das imagens onde aparecem vários “Coringueiros”, que operavam as “Coringas”, espécies de caçambas que transportavam os materiais retirados das galerias, vemos oito homens fazendo pose em cima da máquina de trabalho. Nesse mesmo dia da análise e catalogação da fotografia, por uma grande coincidência, indo procurar um amigo que havia descoberto um móvel antigo, materiais que estou adquirindo para compor o acervo do Museu do Nordeste em nossa cidade, chegando ao endereço da pessoa, na antiga “Tapera”, hoje Bairro Centenário, vejo um senhor sentado em um banco e me aproximo puxando conversa. Prosa boa, caboclo já com 85 anos de idade, lucidez aparente em sua conversa e tantas histórias de vida: nasceu em Mata Grande, em 1934, precisamente no dia 01 de outubro. Seu nome Antônio Gomes de Oliveira, conhecido por Antônio da Viúva.
Em 1951 ele veio com a família para Paulo Afonso. Família numerosa, com nove filhos e muitas dificuldades. Foram residir na “Libanesa” em uma casa de taipa com poucos cômodos e apertados. As irmãs lavavam e engomavam roupas para alguns funcionários da CHESF; O jovem Antônio foi vender pão e todo dia pegava um balaio cheio na padaria de Arsênio, que ficava no finalzinho da Rua da Frente e saía, ruas à fora, com o balaio na cabeça, comercializando o abençoado pão de cada de dia. Em uma das vendas chegou até a Cadeia de Pedra e pelas ferragens das celas uns detentos pegaram vários pães e o mandaram ir embora sem efetuar o pagamento. O delegado João de Cota vinha chegando e viu a ação dos delinquentes e acabou pagando os pães surrupiados, alertando-o para que não mais retornasse para vender pães a pessoas encarceradas.
Antônio trabalhou também vendendo picolés na sorveteria de João Mariano. Além de vender picolés ele fabricava os palitos e comercializava com o proprietário da sorveteria. Pegava as caixas de madeiras que vinham com sabão e que tinha uma madeira mole, desmanchava as caixas e fazia os palitos.
Em 1953 o “Feitor” de obras, conhecido como Genésio Feitor, o colocou na Chesf como trabalhador braçal, onde realizava todo tipo de serviço. Pouco tempo depois Antônio foi trabalhar no concreto, participando da concretagem das usinas. Da concretagem foi trabalhar nas famosas “Coringas” com os amigos Expedito Curruta, Valdecir Isidoro, Robério Chupeta, Zé Grande, João Bosco, João Inácio (pai da Drª Francisca) e Simão.
A palavra Coringa deriva da marca americana "KOEHRING". Os modelos utilizados pela Chesf foram a DUMPTOR. Os funcionários não sabiam chamar Koehring e aportuguesaram o nome para Coringa.
A palavra Coringa deriva da marca americana "KOEHRING". Os modelos utilizados pela Chesf foram a DUMPTOR. Os funcionários não sabiam chamar Koehring e aportuguesaram o nome para Coringa.
Como Coringueiro desempenhou vários serviços. Chegou a sofrer um acidente quando tombou com uma das coringas, próximo ao monumento “O Touro e A Sucuri”, quebrando uma das mãos, na virada. Das coringas foi trabalhar no inesquecível “Papafilas”, espécie de ônibus alongado que transportava os alunos da Chesf para as escolas da empresa.
Antônio em sua juventude foi aluno de Abel Barbosa no antigo prédio onde funcionou o Fórum e a Câmara de vereadores e que hoje é a Casa da Cultura, por acaso local onde no momento trabalho.
Ouvi com atenção e entusiasmo as histórias de Seu Antônio. Depois de partilhar tantas informações o Antônio levantou amparado por uma rústica bengala e foi esquadrinhar dentro de sua residência uma velha fotografia amarelada pelo tempo. Lá estava a mesma imagem que eu havia visto no acervo da Chesf. Seu Antônio se identificou e nomeou todos os amigos que estão retratados junto à máquina que por tanto tempo eles operaram e que tantas recordações deixaram.
Combinamos que eu e ele iríamos entregar uma cópia da imagem a Simão, amigo de jornada nas Coringas e que ainda vive e reside em Paulo Afonso.
Esse foi um dia marcante, um dia de colher informações de um homem que escreveu uma página na história da Vila Poty e de Paulo Afonso. Foi um dos pioneiros da nossa cidade. Hoje, já velho, corpo cansado apesar de uma mente brilhante, vive seus dias a comentar o passado, passado tão vivo em suas lembranças vivas, um passado de lutas e glórias. Tempos vividos, tempos memoráveis.
Foi um grande prazer te conhecer “Antônio da Viúva”. Desejo que seus dias na terra sejam prolongados e que suas tantas histórias sejam apreciadas por muitos ainda, confirmadas por uma simples fotografia amarelada que guarda lembranças de um passado ainda tão presente em suas lembranças...
Jesus abençoe sua vida...
João de Sousa Lima
Membro da ALPA- Academia de Letras de Paulo Afonso, cadeira 06
Membro do IGH – Presidente do Instituto Geográfico e Histórico de P. Afonso.
Escritor e Historiador
Paulo Afonso, 10 de janeiro de 2020.
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