sábado, 15 de outubro de 2011

ENTREVISTA COM O ESCRITOR JOÃO DE SOUSA LIMA, DE PAULO AFONSO - BA


ENTREVISTA COM O ESCRITOR JOÃO DE SOUSA LIMA, DE PAULO AFONSO - BA



Cajazeiras-PB, Sábado, 15 de Outubro de 2011





Entrevista  prestada por João de Sousa Lima ao escritor, advogado e jornalista Francisco Alves Cardoso.

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ENTREVISTA COM O ESCRITOR JOÃO DE SOUSA LIMA, DE PAULO AFONSO - BA
CP – O que representa Luiz Gonzaga para você?
JSL – Luiz Gonzaga é nossa maior expressão artística nordestina, foi um talento sem comparações e um homem de um coração grandioso, era capaz de realizar shows em troca de alimentação para levar para seu povo, isso é de uma generosidade sem tamanho. Luiz Gonzaga é a síntese de tudo de bom que representa o Sertão, o Agreste e o Cariri no contexto  artistico-histórico-cultural. Sua música é elemento de inclusão social de uma gente que viveu por muito tempo carecendo de uma assistência direta das políticas públicas e não era ouvida.
CP – Quando e como começou a sua admiração por Luiz Gonzaga?
JSL – Meu pai era um homem duro, alheio às novidades tecnológicas e sociais que iam aparecendo, era um homem ligado ao seu tempo, fincado seus pensamentos na criação Rural. Uma vez ele ouvindo Luiz Gonzaga ele me confidenciou: Eu gosto dele e essa "CANÇÂO" é a mais bonita (Riacho do Navio), ela me lembra o Rio Pajeú, onde eu me banhava quando ele "SANGRAVA".
Convivi com essas lembranças e tempos depois  tive a oportunidade de assistir Luiz Gonzaga cantando em Paulo Afonso por três vezes e em uma dessas vezes lá estava meu pai. Nunca mais deixei de admirar, de gostar, de ser fã do Rei do Baião.
CP – De todas as músicas do Rei do Baião, qual a da sua predileção?
JSL – A letra I, Asa Branca, Paulo Afonso, Serrote Agudo,  ah... de todas, principalmente de Riacho do Navio, pela lembrança que trago de meu pai.
CP – Conheceu Luiz Gonzaga pessoalmente?
JSL – Assisti três shows dele em Paulo Afonso. Em 1988 o então presidente da CHESF, José Carlos Aleluia, o trouxe para fazer uma homenagem  pelo carinho que ele dedicava a nossa cidade. Ele aqui recebeu título de cidadão pauloafonsino. Nesse dia ele cantou no CPA- Clube Paulo Afonso e pude ter a honra de apertar sua mão, pena que não atentei para uma fotografia ou um autografo, na minha condição de admirador imaginava que ele seria eterno na terra, porém ele só é eterno na nossa lembrança e na  perpetuação de sua magnífica obra.
CP – Paulo Afonso foi uma das cidades que ele dedicou música,  existem muitos fãs de Luiz Gonzaga?
JSL – Inúmeros fãs, centenas de pessoas passaram por uma mostra que eu realizei sobre ele e as pessoas sempre falavam que gostava de Luiz Gonzaga, nos temos aqui um programa de rádio dedicado só ao Rei do Baião, o programa é realizado pelo advogado Dantas.
CP – Mudando de assunto, fale do histórico da sua cidade, Paulo Afonso - BA.
JSL – Paulo Afonso é uma belíssima cidade que apareceu para o cenário nacional a partir da década de 40 com as construções das usinas de transmissão de energia elétrica, construídas pela CHESF. É uma cidade com encantadores   pontos turísticos, belezas naturais de um patrimônio brasileiro. Em 1913 o cearense Delmiro Gouveia construiu aqui a primeira Usina Hidroelétrica do Nordeste e a segunda do Brasil, com ela movimentou sua fabrica de linhas estrela, na cidade de Pedra, hoje Delmiro Gouveia, em homenagem a seu criador. A Usina funcionou até 1969 e permanece com Museu resguardando a memória de uma das mentes mais brilhantes do Brasil.
CP – Qual a sua apreciação sobre o governo Dilma Roussef?
JSL – Preferia Lula.
CP – E o Governo Jacques Vagner, como está na Bahia?
JSL – Carecendo de mais políticas públicas para as cidades do interior.
CP – Qual a sua opinião sobre o ex-governador Antonio Carlos Magalhães?
JSL – Deixou seu nome na história política da Bahia e foi reconhecido no contexto político brasileiro.
CP – Fale um pouco sobre a mitologia do Rio São Francisco.
JSL – O Rio Da Unidade Nacional, o majestoso Rio milenar que tantos benefícios trouxe  para os Ribeirinhos, pescadores, Nativos e barqueiros. O Rio é algo sagrado para esse povo, com o  progresso vem sofrendo com o represamento, seu barramento trouxe várias questões ambientais com é notório a observação pela falta de peixes nativos, as cidades submersas, o asseoramento, a transposição, a falta de água corrente. São vários os fatores que acarretam na morte silenciosa do Rio, seria preciso uma urgente avaliação, uma comissão deveria ficar encarregada de realizar esses estudos para se chegar a uma conclusão antes de qualquer  trabalho realizado no Rio que mexe com suas estruturas primordiais.
CP – Por fim, a biografia de João de Sousa Lima.
BIOGRAFIA
João de Sousa Lima nasceu em São José do Egito, Pernambuco. Chegou a Paulo Afonso com poucos anos de nascido e tornou-se filho adotivo das doces e amáveis terras baianas.
É filho de Raimundo José de Lima e Rosália de Sousa Lima. Tem três irmãos: José de Sousa Lima, Manuel José de Lima e Maria Bernadete Lima Santos. Casado com Joselma da Silva Sousa Lima, dessa união brotaram duas princesas: Stéfany da Silva Sousa Lima e Letícia Sousa Lima.
Ganhou notoriedade no meio artístico através dos elogiados livros: Lampião em Paulo Afonso, A Trajetória Guerreira de Maria Bonita, a Rainha do Cangaço e Moreno e Durvinha, Sangue, Amor e Fuga no Cangaço. Três magníficas e plausíveis obras frutos de um excelente trabalho de pesquisa histórica.
Participou como co-autor dos livros: Ecologias de Homens e Mulheres do Semiárido (UNEB – Campus VIII – 2005); Ecologias do São Francisco (UNEB-Campus VIII / Agendha – 2006); As Caatingas: Debates sobre a Ecorregião do Raso da Catarina (Governo da Bahia / UNEB – Campus VIII – 2007); Na Mala do Poeta (Antologia Poética - 2009).
É autor da Cartilha Fotográfica sobre a restauração da Casa de Maria Bonita e criador do projeto que transformou essa casa em Memorial.
É o criador do NEC – Núcleo Experimental de Cinema de Paulo Afonso onde vem produzindo alguns vídeos-documentários.
Ministra palestras em faculdades, universidades, seminários e encontros voltados para a educação e a cultura popular nordestina.
A poesia é uma de suas paixões, fazendo emergir nos versos o que há de mais sublime na alma, fazendo revelar no Eu Poético toda a magia que doces palavras podem fazer: refletir e inspirar leitores.
É Imortal da ALPA – Academia de Letras de Paulo Afonso (ocupa a cadeira número 06). Sócio permanente da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço. Membro e Secretário da UNEHS – União Nacional de Estudos Históricos e Sociais. Membro fundador do IGH – MSPA – Instituto Geográfico e Histórico da Microrregião do Sertão de Paulo Afonso. Membro do CECA/NECTAS – Centro de Estudos da Memória do Cangaço – UNEB CAMPUS VIII.
Como profissional é elogiado em suas diversas atividades realizadas. Afirma sempre que seus trabalhos literários deram novo sentido à vida, deixando para a posteridade um legado de fiéis informações históricas, contribuindo com uma infindável legião de leitores e estudiosos dos temas relacionados ao sertão nordestino.
João de Sousa Lima

Um comentário:

  1. Meu querido amigo João, um forte e fraterno abraço!
    Fiquei imensamente alegre quando li sua entrevista no site do Caldeirão Político. Sua entrevista tem cheiro de sertão depois de uma chuva, tem cheiro das feiras do nosso interior, das coisas bonitas da nossa terra, pois Luiz Gonzaga representa tudo isso e muito mais.
    Meus parabéns pelo grande depoimento sobre o nosso eterno Rei do Baião.
    Em anexo seguem as fotografias sugeridas.
    Ficarei imensamente feliz em ler minhas considerações sobre sua maravilhosa entrevista postada em seu blog.
    Fique certo que todos que amam o nosso nordeste estão felizes com suas magistrais notas sobre Luiz Gonzaga.
    Abraços fraternos do seu grande amigo sertanejo!
    José Romero Cardoso

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