UM POUCO DA HISTÓRIA DE CANUDOS:
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O cenário era a
Bahia do século XIX, quem governava o Brasil era Prudente de Morais. O Nordeste brasileiro serviu
de palco para que ocorresse uma das mais significativas revoltas sociais da
primeira República.
A rebelião conhecida
como Guerra de
Canudos deu-se em virtude da situação precária
em que vivia a população, sem terra e obrigada a se submeter aos arroubos dos
coronéis. As terras pertenciam aos grandes proprietários rurais – os conhecidos
coronéis – que as transformaram em territórios improdutivos. Essa situação
revoltou os sertanejos, que se uniram em torno de Antônio Conselheiro, o qual pregava ser um emissário de Deus vindo para
abolir as desigualdades sociais e
as perversidades da República, como a exigência de se pagar impostos, por
exemplo.
Os moradores do
arraial acreditavam ser ele um divino mestre, que já praticara até milagres.
Antônio Conselheiro fundou o vilarejo denominado Canudos e os sertanejos e suas famílias para lá passaram a
migrar. Vários fatores contribuíram para o desenvolvimento de Canudos. O clima
seco castigava severamente a região, danificando o plantio de alimentos,
secando os diques e matando os animais que não resistiam à falta de água. Os
sertanejos também tentavam sobreviver, mas a cada ano milhares morriam de fome
e sede. A maneira tão desumana de viver estimulava o surgimento de desordens e
agitações sociais, transformando os camponeses em malfeitores que andavam em
bandos pelos sertões do Nordeste,
fortemente armados, apavorando as populações locais e invadindo as propriedades
dos coronéis.
Antônio Conselheiro,
entre outros devotos, propagava a salvação da alma e o povo tinha fé que seu
messias os ajudariam a sair daquela situação precária. A igreja começou a
perder seus fiéis para um falso religioso, na concepção do governo, e assim ele
passou a ser malquisto pela Igreja. No ano de 1896, o arraial contava com mais
ou menos 20 mil sertanejos que repartiam tudo entre si, negociando o excesso
com as cidades vizinhas, adquirindo assim os bens e produtos que não eram
gerados no local.
Os habitantes de
Canudos precisavam se resguardar e decidiram então organizar milícias armadas,
pois era de se esperar uma reação contrária da parte dos coronéis e da Igreja
Católica. Enquanto a igreja perdia seus fiéis, os coronéis sentiam-se
prejudicados com o constante deslocamento de mão-de-obra para Canudos, que
prosperava a olhos vistos. A população abandonou a sociedade republicana
convencional, que até então só a alimentara de falsas promessas, e partiu para
na direção da nova sociedade que despontava. Mesmo sem nenhuma garantia, pois
não havia falsas promessas, o que era mais honesto. Os padres e coronéis
coagiram o governador da Bahia a tomar providências urgentes, eles queriam que
o governo desse fim a Canudos. Os jornalistas e intelectuais também eram contra
os moradores do arraial, pois entendiam que os mesmos desejavam a volta da
monarquia, algo totalmente fora de propósito.
A Destruição de Canudos
Foram instituídas
três empreitadas militares, que foram vencidas pelos seguidores de Antônio
Conselheiro. Em virtude de tamanha dificuldade, o Governo Federal assumiu o
comando. A quarta expedição foi organizada pelo então ministro da Guerra, Carlos Bittencourt, o qual recrutou cerca de 10 mil homens que,
comandados pelo general Artur
Costa, apoderaram-se de Canudos e promoveram
um terrível massacre, no qual muita gente inocente morreu, principalmente
idosos e crianças, que só buscavam uma melhor qualidade de vida. A Comunidade de Canudos foi arrasada no dia 05 de outubro de 1897, entrando
para a história como o palco do mais intenso massacre já presenciado na
história.
João de Sousa Lima e Josué Santana Macedo escalando os escombros da antiga igreja de Canudos.
base onde ficou exposto um dos canhões de atacou a velha Canudos.
Escombros de uma das construções de canudos.
antiga fotografia do Arraial de Canudos
Mapa da antiga Canudos
A madeira que criou toda a discórdia de Canudos com o Governo. o material encontra-se em uma igreja da cidade.
Se tivesse sido entregue na época muitas mortes teriam sido evitadas.
Mulheres e crianças prisioneiras de Canudos.
Uma das companhias do exército que dizimou Canudos.
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