Dia 01 de julho de 2017, sábado, aconteceu no Sítio "A BONITA", Itapetim, pernambuco, o 2º Encontro das famílias tradicionais de Itapetim, famílias Piancó, Santos, Batista e Nunes.
Estive presente com o tio Luiz Batista, os primos João Piancó, Everaldo, Adelmo, Socorro, Lurdinha, Vilany, Wanda, Sônia, Lusa, Joana Darc, Reninho e tantos outros.
Tivemos a oportunidade de rever as primas Angelita, Ana Mércia e Mãezinha.
O 2º Encontro acontecido na "BONITA", antiga morada de Raimundo Santos, hoje administrada pelos filhos e principalmente por "Jura", que é um dos organizadores da festa, transformou-se em um grandioso evento.
PARA ENTENDER UM POUCO DA HISTÓRIA DA FAMÍLIA PIANCÓ E BATISTA:
Sou João de Sousa Lima, descendente pelo
lado paterno, da família Piancó, fundadores da cidade de Itapetim, Pernambuco e
pelo lado materno sou descendente da família Batista, os mesmos Batistas que
originou o cangaceiro Antônio Silvino.
A linhagem pernambucana começou com a
migração dos quatro irmãos: Antônio José de Lima, Serafim José de Lima (meu
avô), Joaquim José de Lima e Maria José de Lima (Lilia), filhos de José
do Rego Lima e Alexandrina Maria da Conceição, que vieram da cidade Piancó,
vale da Paraíba e fixaram residência nas terras da Maniçoba, Recanto e Mulungú,
município de São Jose do Egito, isso em meados de 1877, fundando a cidade de
Itapetim.
Da família Piancó
originou-se as famílias: Lima, Inácio, Arcanjo, Vicente, Ferreira, Alexandre,
Leite, Sousa, Vital, Santos, Costa, Carneiro, dentre outras.
A maniçoba e todas
as terras adquiridas pelos “Piancós” se tornaram uma região próspera, rica e
com plantios abundantes.
Serafim Piancó
tornou-se um forte produtor de algodão, feijão, milho e rapadura. Seu filho
Raimundo José de Lima é o meu pai. Quando ele conheceu minha mãe Rosália de
Sousa Lima estava junto do primo Odon Piancó e haviam ido à fazenda Bom
Sucesso, de propriedade de Antônio Delfino, que era avô de Odon. Foram ao
sitio realizar uma limpeza em uma caldeira (vapor) que fazia parte das
engrenagens de um engenho de moer cana de açúcar; Nesse dia papai viu mamãe
pela primeira vez e saiu de lá fascinado pela beleza da jovem e durante todo o
percurso da volta, papai repetiu o nome Rosália, pronunciando sem o som do
acento.
Meu avô materno,
Pedro Batista, era um vaqueiro afamado e era primo legitimo do cangaceiro
Antônio Silvino e chegou a andar uns tempos com ele no cangaço. A família de
Pedro Batista compreendia a região de Monteiro, Sumé, Amparo, Santa Terezinha e
residiram nas Bananeiras, Riacho do Cariri e Olho D’água dos caboclos.
Meu avô Pedro
Batista casou com Olímpia de Sousa Lima (filha de Tributino de Sousa Lima e
Amara Maria da Conceição), que residiam em Sumé (São Thomé). Quando casaram
vieram morar no sítio Bananeiras onde nasceram os filhos Maria das Neves, José
Batista de Sousa (Dedé), Rosália de Sousa Lima (minha mãe), Francisco Batista
de Sousa, Manuel Batista de Sousa (Nezinho), Luiz Batista de Sousa, Sebastiana
de Sousa (Sebinha), e Rita Batista de Sousa.
Recentemente
fiquei sabendo através do meu tio Luiz Batista, que ainda estava viva uma irmã
do meu avô Pedro Batista, ela se chama Antônia Batista, tem 102 anos e reside
no Riacho do Cariri.
Dia 04 de janeiro
de 2016, eu e tio Luiz Batista de Sousa nos dirigimos para o Riacho do Cariri e
Olho D’água dos Caboclos, pertencente a Amparo, Paraíba, para conhecermos essa
tia-avó Antônia Batista.
Depois Pedro
Batista e Olímpia saíram das Bananeiras e a convite do cunhado Etelvino de
Sousa e foram residir no Riacho do Cariri.
Maria (Biinha),
Rosália e Francisco nasceram nas Bananeiras e o restante dos filhos nasceu no
Riacho do Cariri.
No Riacho do
Cariri Pedro batista trabalhou como vaqueiro de Amaro Caboclo e na casa de Amaro
Caboclo foi onde aconteceram as festas de casamentos de tia Biinha com um filho
adotivo de Amaro, chamado Inácio Augusto do Nascimento e de Mamãe com Raimundo
Piancó.
Antônia era a irmã
querida de Pedro Batista e um jovem chamado Batista carregou Antônia dizendo
aos pais dela que a carregava e não casava; Quando Pedro chegou em casa vindo
do trabalho de campo trajado de vaqueiro, encontrou os pais chorando e quando
perguntou o que tinha acontecido os pais contaram do rapto a moça; Pedro foi em
Sumé e pegou o padre Silva, contou tudo ao padre e o chamou para ir realizar o
casamento.
Pedro e o padre
Silva chegaram a casa de Batista e o aguardaram chegar. Quando Batista foi
chegando e viu Pedro todo trajado com gibão e perneira de vaqueiro foi logo perguntando:
- Pedro o que você
tá fazendo aqui? Você veio buscar Antônia?
- Não! Vim
pra você casar!
O padre vendo que
a situação poderia se complicar, pois conhecia bem a valentia de Pedro, se
dirigiu a Batista, pegou no braço dele e disse:
- Venha meu filho,
venha casar!
O padre Silva
realizou o casamento e Pedro retornou pra casa onde contou aos pais a
história e a novidade.
Pedro e o cunhado
Batista se tornaram grandes amigos.
Rosália e tia
Biinha trabalhavam na casa de Antônia e Batista. Rosália lavava as roupas e
Biinha tomava conta da cozinha. Antônia além de tia era madrinha de Rosália.
Tempos depois Pedro Batista foi ser
vaqueiro de Serafim Piancó e Raimundo Piancó (meu pai) começou a namorar com
Rosália. A amiga Albertina foi quem falou de papai para mamãe.
Serafim não queria
o namoro entre Raimundo e Rosália porque Rosália vinha de uma família pobre.
Por essa confusão envolvendo os
filhos Serafim acabou demitindo Pedro batista e o expulsando de suas terras.
Nessa época Pedro já se encontrava viúvo, pois Olímpia fazia pouco tempo que
tinha falecido.
Amaro Caboclo
acolheu Pedro e a família na fazenda Riacho Verde.
Mesmo com a distância Raimundo continuou
o namoro com Rosália e era sempre bem atendido por Pedro Batista quando
visitava a namorada na fazenda Riacho Verde. O namoro era escondido de Serafim
e quando ele ele descobriu expulsou o filho de casa que foi morar com o
irmão João e sua esposa Conceição que residiam em uma casa próximo de Serafim.
Serafim também não falava com Conceição.
Raimundo e Rosália se casaram na igreja
de São Vicente com o padre João Leite e a festa aconteceu no casarão de Amaro
Caboclo e três meses depois Maria (Biinha) também se casou com Inacinho e a
festa foi nessa mesma casa.
Raimundo
trouxe Rosália para morar na casa de Conceição e arrumou emprego de
motorista com Inácio Mariano, em São José do Egito. Depois foi trabalhar nas
empresas de “descaroçadeiras” de algodão de propriedade de Walfredo Siqueira.
Essa é uma grande
história, a história de minha descendência e de um grande amor entre meus
pais e essa história se perpetuou e se perpetuará por anos e anos após nossas
partidas.
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PASSANDO EM
MANIÇOBA E SERRINHA: TERRAS DE ITAPETIM.
(LEMBRANDO O
CASARÃO DA FAMÍLIA PIANCÓ)
O CASARÃO GUARDA
OS ECOS
DAS VOZES DO SEU
PASSADO
O VERDE DO SEU
TERREIRO
HOJE É CAMPO
ESTURRICADO
CHÃO QUE QUEIMA A
HISTÓRIA
ANIQUILANDO DA
MEMÓRIA
A GLÓRIA DO TEU
REINADO
UM VELHO PILÃO
JOGADO
NA SOMBRA DO
JUAZEIRO
ENGENHO DE MOER
CANA
ESQUECIDO NO
LAJEIRO
AÇUDE SECO SOFRIDO
PERPETUANDO O
GEMIDO
DORES DO MUNDO
INTEIRO
COM A PENA E O
TINTEIRO
ESCREVENDO À LUZ
DO DIA
NA PÁGINA DO MEU
DIÁRIO
A TINTA PRETA
SOMBRIA
RASGA O VERBO DA
EMOÇÃO
FALANDO DE UM
CASARÃO
ESQUECIDO EM PEDRA
FRIA
UM VENTO FORTE
RODOPIA
MOVENDO SUAS
ARAGENS
A MANIÇOBA E A
SERRINHA
FORAM BELAS
MIRAGENS
DESSE PALCO
FENOMENAL
QUE UM DIA FOI
TRIUNFAL
HOJE SOBRAM AS
IMAGENS
RESTAM APENAS AS
PAISAGENS
ESCOMBROS, PEDRAS
E TERRAS
DOS TEMPOS ÁUREOS
PASSADOS
GUARDO LEMBRANÇAS
ETERNAS
NO FRIO ABANDONO
DA ALMA
MEU CORAÇÃO TRISTE
ACALMA
COM AS MIRAGENS
DAS SERRAS
João de Sousa Lima
Escritor e
Historiador
Membro da ALPA- Academia de Letras de Paulo Afonso
– cadeira 06.
www.joaodesousalima.blogspot.com
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