ALGUMAS
AVENTURAS DE IVAN CAITANO:
“O MAIS NOTÁVEL MECÂNICO DE AERONAVES
DE PAULO AFONSO”.
Ivan Caitano é um daqueles amigos que vale
muito ter dentro dos seus laços de amizades eternas. Como ser humano é uma
pessoa digna de todo tipo de elogios, por ser integro, bondoso, prestativo e
carismático. Na área profissional digo sempre que sua inteligência beira a
genialidade.
Foi dentro da aviação, em
seus mais de 50 anos de serviços prestados, o mais significativo mecânico de
aeronaves da Chesf.
Dentre tantas e tantas
aventuras vividas entre consertos, pousos e decolagens, narro três histórias que
me foram contadas por Ivan, fatos relatados nesse domingo, dia 02 de setembro
de 2018, onde passamos um agradável domingo em minha casa, regado a um farto
arroz de leite com carne assada.
Entre
1969 e 1970, em uma sexta feira, o Antônio Bernardo, que era o eletrotécnico responsável
pela parte da comunicação das aeronaves, consertou o SSB (“Single Side Band”), sistema
de Comunicação de Longa Distância, Sistema HF. Este tipo
de equipamento permite a comunicação da aeronave com sua base ou com outra aeronave.
Tem alcance ilimitado de transmissão e recepção e depende apenas da frequência
escolhida. O sistema provê a comunicação usando um sistema de modulação de voz
tipo SSB – banda lateral única, daí o nome comum de SSB.
O aparelho pertencia ao avião
CESNA 320, de prefixo PT-CGI (Papa Tango- Charles Golfe India).
No sábado os pilotos Varela
e Costinha foram realizar um vôo de experiência para checarem os equipamentos
consertados e levaram o mecânico Ivan e um dos filhos de Varela. Decolaram as
9:00 horas. Realizaram alguns rasantes por cima dos cânions do Rio São
Francisco e passaram nas proximidades da vizinha cidade de Santo Antônio da
Glória. O sistema de comunicação estava funcionando bem. Quando retornavam, chegando
por cima do bairro Tapera, acionaram o trem de pouso e ouviram um grande
estrondo. Olhando os equipamentos observaram que as três luzes do trem de pouso
que estavam vermelhas, indicando que estavam travados em cima e quando se
aciona para pouso e ele trava embaixo com os pneus prontos para o impacto com o
solo, se apagam as três vermelhas e acendem três luzes verdes. Se uma não acender ou permanecer vermelha é detectado um
problema, mostra que o trem de pouso não está travado embaixo.
O barulho ouvido foi o trem
de pouso do pneu da frente que enganchou na caixa de sintonia, ocasionando a
quebra da haste que comanda o trem da biquilha.
A aeronave com os tanques
cheios não podia tentar um pouso de emergência, pois poderia explodir. O piloto
teve que ficar voando até gastar todo o combustível. Voaram das 9:00 até as
14:00, cinco horas de um vôo apreensível
e angustiante. Uma grande multidão com autoridades, entre políticos,
bombeiros, militares e curiosos cercou o aeroporto de Paulo Afonso, espremidos
nas proximidades do hangar onde hoje é o Lindinalva Cabral, cada vez mais
chegava gente para observar o desfecho daquele avião em pane.
Lenilda, esposa de Ivan
Caitano, estava de serviço no hospital, onde era enfermeira. Uma amiga falou
pra ela que o rádio anunciou o problema do avião e Lenilda solicitou que o
motorista do hospital a levasse até o aeroporto e com muito custo conseguiu a
carona e o acesso dentro do hangar.
As 14:00 o avião já quase
sem combustível se preparou para o pouso complicado. O avião entrou na pista
com muita velocidade. Os pneus traseiros tocaram o solo, a velocidade foi
diminuindo e quase chegando ao final da pista os pilotos baixaram a frente do
avião, com os motores já estando completamente parados. Com a velocidade acima
do que seria o necessário para o pouso, talvez pelo nervosismo dos pilotos, o
avião quase pilonava (termo usado para quando a aeronave vira dando uma
cambalhota). A aeronave bateu com o nariz no chão e a cauda subiu e por pouco
não virou. Com o impacto as hélices dos motores foram amassadas. O avião por
fim parou, os ocupantes saíram rápidos do seu interior, Ivan foi o último a
deixar a aeronave. A multidão invadiu a pista e foram abraçar os sobreviventes.
Lágrimas e risos nas faces dos ocupantes do avião e alguns rostos na multidão.
Coincidência maior nesse
episódio que foi nesse mesmo dia que meu irmão Manuel José de Lima estava
acabando de chegar a Paulo Afonso, vindo de São José do Egito, aonde veio pegar
um dinheiro com meu outro irmão José de Sousa Lima “Manuelzinho”, que
trabalhava na SACOL.
Manuelzinho, como depois
ficou conhecido por todos, foi professor de uma leva de alunos que passaram
pelo CIEPA, atuando desde o prédio da Baixa Funda.
Mais nesse dia, Manuelzinho
quase presenciou um trágico acidente e por pouco não viu a morte, entre outros,
do meu amigo Ivan Caitano, que hoje nos revela em pormenores, suas façanhas,
contadas com sua idade já passando dos 80 anos.
História preciosa.. Parabéns aos heróis deste dia..
ResponderExcluirAH!! JOÃO DE SOUZA LIMA
ResponderExcluirO ÚLTIMO PERSONAGEM José de Sousa Lima “Manuelzinho” DESTA HISTÓRIA QUASE SE REPETE COM O SEU NOME J
tanto o José de Sousa lima e Manuel José de Lima são meus irmãos
ResponderExcluir