sexta-feira, 30 de novembro de 2018

ALGUMAS AVENTURAS DE IVAN CAITANO: “O MAIS NOTÁVEL MECÂNICO DE AERONAVES DE PAULO AFONSO”. - www.joaodesousalima.blogspot.com



ALGUMAS AVENTURAS DE IVAN CAITANO:
O MAIS NOTÁVEL MECÂNICO DE AERONAVES DE PAULO AFONSO”.

    Ivan Caitano é um daqueles amigos que vale muito ter dentro dos seus laços de amizades eternas. Como ser humano é uma pessoa digna de todo tipo de elogios, por ser integro, bondoso, prestativo e carismático. Na área profissional digo sempre que sua inteligência beira a genialidade.
Foi dentro da aviação, em seus mais de 50 anos de serviços prestados, o mais significativo mecânico de aeronaves da Chesf.
Dentre tantas e tantas aventuras vividas entre consertos, pousos e decolagens, narro três histórias que me foram contadas por Ivan, fatos relatados nesse domingo, dia 02 de setembro de 2018, onde passamos um agradável domingo em minha casa, regado a um farto arroz de leite com carne assada.
Entre 1969 e 1970, em uma sexta feira, o Antônio Bernardo, que era o eletrotécnico responsável pela parte da comunicação das aeronaves, consertou o SSB (“Single Side Band”), sistema de Comunicação de Longa Distância, Sistema HF. Este tipo de equipamento permite a comunicação da aeronave com sua base ou com outra aeronave. Tem alcance ilimitado de transmissão e recepção e depende apenas da frequência escolhida. O sistema provê a comunicação usando um sistema de modulação de voz tipo SSB – banda lateral única, daí o nome comum de SSB.

O aparelho pertencia ao avião CESNA 320, de prefixo PT-CGI (Papa Tango- Charles Golfe India).
No sábado os pilotos Varela e Costinha foram realizar um vôo de experiência para checarem os equipamentos consertados e levaram o mecânico Ivan e um dos filhos de Varela. Decolaram as 9:00 horas. Realizaram alguns rasantes por cima dos cânions do Rio São Francisco e passaram nas proximidades da vizinha cidade de Santo Antônio da Glória. O sistema de comunicação estava funcionando bem. Quando retornavam, chegando por cima do bairro Tapera, acionaram o trem de pouso e ouviram um grande estrondo. Olhando os equipamentos observaram que as três luzes do trem de pouso que estavam vermelhas, indicando que estavam travados em cima e quando se aciona para pouso e ele trava embaixo com os pneus prontos para o impacto com o solo, se apagam as três vermelhas e acendem três luzes verdes. Se uma não  acender ou permanecer vermelha é detectado um problema, mostra que o trem de pouso não está travado embaixo.
O barulho ouvido foi o trem de pouso do pneu da frente que enganchou na caixa de sintonia, ocasionando a quebra da haste que comanda o trem da biquilha.
A aeronave com os tanques cheios não podia tentar um pouso de emergência, pois poderia explodir. O piloto teve que ficar voando até gastar todo o combustível. Voaram das 9:00 até as 14:00, cinco horas de um vôo apreensível  e angustiante. Uma grande multidão com autoridades, entre políticos, bombeiros, militares e curiosos cercou o aeroporto de Paulo Afonso, espremidos nas proximidades do hangar onde hoje é o Lindinalva Cabral, cada vez mais chegava gente para observar o desfecho daquele avião em pane.
Lenilda, esposa de Ivan Caitano, estava de serviço no hospital, onde era enfermeira. Uma amiga falou pra ela que o rádio anunciou o problema do avião e Lenilda solicitou que o motorista do hospital a levasse até o aeroporto e com muito custo conseguiu a carona e o acesso dentro do hangar.
As 14:00 o avião já quase sem combustível se preparou para o pouso complicado. O avião entrou na pista com muita velocidade. Os pneus traseiros tocaram o solo, a velocidade foi diminuindo e quase chegando ao final da pista os pilotos baixaram a frente do avião, com os motores já estando completamente parados. Com a velocidade acima do que seria o necessário para o pouso, talvez pelo nervosismo dos pilotos, o avião quase pilonava (termo usado para quando a aeronave vira dando uma cambalhota). A aeronave bateu com o nariz no chão e a cauda subiu e por pouco não virou. Com o impacto as hélices dos motores foram amassadas. O avião por fim parou, os ocupantes saíram rápidos do seu interior, Ivan foi o último a deixar a aeronave. A multidão invadiu a pista e foram abraçar os sobreviventes. Lágrimas e risos nas faces dos ocupantes do avião e alguns rostos na multidão.
Coincidência maior nesse episódio que foi nesse mesmo dia que meu irmão Manuel José de Lima estava acabando de chegar a Paulo Afonso, vindo de São José do Egito, aonde veio pegar um dinheiro com meu outro irmão José de Sousa Lima “Manuelzinho”, que trabalhava na SACOL.
Manuelzinho, como depois ficou conhecido por todos, foi professor de uma leva de alunos que passaram pelo CIEPA, atuando desde o prédio da Baixa Funda.
Mais nesse dia, Manuelzinho quase presenciou um trágico acidente e por pouco não viu a morte, entre outros, do meu amigo Ivan Caitano, que hoje nos revela em pormenores, suas façanhas, contadas com sua idade já passando dos 80 anos. 




3 comentários:

  1. História preciosa.. Parabéns aos heróis deste dia..

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  2. AH!! JOÃO DE SOUZA LIMA
    O ÚLTIMO PERSONAGEM José de Sousa Lima “Manuelzinho” DESTA HISTÓRIA QUASE SE REPETE COM O SEU NOME J

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  3. tanto o José de Sousa lima e Manuel José de Lima são meus irmãos

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