quinta-feira, 29 de setembro de 2016

POETA REPENTISTA ZEZÉ LULU: 100 ANOS DE POESIA .






CENTENÁRIO DO POETA REPENTISTA ZEZÉ LULU.

     Dia 03 de dezembro de 2016 será realizada uma grande festa em homenagem aos 100 anos do  repentista Zezé Lulu. O evento acontecerá no Sítio Serrinha, São José do Egito, local de nascimento de Zezé.

O poeta repentista José Gomes do Amaral, o famoso Zezé Lulu, nasceu em 04 de dezembro de 1916, no Sítio Serrinha, distrito de São José do Egito - PE. Era filho de Luiz Ferreira Gomes e Maria José de Santana, ambos agricultores.
Com apenas seis anos de idade, Zezé Lulu já assistia às noitadas de cantoria do poeta Antônio Marinho, seu tio por afinidade, quem mais tarde teria como referencial poético.
Luiz Ferreira, pai de Zezé, grande incentivador do filho, foi quem realizou o sonho do filho nas cordas da viola e no verso do repente.
Zezé Lulu Iniciou sua carreira em 1940, participando em sua primeira cantoria na residência do Sr. José Bento, no Sítio Serrinha, lugar onde nasceu, cantando com o poeta Amaro Bernardino, também filho da região.
Sua grande fonte de inspiração são coisas simples do sertão.

Zezé se casou no ano de 1937 com Laura Gomes dos Anjos, com quem teve duas filhas: Maria Zélia Gomes e Maria Rosélia Gomes.

Zezé Lulu era analfabeto. Não deixou livros publicados. Foi premiado em vários concursos poéticos. Deixou apenas um cordel em parceria com Manoel Xudú Sobrinho.


Sua primeira poesia:

A noite estava dormindo,
Canta o galo dando hora
Me levantei saí fora,
A lua vinha saindo.
Aquele clarão tão lindo
fiquei prestando atenção
Pensei em forrar o chão,
E me deitar na calçada,
Vendo a lua debruçada,
Na janela do sertão.





Zezé cantando com João Severo, esse ultimo poeta terminou um verso assim:

“Você é muito poeta,
Porém não tem ciência”

Zezé Lulú desceu feito um raio e registrou essa pérola:

Esta palavra ciência,
Deus a mim não concedeu
A minha mão não escreve
Minha boca nunca leu
Mas vivo estudando os livros
Que a natureza me deu”.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

NESSA QUARTA, DIA 21 DE SETEMBRO, EM FEIRA DE SANTANA - LANÇAMENTO DO LIVRO DO ESCRITOR JOÃO DE SOUSA LIMA

 NESSA QUARTA, DIA 21 DE SETEMBRO, EM FEIRA DE SANTANA - LANÇAMENTO DO LIVRO  DO ESCRITOR JOÃO DE SOUSA LIMA - www.joaodesousalima.blogspot.com
|Escritor João de Sousa Lima

João de Sousa Lima

João de Sousa Lima


João de sousa Lima

João de Sousa Lima e a cangaceira aristeia



sexta-feira, 9 de setembro de 2016

HISTÓRIA DE UM FILME PRODUZIDO EM PAULO AFONSO: ÀS MARGENS DA CACHOEIRA E NA ZONA DO BAIXO MERETRÍCIO O CANGAÇO FICTÍCIO MARCOU ÉPOCA. - www.joaodesousalima.blogspot.com






HISTÓRIA DE UM FILME PRODUZIDO EM PAULO AFONSO:
 ÀS MARGENS DA CACHOEIRA E NA ZONA DO BAIXO MERETRÍCIO O CANGAÇO FICTÍCIO MARCOU ÉPOCA.
 Um dos relatos mais interessantes deixado pela cangaceira Dadá foi ter visto o Zeppelin cruzando próximo a cachoeira de Paulo Afonso e lembrar que por várias vezes, Corisco ficava apreciando, pelo lado alagoano e de longe, as quedas da cachoeira.
um capitulo escrito pela escritora Aglae Lima cita Lampião, Maria Bonita e vários cangaceiros na Furna dos Morcegos, gruta que se situa lateral a famosa cachoeira, porém o depoimento é fantasioso, Lampião nunca esteve lá.  A Usina Angiquinho, fundada pelo empresário Delmiro Gouveia foi inaugurada em 1913 e Lampião só passou pra Bahia em 1928. Na Usina existe um complexo de casas que serviam para moradia dos técnicos e suas famílias e de lá se tinha a visão de quem adentrasse a furna, sem contar que na usina tinha também telégrafo e poderia denunciar a presença dos cangaceiros, sem contar que nenhum dos diversos coiteiros da região, os cangaceiros que sobreviveram ou ainda as pessoas que trabalharam na usina nunca falaram da Furna como sendo um dos esconderijos de cangaceiros.
Em 1962 foi realizado o filme "Os três Cabras de Lampião" e a grandiosa Cachoeira foi um dos lugares escolhidos para a filmagem, como podemos ver na foto acima. Um dos atores coadjuvantes foi  Campelo, um técnico em laboratório da CHESF, inclusive a CHESF contribuiu com a logística para a realização da película, cedendo até guindastes para ajudar na composição das cenas.
Procurei esse filme por vários anos para presentear Campelo, pois ele não chegou a assisti-lo e também não recebeu o cachê por sua participação.
O filme foi exibido no Cine Coliseu, um dos grandes cinemas de Paulo Afonso. No dia da exibição, João Almeida, um dos atores que fez papel de cangaceiro assistiu ao filme e esse mesmo ator, quando em 2014 fui convidado para lançar um dos meus livros em Feira de Santana, Bahia, foi ao lançamento para conversarmos. Ele queria saber onde poderia encontrar a película e tive que explicar que esse filme não estava mais no Brasil, eu soube que assistiram nos Estados Unidos. Deve ter sido mais uma produção nossa comprada pelos gringos e que acabaram ganhando muito dinheiro às custas da arte brasileira. Por coincidência, em 2015, revendo um acervo fotográfico que me foi doado pelo fotografo Cláudio Xavier, encontrei três fotografias de atores que trabalharam no filme e entre as fotos estava uma do rapaz que havia ido me procurar em Feira de Santana.
Outro fato curioso foi que o ator principal, o famoso Milton Ribeiro, entre as cenas do filme e seu descanso foi com alguns amigos para a “Zona do Baixo Meretrício”. O famoso “CHIMBA”, cabaré que ficava na feirinha, onde várias casas funcionavam como bares e pontos de encontros, sendo um dos mais famosos o Cabaré de Maria Cavalcante e nesse Cabaré, nessa época, vivia a mais famosa de todas as meretrizes: DULCE. Hoje uma senhora com 81 anos e que todos em Paulo Afonso tem um enorme carinho.
Dulce na época tinha um caso fixo com um rapaz chamado Raimundo, porém quando ela viu Milton Ribeiro, se enamorou de imediato e se entregou nos braços do célebre cangaceiro fictício. Raimundo ficou sabendo da traição e pegou uma faca com um amigo chamado Lúcio, se dirigiu para a Feirinha, procurou enraivecido pela companheira e quando a encontrou, puxou a peixeira da cintura e a cravou no peito da amada. Dulce segurou a mão de Raimundo e a faca mais uma vez cortou-lhe as carnes, entrando dessa vez em sua mão. Pessoas correram para socorrer Dulce, dominaram Raimundo, tomaram a faca e levaram a ensanguentada mulher para o hospital Nair Alves de Souza.
Dulce passou perto da morte, mais com alguns pontos em seu corpo, sobreviveu. As marcas ainda existem e sua mão ficou aleijada como prova da ira de um homem traido.
Recentemente, em uma pesquisa na internet, consegui várias fotos das filmagens na Cachoeira de Paulo Afonso, acervos da cinemateca do Brasil e da Petrobrás.
o cangaço fez história em toda região pauloafonsina, vários filmes sobre o cangaço foram produzidos aqui, sendo um dos mais famosos filmes realizado pela TV GLOBO no início da década de 1980, chamado Lampião e Maria Bonita, com Tânia Alves e Nelson Xavier, porém na cachoeira de Paulo Afonso, a única verdade é que o cangaço fez história como cena de filme e nunca na vida real.
 

João Almeida no lançamento de meu livro

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Dulce, uma das grandes figuras de Paulo Afonso