quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Antonio Vieira e sua morte registrada no jornal folha sertaneja

Folha Sertaneja - Paulo Afonso - BA
22/12/2010 - 01:08

Faleceu Antonio Vieira, soldado volante do grupo do aspirante Francisco Ferreira.

Segunda-feira, 20 de dezembro de 2010 Antonio Vieira, soldado da volante do aspirante Francisco Ferreira, morre aos 98 anos de idade.

Antônio Galdino. Apoio de João de Souza Lima

Antônio Galdino Sargento Vieira, em sua casa em Delmiro Gouveia recebe a equipe da Folha Sertaneja, Galvídeo e WebTV Mandacaru e o Escritor João de Souza Lima

Faleceu Antonio Vieira, soldado volante do grupo do aspirante Francisco Ferreira.

Antonio Vieira da Silva morreu aos 98 anos de idade, em Delmiro Gouveia, Alagoas.

Antonio esteve na famosa batalha da Grota do Angico, sendo um dos primeiros a realizar o cerco a Lampião e seu grupo.

Em fevereiro deste ano ele recebeu a equipe do jornal Folha Sertaneja e da Galvídeo em sua casa em Delmiro Gouveia. Estávamos acompanhado do escritor João de Souza Lima. Ele conversou alegremente, contou detalhes de sua participação na volante, em um três grupos que cercaram Lampião na Grota do Angico, em Poço Redondo. Cantou e riu muito. Sua filha falava de um projeto de registro de suas memórias em um livro, o que ainda não foi realizado.

João de Souza Lima esteve também recentemente com Teófilo Pires e há um tempo atrás com o Tenente Lira, em Nazaré do Pico. Em todos esses momentos a Galvídeo acompanhou a visita do pesquisador e escritor João Lima. O resultado dessas viagens é a produção de um vídeo-documentário que está sendo finalizado com esses três importantes personagens, membros de volantes que andaram no encalço de Lampião e seu bando: Tenente Lira, sargento Antônio Vieira e Sargento Teófilo Pires.

O projeto é uma produção da Galvídeo e da WebTV Mandacaru com a narração de João de Souza Lima que também participa no apoio à direção de Antônio Galdino. As imagens foram colhidas pelos cinegrafistas Ricardo e Nícolas, da Galvídeo e as fotos são de Antônio Galdino e João de Souza Lima. As imagens foram feitas em Nazaré do Pico, Macururé, Piranhas, Grota do Angico, Paulo Afonso e Delmiro Gouveia e na caatinga sertaneja.

No momento esta sendo finalizado um vídeo-documentário sobre Antonio Vieira, o trabalho é uma realização em conjunto da TV Mandacaru com a Gal Vídeo e estará sendo lançado em breve. O documentário sobre Teófilo Pires já está disponível com João de Souza Lima.  

Antônio Galdino Sargento Vieira e seu uniforme, relíquia dos tempos dos combates nas volantes

Antonio Vieira foi um dos que marcou presença, em 2008, no grande encontro acontecido em Fortaleza, Ceará, onde foram reunidos cangaceiros e soldados, depois de 70 anos da morte de Lampião. No momento do encontro, onde estiveram presentes os ex-cangaceiros Moreno, Durvinha e Aristeia Soares, assim como os soldados Antonio Vieira e Teófilo Pires do Nascimento, eles foram entrevistados para o filme do cineasta Wolney Oliveira, que também estará sendo lançado em janeiro de 2011, em todo Brasil.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Antonio Vieira, soldado da volante do aspirante Francisco Ferreira, morre aos 98 anos de idade.


Faleceu Antonio Vieira, soldado volante do grupo do aspirante Francisco Ferreira.
Antonio Vieira da Silva morreu aos 98 anos de idade, em Delmiro Gouveia, Alagoas.
Antonio esteve na famosa batalha da Grota do Angico, sendo um dos primeiros a realizar o cerco a Lampião e seu grupo.
No momento esta sendo finalizado um vídeo-documentário sobre Antonio Vieira, o trabalho é uma realização em conjunto da TV Mandacaru com a Gal Vídeo e estará sendo lançado em breve.
Antonio Vieira foi um dos que marcou presença, em 2008, no grande encontro acontecido em Fortaleza, Ceará, onde foram reunidos cangaceiros e soldados, depois de 70 anos da morte de Lampião. No momento do encontro, onde estiveram presentes os ex-cangaceiros Moreno, Durvinha e Aristeia Soares, assim como os soldados Antonio Vieira e Teófilo Pires do Nascimento, eles foram entrevistados para o filme do cineasta Wolney Oliveira, que também estará sendo lançado em janeiro de 2011, em todo Brasil.

OS CANGACEIROS ANTONIO SILVINO E ZEZÉ PATRIOTA E SUAS AVENTURAS EM ITAPETIM, PERNAMBUCO.

Por: João de Sousa Lima

As intricadas veredas do nordeste serviram de caminhos para os vários bandos de cangaceiros, assim como fazendas, sítios e roças, dos homens simples aos mais abastados criadores da época, foram passagens desses grupos. Os catingueiros tinham suas residências visitadas tanto pelos que andavam “à margem da lei”, como pelos que se diziam defensores delas.
A cidade de Itapetim, em Pernambuco não fugiu a regra: Antonio Silvino (Foto ao lado) pisou aquelas terras.
Segundo a história registrada em livros, o povoamento daquele município começou em 1885, sob a orientação do Senhor Amâncio Pereira, que deu início a construção das primeiras casas. Graças ao seu esforço e espírito progressista organizou-se uma feira e a primeira casa de comércio, que marcou a evolução do povoado.

Marcos e João de Sousa Lima na casa visitada pelos cangaceiros

É fácil desmistificar essa data, pois fazendo uma pesquisa mais detalhada encontramos casa com datas gravadas nas madeiras, registrando o ano de 1814.
Em 1890 foi erguida uma capela em homenagem a São José do Egito, Coube ao padre
José Gomes, a celebração da primeira missa. Outro templo, mais amplo, foi construído em 1914, com a finalidade de acomodar maior número de fiéis.

A dupla próxima à árvore
onde os cangaceiros amarraram os burros.
O primeiro nome de povoação foi Umburana, em virtude da existência de uma árvore de
igual denominação na localidade. Posteriormente passou a ser conhecida como São Pedro das Lajes. O terceiro nome foi Itapetininga e, finalmente, em 1943, por decreto lei nº 952, passou a ser Itapetim.
Entre as várias construções ali existentes, a casa do casal Emídio Ferreira de Lima e Maria Ferreira da Conceição era uma dessas residências, em suas madeiras e paredes, apesar de abandonadas, ainda estão registradas essas datas. A casa foi construída nas proximidades do Riacho do Gato, um dos afluentes do Rio Pajeú.

Data da construção da casa.

Antonio Silvino se dividia entre a Paraíba e Pernambuco, Itapetim faz essa divisa com Teixeira, são dois lugares conhecidos por ter nascido grande cantadores repentistas.

No Sítio Prazeres (tinha esse nome Prazeres por ser o lugar das danças realizadas pelos escravos que ali viveram) Maria Ferreira da Conceição e Emídio Ferreira de Lima viram surgir o famoso Antonio Silvino e seu grupo, o cangaceiro apenas solicitou água e alimentação; Maria serviu alguns biscoitos “Mata-Fome” ou Bolachas Pretas, feitas de rapadura.

Os cangaceiros devoraram a saborosa iguaria e Antonio Silvino, depois desse primeiro contato, sempre que possível passava nessa residência para apreciar as bolachas feitas por Maria, acabaram tornando-se amigos.

Além de Antonio Silvino, outros grupos de homens armados apareceram na região. Um desses grupos era chefiado por Zezé Patriota.


Aspecto atual da Casa de Maria Ferreira da Conceição.

Como sempre nos rastros dos cangaceiros vinha às volantes policiais, aquela região passou a ser também caminho dos soldados. O tenente Alencar fazia diligências contínuas por lá.
Um dia de feira o tenente chegou entre os feirantes e prendeu Caboclinho Patriota, o tenente forçou o rapaz a dizer o itinerário dos cangaceiros que andavam com seu irmão Zezé; Caboclinho aproveitou um descuido do tenente e fugiu no meio da feira; Na mesma hora o tenente encontrou outro irmão do cangaceiro: Levino Patriota.

O jovem foi espancado e forçado a dizer quais eram os lugares percorridos pelo irmão cangaceiro. O jovem acabou contando ao tenente sobre o paradeiro do irmão. O tenente seguiu com o grupo até a fazenda São Pedro, os cangaceiros foram cercados, o tiroteio foi intenso, morrendo Bernardo Nogueira, apelidado de Repentista. O tenente continuou sua busca, indo ao Sítio Mucambo.

Chegando ao sítio, novo cerco foi armado, tiros pipocaram, o combate durou pouco, como saldo dos disparos, morreu Zezé Patriota, o restante do grupo, sem a voz de comando do chefe, partiu mato à dentro, em disparada. Os familiares de Zezé Patriota o enterraram em Itapetim. Como registro daquela época, resta uma cruz tombada e carcomida que marca o lugar do tiroteio, onde Zezé caiu morto.

A casa do casal Emídio Ferreira de Lima e Maria Ferreira da Conceição, ainda está lá, teimando contra o tempo, semi destruída, como imagem querendo perpetuar um tempo que não volta mais.

Nas palavras emocionadas de minha entrevistada Antonia Dias de Oliveira, neta do casal citado acima e do seu filho Marcos, ouvi sobre esse tempo de lutas, histórias que o tempo não apaga.
Na visita a velha casa, durante alguns minutos observando-a, transportando-me no tempo, imaginei sentir o cheiro da fabricação da saborosa bolacha preta, a mata fome, que tanta fome matou, nos confins das terras, no mais distante rincão, da região banhada pelo adorado Rio Pajeú.
João de Sousa Lima é Pesquisador e escritor.
Paulo Afonso madrugada do dia 20 de dezembro de 2010.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Raso da Catarina


o Raso da Catarina, mais precisamente a Baixa do Chico, será palco dos primeiros capítulos de uma novela da Rede Globo de Televisão.
os coordenadores de produção Raul Gama e Renato Azevedo, visitaram, acompanhados pelo pesquisador João de Sousa Lima, os locais onde serão realizadas as primeiras imagens.