quinta-feira, 30 de julho de 2015

CARIRI CANGAÇO DE PIRANHAS: UM EVENTO PARA NÃO SER ESQUECIDO. *Por João de Sousa Lima



CARIRI CANGAÇO DE PIRANHAS: UM EVENTO PARA NÃO SER ESQUECIDO.
*Por João de Sousa Lima

    Sou suspeito quando me refiro à cidade de Piranhas, pois sou incondicionalmente apaixonado por essa Veneza São Franciscana e, pra completar, ela sempre foi um dos meus palcos de pesquisas sobre o cangaço.
Acostumado andar Brasil afora participando de congressos, encontros, seminários e eventos voltados para o tema cangaço, estive no 1° Encontro de Escritores do Cangaço acontecido em Brasília e depois disso em todas as edições do Cariri cangaço e produzimos aqui em Paulo Afonso três seminários sobre o Centenário de Maria Bonita, A Rainha do Cangaço.
Todos os eventos servem para reencontrarmos amigos, escritores e pesquisadores. Ao longo do tempo surgiu uma grande irmandade entre todos (ou quase todos, pois algumas rusgas existiram e existem sempre, mesmo sendo apaziguados os mais exaltados quando os nervos afloram em discussões)
O Cariri cangaço Piranhas 2015, confesso, me surpreendeu. Nunca a cidade havia se movimentado tanto diante de um objetivo; Os responsáveis pelo projeto suaram a camisa e mobilizaram um evento de porte grandioso. Começando pela forma de trabalho, divulgando e visitando pontos históricos que registraram fatos ligados ao cangaço. Todos puderam aprender “IN LOCO” sobre as ações acontecidas na região, desde a fazenda Picos onde Inacinha foi baleada e presa, passando pela Cachoeirinha onde o cangaceiro Gato fez várias mortes e seguiu para invadir Piranhas na tentativa frustrada de resgatar sua companheira.
Chegando ao palco da chacina maior, na fazenda Patos, onde Corisco assassinou a família do inocente Domingos Ventura, em vingança a morte de Lampião. Em homenagem as mortes, plantamos várias árvores caatigueiras, contribuindo com a preservação da natureza.
Na abertura da Semana do Cangaço de Piranhas, com o auditório Miguel Arcanjo lotado, todas as tribos estavam lá. A filarmônica Mestre Elísio recepcionou o grande público entoando várias canções do cenário nordestino, em destaque as obras do Rei do Baião, Luiz Gonzaga.
De Paulo Afonso seguimos em caravana: Eu, Josué Santana, Nely Conceição, Aninha Lúcia, Alan, Ivan Caetano, Luiz Ruben, Antônio Martins, Macário, Gilmar Teixeira, Joventino e Antonio Lira.
Dentre tantas personalidades revi pessoas que gosto muito: Jorge Remígio, Narciso Dias e Catarina, Sousa Neto, Leila, Jair Tavares, Patrícia, Paulo Brito e Anne, Severo e Ingrid, Aderbal Nogueira, Afrânio, Osvaldo, Archimedes, Ivanildo Silveira, Kiko Monteiro, Railda, Rostand, Zé Cícero, Inácio Loiola, Cacau, Jairo e Angecila, Juliana Pereira, Lamartine Lima, Edvaldo Feitosa, Leandro Duran, Oleone, João Bezerra, professor Pereira, Tomaz e seu escudeiro Afrânio, Berg Taylor, Primo de São Bento do Uma, Wescley, Urbano Silva, Marcos Carmelita e Silvana, padre Agostinho Justino, José Tavares, Elane, Cristiano, Manuel, Lívio Ferraz, Louro Telles.  O clã dos “Rodrigues” representados pelos amigos Celso, Jaqueline, Celsinho, Patrícia Brasil e os irmãos Reginaldo e Petrúcio. Os Rodrigues estiveram diretamente ligados na organização e no bom andamento da Semana do cangaço de Piranhas.
Um dos fatos mais marcantes foi a Homenagem ao escritor e amigo Alcino Alves Costa, com a inauguração do seu Memorial, em Poço Redondo, onde fotos e objetos espalhados em salas relembraram aquela figura excepcional. Na mesma cidade visitamos Maranduba, lugar de um dos maiores combates entre cangaceiros e policiais.
Dos acirrados debates podemos conhecer os pesquisadores que estudam com seriedade o tema e os que tentam a todo custo colocar fatos tirados da invencionice e da incapacidade de ser sério no que faz, porém esses maus pesquisadores são rebatidos por diálogos exasperados e o tempo mesmo cuidará de afastá-los dos bons.
De algumas palestras tiramos proveito, aprendemos, socializamos. Dos lugares visitados vemos o palco das lutas sangrentas daquele tempo e temos a dimensão do que foi o fenômeno cangaço no nordeste brasileiro. Na travessia do milenar Rio São Francisco visualizamos as belezas daquela paisagem exuberante.
Ganhamos muito em participar de eventos dessa grande. Na magnitude das expressões apresentadas ganhamos conhecimento. Em cada página debatida ou visualizada extraímos alguma coisa de bom. As trilhas, as palestras, as subidas, o tempo sempre curto, a sede, a fome, o sono... Tudo isso é superado  nas rodas de conversas dos amigos.
Mais nada, nada mesmo, supera os abraços, os risos, as resenhas engraçadas, as várias fotografias que eternamente farão parte da história de nossas vidas...        ... Nada supera essa irmandade. Finda-se um evento e  recompomo-nos, então a saudade surge, olhamos as imagens e tudo vem à tona...
...Nada paga aqueles sorrisos...   ...Na lembrança dos trajetos trilhados a história se perpetua e as imagens dos amigos grudam na alma feito tatuagem que teima em ser eterna....
Paulo Afonso, 30 de julho de 2015

João de Sousa Lima
Membro da ALPA- Academia de Letras de Paulo Afonso – Cadeira 06
Escritor e Historiador
 







sexta-feira, 24 de julho de 2015

CANGACEIRA DULCE: NOS CAMPOS DE TUA INFÂNCIA.

     Dia chuvoso, ontem, dia 23 de julho de 2015, saímos de Paulo Afonso com destino a Piranhas; no carro, eu, Nely, Josué, Tião Ruas e Marta, filha de Dulce, seguimos  viagem para nos encontrarmos com Patricia Brasil (secretária de turismo) e Jaqueline Rodrigues (diretora de cultura).
     A verdadeira missão seria levar Marta pra conhecer o local onde nasceu sua mãe, a cangaceira Dulce.
    Embarcamos e seguimos rio abaixo, chuva fina banhando todos. Nely brigando contra as marolas quase arrancou os ferros que apoiavam a cobertura do barco.
    chegamos a fazenda Jirimum, reduto do coronel Sinhô Correia.
o coronel Sinhô Correia era padrinho da cangaceira Dulce e em uma de suas casas Dulce nasceu, cresceu  e seguiu para o cangaço.
     visitamos as duas casas onde a história cita que Lampião e o coronel Sinhô Correia jogaram baralho.
depois da visita a casa grande da sede nos dirigimos a margem do rio onde se encontram os escombros da casa onde Dulce nasceu.
Entre lágrimas e olhares atentos Marta pisou as terras onde sua mãe foi tão feliz e de onde guarda tantas boas lembranças.
Percorremos os campos da infância de Dulce e compartilhamos da emoção de sua filha Marta.
Às margens do Rio São Francisco, em uma manhã chuvosa, a infância de uma mulher foi relembrada, de cujas terras ela hoje aos 92 anos de idade sente saudades.
Nos escombros barrentos de adobes quebrados a história eterna dessa última guerreira do cangaço.
Nely, "Lampião" e Marta



Marta, Tião Ruas e Josué

casa de Sinhô Correia

Nely, Jaqueline, João Lima, Marta e Josué


quarta-feira, 22 de julho de 2015

Mostra do cangaço em Paulo Afonso, www.joaodesousalima.blogspot.com

Acontece em Paulo Afonso uma mostra fotográfica sobre o cangaço que irá até o final do mês de julho.
O acervo encontra-se em exposição no Espaço Cultural Raso da Catarina.
convido a todos e principalmente os pesquisadores que passarão em Paulo Afonso indo a Piranhas para o Cariri Cangaço que façam uma parada  aqui e nos façam uma visita.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

PIRANHAS E O CARIRI CANGAÇO 2015


 JOÃO DE SOUSA LIMA PARTICIPARÁ DO CARIRI CANGAÇO EM PIRANHAS.




Aqui se reúnem pesquisadores, escritores, professores, universitários, artistas, documentaristas, cineastas e curiosos de todos os cantos do Brasil. Aqui temos a grande satisfação de reunir muitos mestres, mas com a capacidade extraordinária de tornarem-se alunos, aprendendo sempre. Esses mesmos mestres, que dedicaram boa parte de suas vidas e seus talentos a historia do cangaço e do sertão, se encantam com o entusiasmo dos jovens desbravadores da caatinga, aqui, experientes e jovens, tímidos e ousados, se unem e juntos olham na mesma direção - A isso chamamos Cariri Cangaço. 

De norte a sul, de leste a oeste, não importa a direção, todos os caminhos levam ao Cariri Cangaço. Chegamos a nossa terceira edição em terras alagoanas, Piranhas 2015. As margens do belo São Francisco recebem amigos de todo o Brasil. Veja agora algumas das personalidades que já confirmaram presença em nosso Cariri Cangaço Piranhas 2015...


Antonio Amaury Correa de Araujo, Paulo Britto, João de Sousa Lima, Oleone Coelho Fontes, Jose Bezerra Lima Irmão, Ivanildo Silveira, Aderbal Nogueira, Juliana Pereira, Kiko Monteiro, Vera Ferreira, Professor Pereira, Chagas Nascimento, Wescley Rodrigues, Narciso Dias, Antonio Tomaz, Patricia Brasil, Jorge Remigio, Jair Tavares, Bismarck Oliveira, Archimedes e Elane Marques, Celsinho Rodrigues, Assis Nascimento, Carlos Alberto, Guerhansberger Taylor, Neli Conceição, Jose Cicero Silva, Cristina Couto, Manuel Nascimento, Sarah Brasil, Raul Meneleu, Adauto Silva, Carlo Araujo, Sousa Neto, Otávio Maia, Antonio Galdino, Ana Lucia Souza, Benedito Denarzi, Sonia Jacqueline, Alan Pernambuco, Getúlio Bezerra, Antonio de Moura, Jose Mario, Silvio Bulhões, Raquel Rodrigues, Inácio de Loiola, Andrade Leal, Sálvio Siqueira, Fabio Moura, Antonio Vilela, Junior Almeida, Mabel Nogueira, Urbano Silva, Vasko Vasconcelos, Rangel Alves da Costa, João Nóbrega Bezerra, Edinaldo Leite, Domingos Pascoal, João Paulo, Luiz Ruben, Gilmar Teixeira, Rosa Bezerra, Woton Honório, Luiz Antonio, Lenivaldo Melo, Francisco Aírton Bastos, Luiz Ferraz Filho, Jose Tavares, Anderson Mathias, Daniel Magno, Paulo Henrique, Marcos de Carmelita, Maria Amelia, Paulo Wenceslau, Cristiano Ferraz, 
Louise Farias, Iris Mendes, Jeová Batista, Jose Juventino,
 Roberto Cavalcante, Abreu Mendes, Joesia Ramos, Alexandre Franca, Fernando Sá, Manoel Serafim, Lívio Ferraz, Edvaldo Feitosa, 
Henrique Fontenele, Afrânio Mesquita, Renato Bandeira, Antonio Edson, Louro Teles, Alcides Carneiro, Lamartine Lima, Ruy Gabriel...




Os temas de nosso Cariri Cangaço Piranhas 2015 foram pensados com muito zelo. A preocupação em aliarmos a busca da verdade histórica com temas atuais e visões diversas sobre a natureza do fenômeno cangaço acabou formatando uma programação dinâmica, plural e atraente. Sem dúvidas e como não poderia deixar de ser tratando-se de Cangaço, a polêmica se fará presente, mas de forma saudável, responsável e acima de tudo preservando o que temos de mais precioso, nossas raízes, nossas origens. 

Os conferencista e convidados especiais, todos eles de renomado talento e reconhecimento regional e nacional, se unem ao esforço de traduzir em algumas horas, durante estes 4 dias de Cariri Cangaço Piranhas 2015, o reflexo de uma vida dedicada ao estudo e à pesquisa deste que inevitavelmente trata-se de um dos temas mais intrigantes da história do Brasil.



Inácio de Loiola, um dos que mais conhece a história do baixo São Francisco, homem de invulgar talento... nos traz "Piranhas e sua História" em conferência de abertura de nossa edição 2015. Certamente toda magia e encantamento das origens e toda a historia de uma das mais belas cidades de nosso Brasil.

No domingo, coube a minha pessoa, conversar um pouco sobre um dos mais "espetaculares" combates do segundo reinado de Virgolino. Em terras da fazenda Maranduba, vamos esmiuçar os detalhes e as escaramuças de Virgolino Ferreira e seus homens diante da força volante de Liberato de Carvalho e Mané Neto, teremos comigo o "Combate da Maranduba" . Ainda em terras da simpática Poço Redondo, Sergipe, o talentoso pesquisador e escritor Archimedes Marques nos presenteia com o Legado do grande Mestre Alcino Costa. Mais uma vez o Cariri Cangaço se curva diante de uma vida verdadeiramente dedicada ao sertão, Archimedes nos traz "O Cangaço e o Legado de Alcino Alves Costa".
Na tarde do mesmo dia, domingo 26 de julho, já de volta a Piranhas, teremos homens com faro apurado de investigação: João de Sousa Lima e novamente Inácio de Loiola, nos apresentam o "Roteiro da invasão dos Cangaceiros a Piranhas" episódio marcante de 1936, quando os grupos de Corisco e Gato invadem a cidade ribeirinha para libertar Inacinha... na mesma oportunidade teremos a maestria do professor doutor Lamartine Lima, com "Um Estudo Multidisciplinar sobre o Cangaceirismo". Imperdível... 

A noite do mesmo dia, um trio de peso se prepara para "colocar fogo no circo". Sousa Neto, pesquisador e escritor de Barro, no Ceará; Narciso Dias, presidente do GPEC de João Pessoa e Jorge Remígio de Custódia, são os responsáveis por um dos momentos mais esperados do Cariri Cangaço Piranhas 2015. O Painel "A Corrupção no Tempo do Cangaço" promete consolidar um debate aprofundado e responsável sobre esse polemico tema.  
Logo após, teremos a presença de luxo do professor doutor Fernando Araujo Sá, da Universidade Federal de Sergipe apresentando uma conferência cheia de charme com o "Cinema e o Cangaço" resultado de anos de trabalho e pesquisa sobre a presença do fenômeno mais famoso do nordeste no cinema brasileiro e a sétima arte.



Na manha da segunda-feira, dia 27, o IFAL recebe a conferência de mais duas feras: Ivanildo Silveira, pesquisador, colecionador do cangaço, de Natal, juntamente com o não menos brilhante, Kiko Monteiro, pesquisador, bloqueiro e artista, trazem "Uma Viagem Fotográfica pelo Cangaço" prometendo revelar os detalhes fascinantes e elucidativos e fortes da imagens, da época e depois do cangaço.

Já a tarde, sob a tutela de um dos Mestres da historiografia do Cangaço, Antonio Amaury Correa de Araujo, "A Vingança de Corisco no Palco dos Inocentes" com as não menos brilhantes participações do economista Sílvio Bulhões; filho do segundo casal do cangaço, Corisco e Dadá e ainda uma das revelações da pesquisa sobre o gênero; companheiro na organização do evento, Celsinho Rodrigues. A tragédia perpetrada pelo Diabo Louro contra a família de Domingos Ventura e a selvageria da fazenda Patos nos transportará no espaço e no tempo.


A noite da segunda-feira fecha com chave de ouro a terceira edição do Cariri Cangaço em terras alagoanas. O Cariri Cangaço Piranhas 2015 traz o professor doutor da UFS Leandro Domingues Duran e os sensacionais e intrigantes resultados do projeto "Arqueologia do Cangaço" uma iniciativa da Universidade Federal de Sergipe através do MAX - Museu de Arqueologia de Xingó e a parceria das universidades federais da Bahia e Minas Gerais.

A nitroglicerina ficou para o final. A pesquisadora cearense, advogada Juliana Pereira, o Aderbal Nogueira e Wescley Rodrigues, nos proporcionarão muita polemica e emoção com o painel "A Sexualidade nos Tempos do Cangaço. Bem, esperamos que todos possam estar conosco neste grande evento e que mais uma vez possamos juntos colaborar com a consolidação do sentimento que norteia o Cariri Cangaço, o amor incondicional ao nosso sertão, ao nosso nordeste.





terça-feira, 14 de julho de 2015

fazenda Picos; Onde Inacinha foi baleada e presa



Dia 12 de julho, Eu, Jaqueline, Antonio, Rubens e Adriana estivemos  em visita técnica na fazenda Picos, onde Inacinha foi baleada e presa.
 a visita foi pra ajustar a participação dos pesquisadores  durante o Cariri Cangaço de Piranhas, que acontecerá de 24 a 28 de julho próximo.