segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Abel Barbosa e Silva: O Emancipador de Paulo Afonso - www.joaodesousalima.blogspot.com


   



 ABEL BARBOSA e SILVA nasceu em Pesqueira-PE em 03 de Junho de 1928, filho de João Barbosa e Silva e de Quitéria Maria de Jesus. Hoje, 03/06/2017 completa 89 anos de vida.
Abel sempre viveu intensamente envolvido com a política do Estado de Pernambuco, especialmente na região do Agreste do Estado, entre as cidades de Pesqueira, Canhotinho, Catende, Sertânia e em terras do Cariri Paraibano como Monteiro e outras regiões, sempre acompanhando e atuando nas campanhas políticas de Agamenon Magalhães, Apolônio Sales, Barbosa Lima Sobrinho.
Com a chegada da Chesf à região de Paulo Afonso, o pai de Abel, João Barbosa, veio com a esposa, para trabalhar na construção das Casas Tipo “O” do Acampamento da Chesf. Abel ficou no Agreste Pernambucano.
No início de Setembro de 1950, o pai de Abel morreu e ele chegou a Paulo Afonso no dia 03 de deste mês para apoiar sua mãe, D. Quitéria e nunca mais voltou para o seu Pernambuco.
Em Paulo Afonso, que ainda se chamava Forquilha e Vila Poty, foi criando raízes. Fundou o Grupo de Escoteiros que passou a dirigir como já fazia nas terras pernambucanas. Em Outubro 1953 elegeu-se vereador pelo Distrito de Paulo Afonso para a Câmara Municipal de Glória.
Ali começou, a partir de 1954, a trabalhar para aprovar o projeto de sua autoria para a emancipação política de Paulo Afonso. Conseguiu essa aprovação em 10 de Outubro de 1956 e continuou em luta intensa para que fosse aprovado pela Assembléia Legislativa da Bahia e então outorgado pelo governador do Estado e o seu projeto virou a Lei Estadual 1.012 em 28 de Julho de 1958, assinado pelo governador Antônio Balbino de Carvalho que criou o Município de Paulo Afonso.








segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Paulo Afonso Antigamente - www.joaodesousalima.blogspot.com


   

Paulo Afonso

Paulo Afonso, na Bahia, é um daqueles lugares que todos já ouviram algum comentário. Lá que está localizada a CHESF (Companhia Hidroelétrica do São Francisco), um dos maiores parques energéticos da América Latina, onde passa o famoso Rio São Francisco, mais conhecido como “Velho Chico”. A cidade também já serviu de refúgio para o cangaceiro Lampião, Maria Bonita e seu bando.
Atualmente o local é o mais novo e promissor destino turístico para os pesquisadores e amantes do cangaço e para quem gosta de praticar esportes náuticos e de aventura, localizado a 480 km de Salvador, no sertão baiano.
A visita ao Complexo Hidroelétrico da CHESF é um dos grandes atrativos do município de Paulo Afonso, mas não é o único. O visitante ainda pode passear de catamarã pelo cânion do São Francisco, no Povoado Rio do Sal (15 km de Paulo Afonso) e visitar o museu a céu aberto, com mais de 100 sítios arqueológicos com pinturas rupestres datadas de 9 mil anos.
Além disso, Paulo Afonso também oferece rico artesanato, especialmente de linhas, da Malhada Grande; trilhas para a prática de esportes de aventura; subida à Serra do Umbuzeiro, passeio ao Raso da Catarina – a maior reserva de caatinga do mundo e área de proteção ambiental de animais ameaçados em extinção como a ararinha azul -, e um passeio à Casa de Maria Bonita, rainha do cangaço.
Os grandes e pequenos lagos que transformam a cidade de Paulo Afonso em uma grande ilha também são alternativas de passeios e opções de lazer e competições náuticas.
Se depender do povo acolhedor e do visual mágico, Paulo Afonso certamente será destino obrigatório para os turistas, aventureiros e esportistas que buscam lugares ainda pouco explorados, mas com milhares de atrações.
Distante 480 km de Salvador, 460 km de Recife e 380 km de Maceió, Paulo Afonso conta com um moderno aeroporto e infra-estrutura turística que oferece cerca de mil leitos, bares, restaurantes e áreas de lazer.


























quinta-feira, 19 de outubro de 2017

as trilhas do cangaço no povoado Olho Dágua dos Coelhos.


   um dos povoados que tem varias histórias com o cangaço é Olho Dágua dos Coelhos, Glória, Bahia.
dia 18 de outubro de 2017 estive visitando alguns pontos ligados coma shistórias.
a convite de Zé Juremeira, fui com o casal Iolanda e Paulo para um almoço na casa de Paulo e depois ele nos levou para conhecer a região.
conhecemos a fonte que batizou o Olho Dagua dos Coelhos. e onde os cangaceiros perseguiam a familia Juremeira.

UM POUCO MAIS PARA ENTENDER A HISTÓRIA:



Lampião e Corisco: Uma dura perseguição a família Juremeira no Olho D’água dos Coelhos.
“Santo Antonio da Glória do Curral dos Bois no tempo do cangaço”.

      Curral dos Bois foi uma das primeiras povoações a acolher Lampião depois que ele atravessou de Pernambuco pra Bahia.
O Chefe Político de Glória, o coronel Petronilio de Alcântara Reis, acabou tendo seu nome ligado com o cangaço e Lampião em várias histórias, foi coiteiro famoso e também inimigo depois que traiu Lampião, traição que Lampião pagou incendiando várias fazendas do coronel dentro do Raso da Catarina.
Uma das mais importantes famílias de Glória, família de sobrenome Juremeira, que vivia no povoado Olho D’água dos Coelhos, sofreu grande perseguição de Lampião e Corisco.
Para entender um pouco da história dessa família e a ligação com o cangaço devemos tomar conhecimento que Pedro Juremeira foi delegado na fazenda Caibos (Caibros) e por isso ficou marcado pelo cangaço. Era também quem fazia a segurança do coronel Petro e era proprietário de um barco que fazia a travessia do Rio São Francisco entre Bahia e Pernambuco, entre Rodelas e Petrolândia. A fazenda Caibos hoje esta inundada e as pessoas estão residindo nas agrovilas II e III.
Lampião mandou um recado para Pedro para que em um dia marcado ele fizesse a travessia dos cangaceiros do lado pernambucano para o lado baiano e Pedro não atendendo a solicitação, convocou alguns policiais e quando da aproximação dos cangaceiros acabaram trocando tiros com o grupo de Lampião, começando ai uma grande “Rixa” entre os dois.
Em uma das perseguições dos cangaceiros a Pedro Juremeira, Corisco, a mando de Lampião, pegou um primo de Pedro, chamado Leonídio (Lió), no povoado Olho D’água dos Coelhos, pra ele informar onde poderia encontrar Manuel Juremeira, pois não conseguiam encontrar Pedro e quem iria pagar a vingança dos cangaceiros era Mané Juremeira. Lió levou os cangaceiros até a roça “Pé da Serra” e chegando lá prenderam Manuel na roça e o trouxeram para sua residência, onde estava a esposa Hermenegilda “Miné” com os quatro filhos: Otacílio, Ananias, Lídia e Joana.
Na casa de Leonídio ficaram três cangaceiros vasculhando baús e armários em busca de jóias e dinheiro enquanto Corisco seguia com mais dois cangaceiros e o refém para a roça.
Chegando próximo de Mané Juremeira Corisco sentenciou o aflito rapaz de morte dizendo:
- Sabe com quem ta falando?
- Não!
- Corisco! Você vai morrer no lugar de seu irmão!
- Eu sou contra meu irmão! Morrerei inocente e sem culpa, mais maior que Deus, ninguém!
- Nada de Deus! Deus hoje aqui é a gente!
    Os cangaceiros manobraram os fuzis e apontaram para os peitos e costelas de Manuel. Nesse momento dona Miné saiu de dentro da casa e correu e se abraçou com o marido:
- Aqui você não mata não! Meu marido é inocente!
- Saia da frente que vim matar foi homem e não mulher!
Nesse momento foi chegando Filigeno Furtuoso, amigo de Manuel que era tropeiro e residia na Tapera da Boa Esperança, em Penedo. O amigo sempre que passava na região dormia na casa de Manuel pra no outro dia viajar até Jeremoabo, onde comprava uma carga de fumo para sair revendendo, em sua junta de cinco burros.
Diante dos olhares dos cangaceiros e da situação em que encontrou o amigo Manuel, o tropeiro falou:
- Taí esses cinco burros arreados e eu lhe dou em troca da vida desse homem!
- Negativo! O senhor tem dinheiro?
- Não tenho! O que eu tinha era 800 contos de réis mais os outros cangaceiros que estão na casa de Leonídio já pegaram.
- E daqui a 30 dias?
Nesse momento o próprio Manuel respondeu:
- Ai eu tenho!
- Então vou liberar você e se não pagar eu volto e mato todo mundo.
Manuel escapou nessa hora.
   O sargento Zé Izídio ficou sabendo do acontecido e intimou Manuel a ir a delegacia. Quando Manuel chegou o sargento o acusou:
- É você que é Mané Juremeira protetor de bandido?
- Sou Mané Juremeira, mais protetor de bandido não! Eu prometi pagar uma quantia para não morrer!
- Então agora você vai ter que vir morar em Glória!
Manuel foi obrigado a vir residir em Glória e nunca pagou a quantia estipulada por Corisco. Tempos depois os cangaceiros acabaram encontrando o tão procurado Pedro Juremeira em uma fazenda chamada Papagaio, em Pernambuco. Pedro estava dentro de uma casa e os cangaceiros o cercaram, prenderam o rapaz, amarraram em um mourão, perfuraram o corpo do rapaz todo com pontas de punhais e foram almoçar na residência. Depois do almoço os cangaceiros retornaram onde estava o corpo e descarregaram as pistolas na cabeça do já falecido jovem.
Depois de três dias da morte de Pedro, o pai de do rapaz, Teodório Juremeira, mandou um recado para uns amigos descerem o corpo de Pedro em uma canoa até Santo Antônio da Glória onde foi enterrado. Quando a família encontrou o corpo já estava apodrecido e tiveram que derramar uma lata de creolina.
Trinta dias depois do sepultamento os cangaceiros mandaram o portador Martim Gabriel, primo de Manuel Juremeira, que residia nas Caraíbas, Brejo do Burgo, com uma carta, cobrando o dinheiro que Manuel prometeu.
- Diga a eles que não mando não! Eu já moro na cidade e se eles quiserem vim aqui incendiar minha casa pode vir!
Depois de três anos o governo armou toda a população de Santo Antônio da Glória. Mané. Otacílio e Ananias pegaram em armas para fazer essa defesa do local.
Quando mataram Lampião a família Juremeira retornou para suas roças no Olho D’água dos Coelhos, porém, na época de Lampião e Corisco, quando eles eram os senhores das caatingas do Raso da Catarina, “Os Juremeiras” sofreram perseguições e mortes.

Paulo Afonso, 16 de outubro de 2017.
João de Sousa Lima
Historiador e Escritor
Membro e Vice-Presidente da Academia de Letras de Paulo Afonso.
Membro da SBEC – Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço.



escombros da casa de Manuel Juremeira

a fonte do Olho Dagua dos Coelhos


Centenária caraibeira próximo a nascente do Olho Dagua dos coelhos











local da prisão de Manuel juremeira