quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Lampião em Paulo Afonso: Em Março Será Lançado a Segunda Edição



LAMPIÃO EM PAULO AFONSO  foi o primeiro livro do Escritor João de Sousa Lima. desde 2003 que a obra encontra-se esgotada e agora em março de 2013 sai a segunda edição ampliada.
O livro narra as passagens dos cangaceiros desde a entrada de Lampião na Bahia, passando pelo Raso da Catarina. O Livro também retrata a entrada dos Índios Pankararé para o cangaço, onde homens e mulheres deixaram sua tribo para viverem a saga Lampiônica.
Depois de 10 anos de espera por parte de alguns pesquisadores e escritores o livro finalmente encontra-se no prelo e o lançamento está previsto para a segunda quinzena de março de 2013.
Para adquirir o contato é diretamente com o próprio autor através dos seguintes contatos: joaoarquivo44@bol.com.br - 75-8807-4138 ou 9101-2501 - www.joaodesousalima.com


Personagens que fazem parte do livro.
na foto o segundo é Ozeias Gomes de Oliveira, irmão de Maria Bonita, o autor e Biri (sobrinho de Maria Bonita)
 o autor e a irmã da cangaceira Moça.
 Vicente (sobrinho de Pedro de Cândido) o homem que levou a máquina de costura a pedido de Lampião para o coito de Angico. (Ainda é vivo e reside em Poço Redondo).
João e o irmão do cangaceiro Açúcar  (Brejo do Burgo).
João e Raimundo (irmão do cangaceiro Lavandeira). povoado Juá

Rita (estuprada por Sabiá) e o autor.
o cangaceiro Alecrin e João.
 João e o neto da coiteira Generosa Gomes de Sá
 João e sobrinhos de Maria Bonita
o autor e o volante Júlio.
João e Coquinho (primo de Arvoredo)- Brejo do Burgo.
o autor e o filho do  coiteiro que prendeu o cangaceiro Passarinho

sábado, 17 de novembro de 2012

Luiz Gonzaga: Paulo Afonso revisitada pelo Rei do Baião.

Nesta próxima sexta feira sairá mais uma tiragem do livro e do vídeo-documentário sobre a passagem de Luiz Gonzaga em Paulo Afonso.
    O livro terá uma tiragem de dois mil exemplares e o vídeo de quinhentas cópias.
para adquirir pode ser diretamente com  autor: João de Sousa Lima - telefone 75-9907-4138 ou 9101-2501. - email: joaoarquivo44@bol.com.br
Além do material que faz homenagem ao grande artista Luiz Gonzaga também terá uma tiragem de 200 cópias do filme sobre o cangaceiro Gato.
o video-documentário narra a passagem do rei do Baião em Paulo Afonso, contendo depoimentos de pessoas que conviveram com o artista em nossa cidade.
o cangaceiro Gato terá também nova tiragem.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Nas Trilhas do Cangaço

A região de Paulo Afonso, principalmente a que cerca o Raso da Catarina é muito rica na história do cangaço. Os limites das cidades de paulo Afonso, Jeremoabo, Santa Brígida, Canudos, Canché, Macururé, Chorrochó, Uauá, Monte Santo, e Glória, foram cidades que tiveram seus nomes ligados ao nome do cangaceiro Lampião. Essas cidades circundam o Raso da Catarina e o Raso foi um dos maiores coitos dos cangaceiros. Em Paulo Afonso seus povoados todos tiveram essa ligação histórica com o fenômeno cangaço  e ainda é fácil encontrar pessoas que conviveram com os cangaceiros. A cidade hoje é um dos principais focos de estudos e diariamente recebe  visita de pesquisadores, estudiosos e interessados no tema. Recentemente tivemos a visita  do jovem Gilson, que reside em Salvador, Bahia.
Dos luigares que visitamos passamos nos povoados Salgadinho, na casa da cangaceira Lídia de Zé Baiano e seguimos até a cruz do coiteiro Antonio Curvina. Antonio Curvina acabou sendo morto pelos cangaceiros por engano. Os cangaceiros estavam  perseguindo um dos soldados que fugiu do combate da Lagoa do Mel; O soldado pasou no povoado Nambebé e trouxe Antonio Curvina como refém. O soldado bastante cansado entregou os bornais e o chapeu para Antonio Curvina transportar e na emboscada armada pelos cangaceiros Antonio acabou sendo confundido e recebendo os primeiros disparos, caindo morto no local onde é assinalado pela cruz. O garoto Epifávio de Félix que também vinha como refém se escondeu atras da árvore que vemos na fotografia e acabou escapando dos tiros. O soldado seguiu direto pra casa da irmã da cangaceira Lídia sendo pego pelos paisanos e morto e enterrado na Serra do Padre.

NA FOTOGRAFIA ACIMA GILSON E JOÃO EM PASSAGEM PELA CRUZ DE ANTONIO CURVINA.

A cruz de Antonio Curvina.
CRUA DE ZÉ PRETINHO, MORTO PELA VOLANTE DE DOURADINHO, ACUSADO DE COITEIRO DE LAMPIÃO. A CRUZ FICA NO POVOADO RIACHO, NA SUBIDA DA CASA DE GENEROSA GOMES DE SÁ.

sábado, 3 de novembro de 2012

Meu Adeus ao amigo Alcino Alves Costa

     Passei as últimas horas procurando palavras para falar sobre meu amigo Alcino Alves Costa e nada chegava a memória, só as lembranças dos bons momentos que passamos em nossa caminhada nas veredas do sertão na busca pelas diversas  histórias vividas pelos cangaceiros. As lembranças trazem saudades e as saudades as vezes nos ferem, nos tolhem, nos esquadrinham. continuo sem achar palavras para definir o que eu sentia por esse ser humano tão magnifico, tão envolvente e tão leal com suas amizades.
Por enquanto prefiro calar-me no silêncio da recordação, sentir a tristeza da perda do grande amigo e sofrer a dor da perda que no momento me é tão presente.

Como homenagem a pessoa que era meu amigo Alcino eu repasso as palavras de outro grande amigo que é o Antonio Galdino, do Jornal Folha Sertaneja, que deixou a mais justa impressão sobre esse sertanejo que foi pedaço de nossas vidas e que hoje sua perda arranca esse pedaço e nos deixa ferido, marcas que mesmo todas as lágrimas não nos  curaria jamais.







Folha Sertaneja - Paulo Afonso - BA
03/11/2012 - 13:44
Morre o escritor Alcino Costa, o “caipira de Poço Redondo”
Muitas homenagens estão sendo prestadas ao grande escritor
Antônio Galdino
Não bastasse o dia 02 de novembro ser um dia que remete a lembranças de perdas dos entes queridos e se torna assim, naturalmente, em um dia triste, melancólico, este ano ele ainda foi mais doído, especialmente para os pesquisadores e escritores do tema cangaço que se reúnem em associações e seminários para estudar o assunto sobre o qual Alcino Costa, autor de vários livros, era um mestre. No dia 1º de novembro morreu Alcino Costa, “o caipira de Poço Redondo”.
Era assim que ele gostava de ser chamado. Na verdade, uma homenagem a todos os sertanejos de sua querida Poço Redondo que ele mesmo descreve assim: “Outrora, Poço Redondo era um arruado pertencente ao vasto município de Porto da Folha. Com sua emancipação em 25 de novembro de 1953 quase todas as fazendas nascidas nos escondidos daquelas brenhas caatingueiras passaram a pertencer ao novo município. Dentre elas uma fazenda chamada Pia Nova. Nos idos do cangaço o proprietário da Pia Nova era um caboclo de “boa cepa”, “raiz de braúna”, verdadeira “madeira de lei”, “homem atutanado”, sertanejo de “peso e medida”, chamado Torquato José dos Santos”.
Hoje a sua Poço Redondo está de luto fechado. E todo o Nordeste chora a sua morte. Os que estudam, pesquisam, debatem sobre o cangaço estão entristecidos, cabisbaixos, melancólicos pelo passagem do companheiro de tantas caminhadas.
Aqui em Paulo Afonso, João de Souza Lima, Luiz Ruben, Gilmar Teixeira, Rubinho Lima, Galdino, todos estamos pesarosos.
Conheci Alcino Costa quando, a convite de Manoel Severo, participei do Cariri Cangaço no Crato e região do Cariri cearense. Ali estive, com João de Souza e outros pauloafonsinos pra conhecer alguns dos palestrantes que estariam em Paulo Afonso no Seminário do Centenário de Maria Bonita que estávamos organizando, pelo Departamento de Turismo da Prefeitura e coordenação de João de Souza Lima.
Nesses Seminários em Paulo Afonso conhecemos melhor o grande sertanejo, escritor, ferrenho defensor de suas descobertas sobre o tema.
Em todos os momentos ele não conseguiu ficar quieto, fazia intervenções, observava cuidadosamente cada orador e também falava, discutia e saía depois no abraço de todos. Que figura!
Há alguns meses foi intenso o cruzamento de mensagens pelos blogs, Facebook, Orkut, dando conta de um momento delicado de sua vida quando passou muitos dias hospitalizado em Aracaju.
Mas ele voltou ao convívio dos amigos. Com limitações, mas voltou. Ao longo de sua vida, recebeu muitas e merecidas homenagens. O Blog Lampião aceso, registra uma delas: “No  último seminário "Cariri-Cangaço", precisamente na noite de palestras em Barbalha, Ceará, Ivanildo Silveira através da sua comunidade do Orkut "Lampião Grande Rei do Cangaço", encangada com este Blog, prestou homenagem a quatro baluartes da pesquisa e entre estes estava o MESTRE”.
Do Blog Lampião Aceso Alcino com Kiko Monteiro, do Blog Lampião Aceso e Rangel, no lançamento de "Lampião em Sergipe"
Falando desta grande perda, este blog, que tem 31 páginas sobre Alcino Costa, com textos seus, vídeos, fotos e comentários e homenagens de amigos, mostra o quanto ele era querido: “O Decano de Poço redondo era politico, compositor, pesquisador e escritor de notabilidade especial com o cangaço. Estava em tratamento, combatendo um câncer, mas seu organismo não aguentou, e ele, teve uma parada cardíaca.
Como bem disse o confrade Ivanildo Silveira que nos comunicou o ocorrido "Perdemos um amigo, e os nordestinos perdem um grande escritor, uma grande figura humana, um homem que sabia tudo do sertão, e que gostava de ser chamado de caipira".
Uma das mais recentes homenagens ao historiador do cangaço Alcino Costa foi prestada pelo recém criado Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará, presidido por Ângelo Osmiro.
Também o GECC, através do seu presidente Ângelo Osmiro que, acompanhado dos membros Tomaz, Zeca e João de Souza esteve recentemente em visita à região e na Folha Sertaneja, se manifestou sobre a morte de Alcino: O GECC (Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará) lamenta informar o falecimento do confrade e amigo (Sócio Honorário) Alcino Alves Costa. Grande companheiro de muitas jornadas em busca de conhecimentos sobre o cangaço. Alcino passou para um plano superior no dia de ontem. Que o grande "Decano de Poço Redondo" encontre o caminho da luz. ANGELO OSMIRO - Presidente GECC”.
Sobre ele, falou o documentarista Aderbal Nogueira: “Ao longo do tempo conheci várias pessoas nessa andança em busca das histórias do cangaço.  Através de Paulo Gastão cheguei à figura de Alcino Alves, em 1997.
Unanimidade não existe, mas Alcino se aproxima dela. Pessoa que cativa a todos que tiveram e tem o prazer de conhecê-lo.
No último 28 de julho de 2012 estivemos mais uma vez na grota de Angico para prestar homenagem às 12 pessoas que lá tombaram em combate. Nessa mesma ocasião fizemos uma visita a Alcino, que encontrava-se adoentado, para prestar-lhe uma justa homenagem a tão brilhante serviço em prol da historiografia do seu sertão natal e, em especial, à história do cangaço”.
Sobre a morte de Alcino, Aderbal Nogueira deixou esta mensagem: “O Brasil perdeu um grande homem, um grande pesquisador. Os amigos perderam um irmão. Aquele que estava sempre com um sorriso e o coração aberto para receber todos aqueles que  procuravam conhecer a história do sertão. Como ele mesmo dizia: ‘Um caipira de Poço Redondo que amava a sua terra’. E todos aqueles que visitarem um dia o sertão do  São Francisco estarão vigiados por ele. Cuidem bem de sua terra pois é a terra de Alcino Alves Costa”.
João de Souza Lima, também consternado lamenta a perda: “Nós, estudiosos do cangaço, perdemos um amigo, um professor, um mestre. O Nordeste inteiro perdeu um grande cidadão. Perde a cultura sertaneja um dos seus grandes estudiosos”. João esteve recentemente com Alcino que recebeu, autografado, a sua última produção “Maria do Sertão”.
Também a Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço lamentou a perda de Alcino: “É com pesar que comunicamos o falecimento do sócio ALCINO ALVES DA COSTA. Aos familiares enviamos nossa palavra de conforto. A perda para nossa entidade é muito grande, haja vista ter sempre sido um vigoroso defensor da entidade. Lemuel Rodrigues da Silva - Presidente SBEC”
Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço trouxe as imagens do sertão para um texto em que homenageia o ‘caipira de Poço Redondo’:
 “Hoje o sertão amanheceu mais triste! O galo cantou mais rouco e os pássaros, as nhambus e as jaçanãs pareciam gorjear mais tímidos. Hoje o Sertão amanheceu mais triste; seu poeta maior partiu. O sol nascia parecendo trazer uma só dor: A dor daqueles que amaram, amam e sempre amarão um dos seres humanos mais fantásticos que já pisaram o chão tórrido e sofrido da caatinga amada de todos nós.
Vai Alcino, vai Caipira, vai Decano, tua missão agora é no Céu, não te preocupas porque aqui ficaremos bem; com uma saudade sem tamanho, mas com teu exemplo de amor às coisas de nosso sertão, de amor às pessoas, de amor à vida.
Muito obrigado querido amigo Alcino por ter nos permitido compartilhar contigo um exemplo de vida. Todos os momentos vividos a teu lado ficam guardados no fundo do coração, saiba que fez e fará sempre parte de nossas vidas.
Se o teu sertão alegre chora, mas é de felicidade por poder testemunhar a grande festa no Céu. Por lá todos estão falando e cantando:
"Hoje é festa no Céu, chegou o Caipira de Poço Redondo, o Decano do Sertão, preparem as alpergatas e o xaxado aprumado que o bicho vai pegar ! "
Alcino Alves Costa faleceu na noite de ontem em Aracaju, depois de ter bravamente travado sua última batalha contra o câncer.
A FAMÍLIA Cariri Cangaço SE UNE A DOR DE TODA A FAMÍLIA ENLUTADA E DE TODO O SERTÃO PELA PARTIDA DE NOSSO QUERIDO ALCINO, MAS SABE QUE SERÁ RECEBIDO NO CÉU COMO UM MESTRE; COMO REALMENTE O FOI EM VIDA NESTE MUNDO. Manoel Severo - Curador do Cariri Cangaço”.
Para todos nós, o dia 2 de novembro, dia de finados, foi ainda mais triste.



João, Ivamildo Solveira e almoço na casa do amigo Alcino.
A Homenagem de Ivanildo e Kiko Monteiro a esse grandioso pesquisador do cangaço.
João e Alcino em uma das últimas fotografias do escritor, visita em sua residência, em Poço Redondo.
O abraço e a companhia que deixa saudades.
A presença sempre marcante.