quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

PAULO AFONSO, DELMIRO GOUVEIA E A CHESF: A HISTÓRIA REVISITADA.


    

PAULO AFONSO, DELMIRO GOUVEIA E A CHESF: A HISTÓRIA REVISITADA.

    Paulo Afonso, Delmiro Gouveia e a CHESF, são temas narrados no novo livro dos escritores João de Sousa Lima e Antonio Galdino da Silva.
Angiquinho: A primeira Usina hidroelétrica do Nordeste inaugurada por Delmiro Gouveia em 1913 é o tema central de análise dessa obra. a geração de energia o pioneirismo de Delmiro Gouveia e o poderio hidroelétrico da CHESF, assim como a Cachoeira de Paulo Afonso e o Rio São Francisco são temas da pesquisa dessa obra literária.
em 2013, a USINA ANGIQUINHO completou 100 anos.
Em 1913, Delmiro Gouveia aproveitou as águas do rio São Francisco para gerar energia elétrica.
Em 1948, a Chesf aproveitou a sua idéia genial e começou a construir a primeira de muitas usinas, realizando o sonho de Delmiro, de promover o desenvolvimento do Nordeste.
Os escritores Antônio Galdino e João de Sousa Lima, ambos da Academia de Letras de Paulo Afonso, se uniram para produzir o livro ANGIQUINHO, 100 Anos de História,
que foi dividido em três partes que se interligam:
- O Rio São Francisco,
- Delmiro Gouveia e Angiquinho
- a Chesf.
Este livro faz parte de um amplo projeto de resgate da história e da memória desta região, porque “não se pode planejar o amanhã, sem se conhecer o ontem”.
O livro tem 168 páginas e mais de 100 fotografias e ilustrações.
Não teve nenhum patrocínio e custa apenas R$25,00 em Paulo Afonso. Os de outros lugares que desejarem adquiri-lo pagarão R$30,00 e enviaremos pelo correio.

PARA DQUIRIR:
joão.sousalima@bol.com.br;  joaoarquivo44@bol.com.br
www.joaodesousalima.com telefones: (075) 98807-4138
professor.gal@gmail.com
folhasertaneja@yahoo.com.br
telefones: (075)3282-0046; (da GALCOM Comunicações) (75) 99234-1740 (professor Galdino)















lampião, o cangaceiro!

   Para adquirir: joaoarquivo44@bol.com.br
76-98807-4138

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

PAULO AFONSO EM FOTOS ANTIGAS



   A cidade de Paulo Afonso foi emancipada no dia 28 de julho de 1958 em luta encabeçada pelo politico Abel Barbosa e Silva.
Antes pertencíamos a Santo Antonio da Glória, antiga "Curral dos Bois".
com o inicio das obras da CHESF Paulo Afonso tornou-se uma das cidades mais fotografadas do Brasil e Cláudio Xavier (ainda vivo) foi junto com o engenheiro Bret Cerqueira Lima, os homens que mais fotografaram a cidade e seus canteiros de obras.
Esse é um dos acervos deixados pelos dois fotografos que eram funcionários da CHESF.









sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

GRUPO “OS CANGACEIROS DE PAULO AFONSO”: A MEMÓRIA VIVA DE NOSSA CULTURA, 60 ANOS DE HISTÓRIA.



    

GRUPO “OS CANGACEIROS DE PAULO AFONSO”:
A MEMÓRIA VIVA DE NOSSA CULTURA, 60 ANOS DE HISTÓRIA.

     Corria o ano de 1956, exatamente no carnaval de 1956, em nossa cidade, ainda município de Santo Antônio da Glória, da qual só nos emancipamos dois anos depois, mais precisamente no dia 28 de julho de 1958, o carnaval era uma festa tradicional, acontecendo seus pomposos bailes apenas nos clubes COPA-Clube Operário de Paulo Afonso e CPA- Clube Paulo Afonso; Além do muro de pedras e arames farpados a população da Vila Poty não tinha grupos carnavalescos formados.
Guilherme Luiz dos Santos e mais alguns amigos tiveram a ideia de fundarem  um grupo alegórico para festejarem a folia do carnaval.
 Guilherme, principal idealizador do grupo, estabeleceu que o bloco seria formado em homenagem ao cangaceiro Lampião, bandoleiro conhecido por suas admiráveis façanhas e valentia.
Dai pra frente, começou o mais longevo Grupo Carnavalesco e Cultural de Paulo Afonso. No dia 02 de fevereiro de 1956, foi fundado o Grupo Os Cangaceiros de Paulo Afonso e o escafandrista da CHESF, Guilherme Luiz dos Santos passou a ser o Lampião e seus amigos ganharam os respectivos apelidos oriundos dos seguidores reais de Lampião: Zé Vieira passou a ser o “Corisco”, Francisco Joaquim era o “Salamanta”, Nelson Ferreira o “Zabelé” (sanfoneiro), Antonio era o “Cascavel” (Zabumbeiro), Tinino era o “Meia-Noite” (trianguista), Luiz era o “Cobra Verde”, Jaime o “Jararaca” Paulo da Ema o “Moita Braba”, José Duque o “Topa Tudo”,  Bedé era o “Canário”, Mário Praxedes  “Ângelo Roque”,  Zé de Abílio o “Zé Baiano”, João Pescador o “Relâmpago”, Marcelino o “Luiz Pedro”, Damião o “Volta Seca”, Expedito o “Rouxinol”, Zé Vicente o “Gavião”, Joãozinho o “Pega no Grito”, Luizão era o Azulão”, Mané Criança o “Arvoredo”, além de Antônio de Graça e  Zé Ribeiro.
Um fato curioso foi que faltando a personagem principal pra ser a Maria Bonita para completar o bando, não encontrando nenhuma mulher que quisesse participar do bando, estenderam o convite a um dos homens e coube ao senhor  Agenor essa façanha de se transvestir na Rainha do Cangaço.
O grupo saiu às ruas em sua primeira aparição trajando uniformes cáqui ou o mescla azul, alpercatas de couro, lenços vermelhos no pescoço, chapéus de couro com barbicachos e diferentes formas estrelares, punhais de madeiras, cantando e dançado ao som dos toques da velha sanfona de oito baixos,  tambores, ganzás, pífanos, triângulo, pandeiros e realejos. Centenas de pessoas, em sua maioria crianças, iam seguindo o grupo por onde passavam;
Reinava o carnaval do frevo, do mela-mela com pó, seringas enormes jorrando água nos foliões.
Em 1957 o grupo foi ganhando novos adeptos e a brincadeira foi adquirindo força, novos admiradores e componentes. Com o número de participantes aumentando, puderam dividir a confraria entre cangaceiros e volantes, passando o bando a encenar o combate entre cangaceiros e soldados que resulta sempre na morte de Lampião e Maria Bonita.
Um dos mais famosos cangaceiros foi Francisco Joaquim da Silva, o “Corisco”, nascido em 1936, pedreiro, natural de Tavares, Paraíba, ativo participante de todos os carnavais desde sua entrada até sua morte.
O Grupo seguiu sempre fazendo sucesso e mesmo fora da época de carnaval vem sendo convidado para participar dos eventos culturais de várias cidades brasileiras.
Desde seu início, Os Cangaceiros de Paulo Afonso ganhou outras dimensões e  no dia 22 de novembro de 1987, em uma luta encabeçada pelo atual presidente da instituição, o senhor Heleno José Oliveira, criou-se a entidade de natureza Jurídica, chamada ASSOCIAÇÃO FOLCLÓRICA E COMUNITÁRIA “OS CANGACEIROS DE PAULO AFONSO”, sendo o seu primeiro presidente, o seu fundador, Guilherme Luiz dos Santos, que preservou essa cultura por mais de 50 anos, só se afastando por problemas de saúde e falecendo no dia 30 de setembro de 2013, aos 79 anos de idade.

Na análise do professor Marcos Edilson de Araújo Clemente, em seu livro “LAMPIÕES ACESOS, o Cangaço na Memória Coletiva”, trabalho que foca esse tão importantíssimo Grupo Cultural, observamos:

      Assim, percebemos o quanto o carnaval passou a integrar o universo daqueles homens simples. Vivendo a maior parte do tempo dedicado ao trabalho, sob duras condições, não tardaram a inventar formas alternativas de sociabilidade tendo por base o seu próprio lastro cultural...
... Acreditamos que por esses mecanismos foi possível articular um nível de compreensão influente na organização das práticas sociais do grupo, enquanto referencias do passado e do presente, resultando em uma construção de sentidos para a história de Lampião. Dessa forma, vemos que o grupo utiliza o passado como uma referência permanente de sua consciência de mundo, como uma possibilidade de conversar em seu cotidiano as formas antigas e ainda como modelo diante de momentos de mudanças.
A esse grupo devemos muito da nossa tradição, valores da cultural imaterial, da preservação histórica retratada e colhida na fonte oral do nosso povo nordestino.
O Grupo Os Cangaceiros de Paulo Afonso é patrimônio da nossa cultura, orgulho de nossa luta diária na preservação de nossas histórias.
No contexto da tradição preservada o grupo é nossa maior referência.
Prestes a completar 60 anos, coloquemos o grupo no mais alto patamar de sua importante trajetória e saudemos os homens que em uma tarde de carnaval, em ido 1956, se lançaram na folia sem imaginar que suas ideias e ações, através de suas rústicas vestimentas,  nos presenteariam  com o mais importante e duradouro grupo cultural.

João de Sousa Lima
Escritor e Historiador.
Membro da ALPA – Academia de letras de Paulo Afonso, cadeira nº 06
Membro da SBEC- Sociedade Brasileira de estudos do Cangaço.

Paulo Afonso, 21 de janeiro de 2016



Obs- Essa matéria sairá em página impressa do Jornal Folha Sertaneja de janeiro de 2016 
www.folhasertaneja.com.br
www.joaodesousalima.blogspot.com 







Salamanta - Corisco

Guilherme - Cap. Virgolino

Salamanta - Corisco





sábado, 16 de janeiro de 2016

JOÃO DE SOUSA LIMA: DESCENDENTE DAS FAMÍLIAS PIANCÓ E BATISTA


Famílias Piancó e Batista.

Sou João de Sousa Lima, descendente pelo lado paterno, da família Piancó, fundadores da cidade de Itapetim, Pernambuco e pelo lado materno sou descendente da família Batista, os mesmos Batistas que originou o cangaceiro Antônio Silvino.
A linhagem pernambucana começou com a migração dos quatro irmãos: Antônio José de Lima, Serafim José de Lima (meu avô), Joaquim José de Lima e Maria  José de Lima (Lilia), filhos de José do Rego Lima e Alexandrina aria da Conceição, que vieram da cidade Piancó, vale da Paraiba e fixaram residência nas terras da Maniçoba, Recanto e Mulungú, município de São Jose do Egito, isso em meados de 1877, fundando a cidade de Itapetim.
Da família Piancó originou-se as famílias: Lima, Inácio, Arcanjo, Vicente, Ferreira, Alexandre, Leite, Sousa, Vital, Santos, Costa, Carneiro, dentre outras.
A maniçoba e todas as terras adquiridas pelos “Piancós” se tornaram uma região próspera, rica e com plantios abundantes.
Serafim Piancó tornou-se um forte produtor de algodão, feijão, milho e rapadura. Seu filho Raimundo José de Lima é o meu pai. Quando ele conheceu minha mãe Rosália de Sousa Lima estava junto do primo Odon Piancó e haviam ido a fazenda Bom Sucesso, de propriedade de  Antônio Delfino, que era avô de Odon. Foram ao sitio realizar uma  limpeza em uma caldeira (vapor) que fazia parte das engrenagens de um engenho de moer cana de açúcar; Nesse dia papai viu mamãe pela primeira vez e saiu de lá fascinado pela beleza da jovem e durante todo o percurso da volta, papai repetiu o nome Rosália, pronunciando sem o som do acento.
Meu avô materno, Pedro Batista, era um vaqueiro afamado e era primo legitimo do cangaceiro Antônio Silvino e chegou a andar uns tempos com ele no cangaço. A família de Pedro Batista compreendia a região de Monteiro, Sumé, Amparo, Santa Terezinha e residiram nas Bananeiras, Riacho do Cariri e Olho D’água dos caboclos.
Meu avô Pedro Batista casou com Olímpia de Sousa Lima (filha de Tributino de Sousa Lima e Amara Maria da Conceição) , que residiam em Sumé (São Thomé). Quando casaram vieram morar no sítio Bananeiras onde nasceram os filhos Maria das Neves, José Batista de Sousa (Dedé), Rosália de Sousa Lima (minha mãe), Francisco Batista de Sousa , Manuel Batista de Sousa (Nezinho), Luiz Batista de Sousa, Sebastiana de Sousa (Sebinha), e Rita Batista de Sousa.
Recentemente fiquei sabendo através do meu tio Luiz Batista, que ainda estava viva uma irmã do meu avô Pedro Batista, ela se chama Antônia Batista, tem 102 anos e reside no Riacho do Cariri.
Dia 04 de janeiro de 2016, eu e tio Luiz Batista de Sousa nos dirigimos para o Riacho do Cariri e Olho D’água dos Caboclos, pertencente a Amparo, Paraíba, para conhecermos essa tia-avó Antônia Batista.
Depois Pedro Batista e Olímpia saíram das Bananeiras e a convite do cunhado Etelvino de Sousa e foram residir no Riacho do Cariri.
Maria (Biinha), Rosália e Francisco nasceram nas Bananeiras e o restante dos filhos nasceu no Riacho do Cariri.
No Riacho do Cariri Pedro batista trabalhou como vaqueiro de Amaro Caboclo e na casa de Amaro Caboclo foi onde aconteceram as festas de casamentos de tia Biinha com um filho adotivo de Amaro, chamado Inácio Augusto do Nascimento e de Mamãe com Raimundo Piancó.
Antônia era a irmã querida de Pedro Batista e um jovem chamado Batista carregou Antônia dizendo aos pais dela que a carregava e não casava; Quando Pedro chegou em casa vindo do trabalho de campo trajado de vaqueiro, encontrou os pais chorando e quando perguntou o que tinha acontecido os pais contaram do rapto a moça; Pedro foi em Sumé e pegou o padre Silva, contou tudo ao padre e o chamou para ir realizar o casamento.
Pedro e o padre Silva chegaram a casa de de Batista e o aguardaram chegar. Quando Batista foi chegando e viu Pedro todo trajado com gibão e perneira de vaqueiro foi logo perguntando:
- Pedro o que você tá fazendo aqui? Você veio buscar Antônia?
- Não!  Vim pra você casar!
O padre vendo que a situação poderia se complicar, pois conhecia bem a valentia de Pedro, se dirigiu a Batista, pegou no braço dele e disse:
- Venha meu filho, venha casar!
O padre Silva realizou o casamento e Pedro  retornou pra casa onde contou aos pais a história e a novidade.
Pedro e o cunhado Batista se tornaram grandes amigos.
Rosália e tia Biinha trabalhavam na casa de Antônia e Batista. Rosália lavava as roupas e Biinha tomava conta da cozinha. Antônia além de tia era madrinha de Rosália.
Tempos depois Pedro Batista foi ser vaqueiro de Serafim Piancó e Raimundo Piancó (meu pai) começou a namorar com Rosália. A amiga Albertina foi quem falou de papai para mamãe.
Serafim não queria o namoro entre Raimundo e Rosália porque Rosália vinha de uma família pobre.
Por essa confusão envolvendo  os filhos Serafim acabou demitindo Pedro batista e o expulsando de suas terras. Nessa época Pedro já se encontrava viúvo, pois Olímpia fazia pouco tempo que tinha falecido.
Amaro Caboclo acolheu Pedro e a família na fazenda  Riacho Verde.
Mesmo com a distância Raimundo continuou o namoro com Rosália e era sempre bem atendido por Pedro Batista quando visitava a namorada na fazenda Riacho Verde. O namoro era escondido de Serafim e quando ele  ele descobriu expulsou o filho de casa que foi morar com o irmão João e sua esposa Conceição que residiam em uma casa próximo de Serafim. Serafim também não falava com Conceição.
Raimundo e Rosália se casaram na igreja de São Vicente com o padre João Leite e a festa aconteceu no casarão de Amaro Caboclo e três meses depois Maria (Biinha) também se casou com Inacinho e a festa foi nessa mesma casa.
Raimundo trouxe Rosália para morar na casa de Conceição e arrumou  emprego de motorista com Inácio Mariano, em São José do Egito. Depois foi trabalhar nas empresas de descaroçadoras de algodão de propriedade de Walfredo Siqueira.
Essa é uma grande história, a história  de minha descendência e de um grande  amor entre meus pais e essa história se perpetuou e se perpetuará por anos e anos após nossas partidas.

João de Sousa Lima
Escritor e Historiador
Membro da ALPA- Academia de Letras de Paulo Afonso – cadeira 06.

Paulo Afonso, 12 de janeiro de 2016.