sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Janio Soares e o confronto entre Capitão Bolsonaro e Capitão Virgulino


             Capitão Bolsonaro X Capitão Virgulino


Quase ao mesmo tempo em que o deputado Jair Bolsonaro desafiava a presidente Dilma a admitir se gosta ou não de homossexual, o juiz Aldo Albuquerque, da 7ª Vara Cível de Aracaju (SE), proibia a publicação e comercialização do livro “Lampião – o Mata Sete”, de autoria do juiz aposentado Pedro de Morais, onde o autor afirma que o rei do cangaço mantinha uma relação homoafetiva com o cangaceiro Luiz Pedro, e que o mesmo também seria namorado de Maria Bonita – formando assim o primeiro triângulo amoroso do cangaço. A ação judicial foi movida pelos seus descendentes, obviamente ofendidos por Lampião ter sido chamado de gay e Maria Bonita ter sido literalmente associada ao impagável bordão de Valéria, personagem do programa Zorra Total (“ai, como eu tô bandida!”).
Sem entrar no imbróglio jurídico/erótico e nem aí para as preferências sexuais dessa rapaziada, comecei a pensar numa idéia que poderia dar uma bela literatura de cordel, que seria uma peleja entre o capitão Bolsonaro (sim, ele é capitão da reserva do Exército) e o temido capitão Virgulino, elevado a patente a pedido de seu “padim” Padre Cícero, para combater a Coluna Prestes.
O local do embate seria o Raso da Catarina, esconderijo de Lampião e octógono perfeito para confrontos de cabras que não têm medo da morte nem da sobrancelha arqueada de Dilma. E lá, o velho caçador de boiolas - sabiamente disfarçado de cangaceira - se entrosaria no bando e ganharia a simpatia de Lampião, dividindo com ele alforjes, perfumes e punhais. Plano perfeito.
Só que, numa noite de Lua cheia, Zóio de Lume (era assim que Lampião o chamava por conta de seu olhar de rolinha-fogo-pagô) exageraria na cachaça, dormiria mais cedo e acordaria com uma estranha ardência lombar inferior a lhe incomodar.
Na dúvida se teria sido o peba na pimenta ou algo do tipo “valha-me Deus, será?”, um desconfiado Bolsonaro voltaria para Brasília e nunca mais homofobizaria ninguém. Já o Capitão Virgulino, coitado, uivaria apaixonado, toda vez que a Lua do Raso prateasse sua saudade sem fim.

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