segunda-feira, 2 de março de 2015

CASA DA CRIANÇA DE PAULO AFONSO, A EDUCAÇÃO NASCIDA PELA SEMENTE DA FÉ. - www.joaodesousalima.com - www.jornalfolhasertaneja.com

JOÃO DE SOUSA LIMA, PROF. CLARICE, EDSON BARRETO


    CASA DA CRIANÇA DE PAULO AFONSO, A EDUCAÇÃO NASCIDA PELA
SEMENTE DA FÉ.

Prestes a completar 54 anos, no próximo dia 13 de maio de 2015, a Casa da Criança, instituição criada para educar os filhos dos moradores da Vila Poty, representa um capítulo de luta, solidariedade, amor e conquista em prol da educação de Paulo Afonso.
O padre João Evangelista foi o primeiro sacerdote a residir em Paulo Afonso, ele ficou aqui de 1952 a 1963 e conhecendo a dura realidade dos que viviam as margens do muro da Companhia Hidroelétrica do são Francisco - CHESF, mesmo tendo ele uma boa aproximação com a administração da empresa, residindo dentro do acampamento e recebendo uma ajuda de custo da firma, em 1955, fundou a Liga Social Católica, entidade de promoção social e educacional. A Liga Social Católica de Paulo Afonso viabilizou a construção das Casas da Criança, primeiro espaço educacional gratuito que atendia crianças fora do acampamento da CHESF. A liga alugou alguns barracões e assim nasceram uma das primeiras escolas da Vila Poty.
O prédio definitivo da Casa da Criança 1 foi inaugurado no dia 13 de maio de 1961, com capacidade para 16 classes diárias, tendo como Diretor o seu criador, padre João Evangelista e assistente de direção a professora Ivonete Maria Leite da Silva.  A escola situa-se por trás da igreja Nossa senhora de Fátima, na Avenida Getúlio Vargas.
A autorização da Escola aconteceu em 11 e 12 de abril de 1981, tendo como ato de criação a Portaria nº 2347.
A escola casa da Criança 1 foi a primeira escola estadual do município de Paulo Afonso e a partir de 1970, criou-se o curso noturno para adolescentes e adultos, crescendo também a capacidade de atendimento, passando para um total de 36 classes.
Com o crescimento dos bairros, a Liga Social Católica participou ativamente da construção das escolas Casa da Criança II, III, IV e V.
Até junho de 1999 a escola tinha convênio com a Secretaria de Educação do Estado.
Antes de ser criado o CIEPA - Centro Integrado de Educação de Paulo Afonso, a instituição funcionou com o nome IMEAPS - Instituto Municipal de Educação Adauto Pereira de Souza. Até o ano de 1969 funcionou em uma das salas da Casa da Criança I e depois passou para o prédio que foi construído na antiga “Baixa Funda”, passando a ser CIEPA.
Com a chegada dos padres Lourenço Tori e Mário Zanetta e ainda das irmãs Rita e Catarina, da Congregação Ursulina, da Diocese de Novara, na Itália, uma das salas era destinada para o atendimento de pessoas carentes, servindo a sala como mini posto médico, onde irmã Rita (Margherita Maria Pescarolo), que também era enfermeira, tratava os doentes, juntamente com alguns médicos que doavam seu tempo livre a causa.
Dentre as professoras pioneiras, várias educadoras foram importantes para a educação de tantos jovens: Maria Olímpia (foi diretora na época em que eu era aluno),
Joelnice, Ivonete, Lenilda, Lindomar Araújo, Vilma Gomes, Conceição, Lenira, Carmem, Nivalda, Neuza, Rita Siqueira, Fátima Siqueira, Maria Siqueira, Inez Maria Leal, Maria das Dores, Natalice Gunes, Neide Jatobá, Palmira, Amanda Jatobá, Clarice Inez, Cícera, Eleuza, Risalvi, Creuza, Socorro Farias, Diva, Lindomar, Tereza, Margarida, Lizete, Aleide, Conceição,
Os colegas que recordo são: Edson Barreto, João Vianês, Joel, Babá, Nininho, Gilmar (filho de João Mariano, da sorveteria Botijinha), Sebastião, Marques, Hércules, Luciano, Carlinhos, Edson Henrique, Irapuã, Marcelo, Mozart, Ébio, Givanildo Targino, Val, Edson “Paulista”, Gleide, Madalena, Saúde, Socorro, Carmem, Maria do Socorro........
Durante os anos que estudei na Casa da Criança I, na década de 1970, as professoras que marcaram minha infância e cuidaram de minha educação foram: Amanda Jatobá, Clarice Inez Leal de Sá, Natalice Gunes e a estagiária Fátima.
De todas as professoras, a que mais me recordo é de dona Clarice Inez Leal de Sá, exemplo de excelente educadora; sua característica mais marcante era o sorriso constante, encantador, contagiante.
Dona Clarice sempre foi um doce de pessoa. Ela nos ensinava a rezar, cantar o hino nacional, cantar músicas que enalteciam Cristo, fortaleciam a fé, valorizavam a amizade.
Nunca consegui esquecer dona Clarice e seu sorriso.
Clarice lecionou na casa da criança de 1963 a 1988 quando se aposentou. Ao tempo que ensinava ainda estudou na própria instituição quando por lá passou o IMEAPS e ela fez o curso pedagógico em 1967 e 1968, aprimorando seus conhecimentos.
Enquanto vasculhava informações para a realização desse capítulo histórico, eu e o amigo-irmão Edson Barreto, depois de mais de 35 anos sem notícias de dona Clarice, fomos procurá-la e a encontramos no mesmo endereço, residindo na Av. Getúlio Vargas, lateral a igreja Nossa senhora de Fátima, por trás da Casa da Criança I, escola onde por tantos anos ela cuidou da educação de inúmeros jovens.
Os anos passaram e dona Clarice permanece com a mesma aparência, com o belo e inconfundível sorriso estampado na face, alegria divina, divinamente repassada a quem passa por sua vida, exemplo maior são seus dois filhos que são padres e pregam a palavra de Cristo em outros continentes.
Naquela manhã revivemos coisas, reviramos amareladas fotografias da sua trajetória educacional, comentamos a honra de termos sido alunos dela, falamos da grandeza e da importância que ela teve na construção de nossas dignidades, de sermos homens voltados para os caminhos da retidão.
Em 2011, a professora Conceição Santos “Mãezinha” tentou organizar as comemorações do cinquentenário da escola e por mais que tentasse não obteve resultados.
Fiquei sabendo que a igreja e seus administradores têm planos de fechar a Casa da Criança I, se já acharam pouco vender o grande terreno que tinha por trás da escola, agora querem vender a própria escola. Um prédio que por tantos anos acolheu os estudantes da vila Poty.
A construção, enquanto espaço histórico, onde se caberia perfeitamente um ambiente museológico destinado a preservação da história da educação de Paulo Afonso, desperta os olhos da ganância monetária.
A quem interessaria vender esse patrimônio que, aliás, pelo que se sabe, está documentado em nome da Prefeitura de Paulo Afonso?
Por outro lado, a Liga Social Católica, que tem quase a mesma idade do município, precisa estar mais atenta, ser mais atuante e impedir que mais um patrimônio arquitetônico e histórico da cidade seja destruído pelas ferragens das máquinas a serviço da ganância e de interesses de homens sem consciência.
Deixo aqui meu recado mais prefiro dormir e sonhar com o sorriso de dona Clarice, uma professora que encantava seus alunos com um simples riso matinal, sua face é face angelical que até hoje preenche nossos corações de homens feitos, nos elevando quase ao êxtase de percorrer os campos celestiais...   ... Jesus Cristo abençoe para sempre sua vida meu anjo Clarice.



matéria vinculada ao Jornal Folha Sertaneja - www.jornalfolhasertaneja.com
João e Edson- visita a Casa da Criança I

professora Clarice

escudo da Casa da Criança

Desfile

Clarice com alguns aliunos

3 comentários:

  1. Muito bom esta belíssima homenagem, parabéns João souza lima

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  2. So faltou citar Maria Carmelita Ferraz Leal pioneira em alfabetizar crinaças da Escola Casa da criança..até eu estudei lá, filha dela

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  3. So faltou citar Maria Carmelita Ferraz Leal pioneira em alfabetizar crinaças da Escola Casa da criança..até eu estudei lá, filha dela

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