CARIRI CANGAÇO DE PIRANHAS:
UM EVENTO PARA NÃO SER ESQUECIDO.
*Por
João de Sousa Lima
Sou suspeito quando me refiro à cidade de
Piranhas, pois sou incondicionalmente apaixonado por essa Veneza São
Franciscana e, pra completar, ela sempre foi um dos meus palcos de pesquisas
sobre o cangaço.
Acostumado andar Brasil
afora participando de congressos, encontros, seminários e eventos voltados para
o tema cangaço, estive no 1° Encontro de Escritores do Cangaço acontecido em
Brasília e depois disso em todas as edições do Cariri cangaço e produzimos aqui
em Paulo Afonso três seminários sobre o Centenário de Maria Bonita, A Rainha do
Cangaço.
Todos os eventos servem para
reencontrarmos amigos, escritores e pesquisadores. Ao longo do tempo surgiu uma
grande irmandade entre todos (ou quase todos, pois algumas rusgas existiram e
existem sempre, mesmo sendo apaziguados os mais exaltados quando os nervos
afloram em discussões)
O Cariri cangaço Piranhas
2015, confesso, me surpreendeu. Nunca a cidade havia se movimentado tanto
diante de um objetivo; Os responsáveis pelo projeto suaram a camisa e mobilizaram
um evento de porte grandioso. Começando pela forma de trabalho, divulgando e
visitando pontos históricos que registraram fatos ligados ao cangaço. Todos
puderam aprender “IN LOCO” sobre as ações acontecidas na região, desde a
fazenda Picos onde Inacinha foi baleada e presa, passando pela Cachoeirinha
onde o cangaceiro Gato fez várias mortes e seguiu para invadir Piranhas na
tentativa frustrada de resgatar sua companheira.
Chegando ao palco da chacina
maior, na fazenda Patos, onde Corisco assassinou a família do inocente Domingos
Ventura, em vingança a morte de Lampião. Em homenagem as mortes, plantamos
várias árvores caatigueiras, contribuindo com a preservação da natureza.
Na abertura da Semana do Cangaço
de Piranhas, com o auditório Miguel Arcanjo lotado, todas as tribos estavam lá.
A filarmônica Mestre Elísio recepcionou o grande público entoando várias
canções do cenário nordestino, em destaque as obras do Rei do Baião, Luiz
Gonzaga.
De Paulo Afonso seguimos em
caravana: Eu, Josué Santana, Nely Conceição, Aninha Lúcia, Alan, Ivan Caetano,
Luiz Ruben, Antônio Martins, Macário, Gilmar Teixeira, Joventino e Antonio
Lira.
Dentre tantas personalidades
revi pessoas que gosto muito: Jorge Remígio, Narciso Dias e Catarina, Sousa
Neto, Leila, Jair Tavares, Patrícia, Paulo Brito e Anne, Severo e Ingrid,
Aderbal Nogueira, Afrânio, Osvaldo, Archimedes, Ivanildo Silveira, Kiko
Monteiro, Railda, Rostand, Zé Cícero, Inácio Loiola, Cacau, Jairo e Angecila,
Juliana Pereira, Lamartine Lima, Edvaldo Feitosa, Leandro Duran, Oleone, João
Bezerra, professor Pereira, Tomaz e seu escudeiro Afrânio, Berg Taylor, Primo
de São Bento do Uma, Wescley, Urbano Silva, Marcos Carmelita e Silvana, padre
Agostinho Justino, José Tavares, Elane, Cristiano, Manuel, Lívio Ferraz, Louro Telles. O clã dos “Rodrigues” representados pelos
amigos Celso, Jaqueline, Celsinho, Patrícia Brasil e os irmãos Reginaldo e
Petrúcio. Os Rodrigues estiveram diretamente ligados na organização e no bom
andamento da Semana do cangaço de Piranhas.
Um dos fatos mais marcantes
foi a Homenagem ao escritor e amigo Alcino Alves Costa, com a inauguração do
seu Memorial, em Poço Redondo, onde fotos e objetos espalhados em salas
relembraram aquela figura excepcional. Na mesma cidade visitamos Maranduba,
lugar de um dos maiores combates entre cangaceiros e policiais.
Dos acirrados debates
podemos conhecer os pesquisadores que estudam com seriedade o tema e os que
tentam a todo custo colocar fatos tirados da invencionice e da incapacidade de
ser sério no que faz, porém esses maus pesquisadores são rebatidos por diálogos
exasperados e o tempo mesmo cuidará de afastá-los dos bons.
De algumas palestras tiramos
proveito, aprendemos, socializamos. Dos lugares visitados vemos o palco das
lutas sangrentas daquele tempo e temos a dimensão do que foi o fenômeno cangaço
no nordeste brasileiro. Na travessia do milenar Rio São Francisco visualizamos
as belezas daquela paisagem exuberante.
Ganhamos muito em participar
de eventos dessa grande. Na magnitude das expressões apresentadas ganhamos
conhecimento. Em cada página debatida ou visualizada extraímos alguma coisa de
bom. As trilhas, as palestras, as subidas, o tempo sempre curto, a sede, a
fome, o sono... Tudo isso é superado nas
rodas de conversas dos amigos.
Mais nada, nada mesmo,
supera os abraços, os risos, as resenhas engraçadas, as várias fotografias que
eternamente farão parte da história de nossas vidas... ... Nada supera essa irmandade.
Finda-se um evento e recompomo-nos,
então a saudade surge, olhamos as imagens e tudo vem à tona...
...Nada paga aqueles
sorrisos... ...Na lembrança dos
trajetos trilhados a história se perpetua e as imagens dos amigos grudam na
alma feito tatuagem que teima em ser eterna....
Paulo Afonso, 30 de julho de
2015
João de Sousa Lima
Membro da ALPA- Academia de
Letras de Paulo Afonso – Cadeira 06
Escritor e Historiador
Simplesmente Sensacional, muito obrigado amigo João de Sousa LIma !!!
ResponderExcluirManoel Severo