quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

ENTRE IRMÃS, SERIADO DA GLOBO SOBRE O CANGAÇO RETRATA CENAS ABSURDAS ENQUANTO VERDADEIRAS INFORMAÇÕES




    ENTRE IRMÃS: O CANGAÇO MAIS UMA VEZ EM EVIDÊNCIA NA REDE GLOBO.
“Mais Uma Produção Onde as Histórias do Cangaço São Distorcidas”

      Ontem assisti ao segundo capitulo do seriado-filme “ENTRE IRMÃS”. A realização do filme vem das mãos de um dos mais talentosos diretores da atualidade, o Breno Silveira, que dirigiu dois grandes sucessos do cinema brasileiro: Gonzaga, de Pai pra Filho e Dois Filhos de Francisco.
Comecei assistir por ter vários materiais meu servindo para compor o cenário, como no caso de punhais, móveis, cadeiras, bancos, escrivaninha, sanfona, potes e outros objetos, assim como também quatro figurantes de nossa cidade.
Confesso que pelo nome do diretor esperei um filme de maior grandeza e mesmo entendendo perfeitamente o direito da livre expressão e a ficção que essas películas trazem, percebo que como obra fictícia o diretor tem lá suas viagens, só que  mais uma vez a verdadeira história sofre um grande abuso e minha preocupação primordial é que as pessoas que assistem tentando aprender mais um pouco sobre o tema cangaço são envolvidas por cenas totalmente inexistentes e que conhecemos como as mentiras do cangaço.
Algumas observações que fiz durante o segundo capitulo foi o excessivo uso da cor caqui nas roupas dos cangaceiros, sabendo que o mescla azul “Azulão” era a cor predominante entre os cangaceiros, um baile onde homens dançavam despidos e enfiando dedos nos ânus e nas bocas, mulher usando calça comprida e chapéu de homem (o chapéu usado pela mulher era diferenciado e em apenas uma pesquisa fotográfica simples fica fácil observar isso), cartucheiras com cartuchos de espingardas (arma não usada no cangaço), uma das cenas foi extraída do filme de Rosemberg Cariry sobre Corisco e Dadá onde Chico dias ensina Dira Paes a atirar, em uma das cenas onde o cangaceiro coloca umas correntes na cangaceira aparece uma corrente moderna de aço cirúrgico.
Há uma grande desinformação vinculada nesse seriado que já roda o Brasil também como filme, o diretor que realizou em tempo recente dois dos maiores filmes do Brasil, se perde agora nas desinformações vinculadas em um tema que eu exijo mais respeito, pois já não basta que entre os próprios escritores, uns oportunistas de meia pataca escrevendo absurdos sobre as histórias.
Mais uma vez a Globo é responsável por criar esse tipo de programação  desvinculando totalmente e irresponsavelmente a verdadeira história, sendo que um dos mais famosos seriados, Lampião e Maria Bonita, com Nelson Xavier e Tânia Alves, em 1982, colocou Dona Déa, mãe de Maria Bonita, uma senhora casada, dando banho em Lampião.
E vamos sofrendo esses abusos....

João de Sousa Lima
Membro da ALPA – Academia de Letras de Paulo Afonso
Membro da SBEC – Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço
Conselheiro do Cariri Cangaço

Paulo Afonso, Bahia, 04 de janeiro de 2018





































































































3 comentários:

  1. Preciosas observações, nobre confrade e historiador João de Sousa Lima. Parabéns, por descreve-las.

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  2. Sim, não sou nenhuma grande historiadora, Mas vc é um grande historiador, principalmente sobre o cangaço ao qual quero me aprofundar mais,Mas não é porquê são pessoas cineastas importantes que têm que mudar todo rumo verdadeiro da história, Desculpa, É minha opinião, estou vendo a trama desde o início, mas não sabia que tinha dedo seu na trama! Desde já te parabenizo pelo ótimo trabalho!! João parabéns!!!

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  3. Eu mesmo parei de assistir quando me dei conta que era uma serie completamente manipulada, no caso um lixo!, pois não se mistura realidade com ficção, mas tudo bem, essa é a rede globo!! manipuladora de tudo!

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