A flor e o cangaço.
Assim é o mundo; o ar e a fumaça. O duro e o nada de se pegar e em tudo nele, maior é DEUS!!! O pai grande maior!!
Assim é o tudo aqui por debaixo. Olho calmo de lagoa; zoio saraivento de mar. Duas cordas, dois cortes de punhal. Duas mãos; uma que adorna o gatilho, outra que dá o medido carinho.
A epopéia se faz rendeira por linhas do mais puro novelo na aranha do tempo, este sim traça o bonito da vida de um cada de nós.
Mas.
Ouviam se os tiros, pólvoras catingavam no ar, nos veredões verdes mares. A morte o amor. Tudo no extremo vivido ali. Os homens. Tudo no extremo da parte de DEUS e do campo. E há sempre vencido e vencedor. Mas. Um daí o rio, por cheio demais das águas de março; demuda um braço novo para o calmo navegar. Por demais brabeza de viver sempre no rijo das correntezas. E se vai o viver ensina ensaiando os dias, que a paz está em tudo que dorme e serena. Tanto que por outros contestados se ensaiaram dizer:
- Há meu sinhô, nós somos romeiros do BOM-JESUS-DA-LAPA; pois num vê, estamos no mundo rio abaixo para lá.
Como o vento verga o aço. DEUS verga o canho, e tudo se verga a pai maior; o grande. Por só ali usar o nome dele, a salvação já se praz no imediato existir.
Pão, peixe, de um dormir sossegado no antes olho aberto nas caatingas. Tudo vai moldando a alma do bom tom de viver à custa do santo nome CRISTO-DA-LAPA.
Por assim se começa razoar os homens:
- Que diferença do caminho espinhoso do cão!!!!! Oxiii!!!! Esse e’ o demais bom!!!
Dando os dois braços se deixaram levar como que pelo rio. Desde lá, com o terço rezado na chuva com fé e medo.
Penar é a parte morna do duro viver no correto. Mas La no adiante do popore de cavalos, vem o bom campear. Para cada alma levada um filho para reger o bem do bom. Pois, no duro do eito se paga o mal com o bem.
Na epopéia se razoa que o mundo é o professor maior. E’ cartilha, régua e palmatória. Os homens nele são só formigas. Que a flor é o maior , pois nela se exala o perfume das caatingas veredas.
No quieto viver se navega a barquinho de papel. Há enormes milagres com as mãos do bem por debaixo. O trágico verte em gotas o bem a tombos de cachoeira.
E há de se dizer, que este mundo não conserta porta torta de uma casa mal fechada! Há a inteligência maior que o vira-mudo homem. Que praz a ele fazê-lo cavar seu regenero a enxada dura e sol!
Há sim!
Há o algo que não se explica! O tempo é engenhoso. Moi a consciência, tritura o passado com seu enxofre. Há o perfume da rosa.
Há!
A Mão pesada e leve do pai-maior-de-um-tudo-ao-redor. Há o BOM-JESUS-DA-LAPA-DA-GROTA. Há a luta de DEUS e o canho no meio da caatinga. Há a risada branca do negro canho. Há o verde olhar do mandacaru de DEUS. Há a vitoria do homem que por vez laçada pelo canho, pelo redemoinho. Que pelo abrir da boca e do BOM-JESUS se fazer parente, o mundo redemudou. Deu mil giros e ali mesmo voltou, um campo flor demudado.
Há a coisa que só a ele e a não explicação se cabe.
A remissão do homem!...
A remissão ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... .
João Morrana.
Para: João de Souza Lima, sobre o seu belo livro Moreno e Durvinha: sangue, amor e fuga no cangaço.
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