segunda-feira, 2 de abril de 2012

GROTA DO ANGICO: A HISTÓRIA REVISITADA


GROTA DO ANGICO: A HISTÓRIA REVISITADA
“UM NOVO OLHAR SOBRE UM FATO SEM O RESPEITO MERECIDO E A HOMENAGEM ATRAVÉS DE UMA LEMBRANÇA QUE FALTAVA”.
     Dia 1º de abril de 2012, um domingo de Ramos, dia de oração para muitos fieis e por outro lado o que em nossa cultura comemora-se “Dia da Mentira” serviu para tornar verdadeira a história, sendo reconhecido um capítulo que por muito tempo se manteve sem o seu devido valor.
    Lembro que tudo começou em 2008 quando Eu, Vilela e a equipe jornalística do Diário do Pernambuco, em visita para gravar uma entrevista com Antonio Vieira, soldado de volante e que residia na cidade alagoana de Delmiro Gouveia, prometemos ao velho combatente que iríamos realizar uma homenagem ao seu amigo de farda e companheiro de batalha, o soldado Adrião Pedro de Souza, que foi o único policial que morreu quando do confronto que matou o cangaceiro Lampião e mais dez companheiros incluindo sua mulher, a famosa Maria Bonita.
    Em março de 2011 durante o evento do Centenário de Maria Bonita acontecido também na cidade alagoana de Piranhas, quando lá chegou o grupo de pesquisadores, escritores e estudiosos do tema cangaço oriundos de Paulo Afonso, fomos apresentados a Décio Canuto, neto do soldado Adrião e que tinha vindo de Maceió pra participar do evento e falar da possibilidade dos escritores realizarem a homenagem ao seu avô. Falamos para Décio que esse era um projeto meu e de Vilela e que vínhamos amadurecendo desde 2008, falando inclusive da promessa feita a Antonio Vieira.
    Vilela ficou encarregado de colher mais informações com os familiares de Adrião e que ainda residiam próximos a sua cidade Garanhuns.
    Depois de quatro anos do compromisso firmado com Antonio Vieira a promessa foi cumprida. Dia 1º de abril de 2012 saímos de Paulo Afonso, Eu, Jadilson Ferraz, Edson Barreto, Elaide Barreto e Evelin Barreto. De Garanhuns veio Vilela, sua esposa Da Paz, seu filho Hans Lincoln, a nora Soraya Crystina e o pesquisador de São Bento do Una, Edvaldo Primo.
    Chegamos ao porto de Piranhas, embarcamos na canoa “O Cangaceiro”, comandada por Célio e descemos o Rio São Francisco até a Grota do Angico.
    Na Grota, lateral a pedra onde se situa a homenagem aos cangaceiros escolhemos uma pedra e fixamos a cruz e a placa com o seguinte texto:






ADRIÃO PEDRO DE SOUZA
01.03.1915         28.07.1938
“Neste chão, no cumprimento do
 Dever caiu por terra o
Soldado Adrião Pedro de Souza
A quem reverenciamos
Nesta oportunidade”.
Grota do Angico, 01 de março de 2012

    Desempenhamos nossa obrigação e retornamos com a confiança do dever exercido e com a certeza da reparação histórica que por tantos e tantos anos ficou como lacuna sobre o capítulo acontecido naquela manhã fria de 28 de julho de 1938.
    Agora descanse em paz Adrião Pedro de Souza, descanse em paz Antonio Vieira.
Que os remanescentes de Adrião possam se orgulhar dos atos de suas últimas horas de vida, que a policia em seus arquivos resguarde o mérito desse brioso guerreiro, que a história lhe atribua o respeito merecido informando pontualmente que na Grota do Angico doze pessoas (e não onze) tombaram sem vida naquele fatídico dia frio.


João de Sousa Lima
Historiador e escritor.

Paulo Afonso, 01 de abril de 2012.
Edvaldo Primo, João Lima, Vilela e Edson Barreto exibindo a placa na chegada a Piranhas.
a placa em hoemangem a Adrião.
a cruz que faltava
Edson Barreto transporta a cruz
Jadilson "Bin Laden" , descansa na sombra de uma árvore, olhos fixos na cruz
a placa pesada espera o transportador restabelecer suas forças.
Edson, João e Jadilson Ferraz fixam a placa e a cruz
Vilela, João e Lincoln dando o acabamento nas homenagens.
 promessa paga: a cruz e a placa enfim marcam mais um capitulo da história do cangaço.

3 comentários:

  1. Caros João e Vilela, infelizmente tinha outros compromisso já agendados e não tive como está presente nesse momento tão importante para História do Cangaço e esperado por todos nós.Parabéns a Vilela pela iniciativa e todos pesquisadores que o apoiaram a partir de agora serei mais um guardião desta homenagem justa e verdadeira ao Soldado Adrião.

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  2. João de S. L. , boa tarde!!!
    Meu amigo, vc. está ficando cada vez mais impossível.
    Porém, seu comportamento é perfeitamente compreensível e elogiavel.
    Almejo que vc. segure a caneta e vá em frente, pois, o futuro já chegou. Aproveite.

    Deixe ao largo - críticas, ciúmes, mesquinhezas e não olhe nem para os lados, quanto
    mais para trás. Sempre em frente.
    Quando não lhe conhecia sonhava em encontrar alguém dessa região que segurasse o
    bastão, desde que ai é tido como local onde o cangaço teve seu fim.
    Pessoas, fatos e tudo que diz respeito a uma época vc. dispõe. Procure diversificar para
    não se cansar nem cansar a quem toma conhecimento de seus escritos.

    Veja o cangaço como um todo. Tem gente que admitiu o cangaço ser constituido única
    e exclusivamente por Lampeão e se ferrou. O chefe cangaceiro tem seu lugar e por outro
    lado tem que abrir espaço para os demais personagens.

    Procure aprimorar o relato das cruzes. Mais uma vez vc. está sendo pioneiro frente a todos e
    principalmente aqueles que se achavam 'donos' do cangaço. A história é nossa e a todos pertence.

    Estamos juntos com vc. abrindo uma nova era no cangaceirismo brasileiro. Os critérios de honestidade, retidão,
    companheirismo em que ser usados e aprimorados a cada momento.
    Muita coragem teve o amigo quando afirmou ter sido a cruz colocada pelo ten. Bezerra roubada da grota do Angico.

    Haveremos de construir um novo momento colocando as coisas nos seus respectivos lugares.
    A máscara de certas pessoas estão caindo gradativamente. É só uma questão de tempo para realizarmos um expurgo
    daqueles que de há muito tempo são considerados 'personas non gratas', principalmente nos ambientes sádios que
    temos procurado criar.
    Caso não tenhamos a coragem de fazer a seleção pagaremos um preço muito alto pela falta de critérios, coragem e
    objetividade levando-se em consideração o agrupamento que hoje se concentra em torno do cangaço.
    Precisamos levar em consideração toda essa gente.

    Espero que o amigo tenha entendido que minha posição é de simples colaborador e defensor intransigente de quem é correto.
    Pisou no caco, dançou e tome cacete!!!!!
    Obrigado em me conceder estes momentos que para mim tem relevante significado.

    Vou cuidar da vinda de voces para a apresentação no canal de TV TCM.
    Vamos em frente que atrás vem gente.

    Grande abraço e feliz Páscoa.

    Paulo Gastão.

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  3. Caro amigo João,

    Parabéns a todos vocês pela iniciativa.
    Tentei postar comentário em sua página na internet em nome do GECC mas não consegui, mesmo assim fica registrado meus parabéns particular, assim como em nome do GECC do qual estou presidente.

    Abraço
    Angelo Osmiro Barretoto
    Fortaleza-CE
    ¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬--__________________________________________________________________
    OK JOÃO. MEUS PARABENS PELO TRABALHO E HOMENGEM QUE VOCÊS FIZERAM AO SOLDADO ADRIÃO. UM ABRAÇO.
    Sebastiao Batista
    _____________________________________________________

    Bela iniciativa professor João, pessoas iguais ao senhor merecem mais respeito das entidades públicas, afinal preservar e difundir a cultura nordestina é um feito nobre que exige esforço e dedicação.
    Leudo Fernando

    Parabéns ao Antonio Vilela e ao João de Sousa por mais esta iniciativa.
    Agora é aguardarmos o livro sobre o Soldado Adrião, que se encontra nos momentos finais para ir ao prelo...
    Mais uma pesquisa séria do nobre confrade de Garanhuns.
    Kydelmir Dantas

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