quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

UNEB – Universidade do estado da Bahia e Prefeitura Municipal de Paulo Afonso Realizam o Seminário do centenário de Maria Bonita

CENTENÁRIO DE MARIA BONITA: RAINHA DO CANGAÇO

II Seminário Internacional


Campus VIII da UNEB e Prefeitura Municipal de Paulo Afonso realizarão o II Seminário Internacional sobre o Centenário de Nascimento de Maria Bonita, com o tema: Diferentes Contextos que Envolveram a Vida da Rainha do Cangaço. Este evento, que reserva participação de lideranças políticas, pesquisadores, ex-cangaceiros e os parentes de Maria Bonita, vai mobilizar a comunidade em geral para discutir aspectos da participação dessa Mulher que marcou a história do cangaço e que nasceu em Paulo Afonso, no povoado Malhada da Caiçara.

Universidade do Estado da Bahia-DEDC VIII (UNEB) em 2009 realizou o I Seminário Internacional sobre o Centenário de Nascimento de Maria Bonita, parte de um projeto pioneiro, desenvolvido em parceria com a Prefeitura Municipal de Paulo Afonso, a Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC) e outros parceiros. A meta dessa proposta pioneira foi a realização de três grandes eventos que culminará com a realização do III Seminário em 2011, ano em que Maria Bonita completaria 100 anos de idade.

O evento acontecerá de 8 a 10 de março, no auditório do Departamento de Educação (DEDC) do Campus VIII da UNEB, contando com a participação de lideranças políticas, escritores e pesquisadores de todo Brasil.

O Seminário será prestigiado ainda por Teófilo Pires
do Nascimento (ex-soldado da volante) e Aristeia Soares
de Lima (ex-cangaceira), Neli Conceição e João Souto, filhos do casal de cangaceiros Moreno e Durvinha, além dos parentes de Maria Bonita: Eribaldo Gomes de Oliveira e Adelmo Gomes de Oliveira, que também receberão os participantes na casa onde morou Maria Bonita, local onde ela conheceu Lampião.

Os interessados em receber o material e o certificado do evento, podem garantir participação até o dia 8 de março. A inscrição poderá ser feita no NECTAS/UNEB (Núcleo de Estudos em Comunidades e Povos Tradicionais e Ações Socioambientais), no DEDC VIII. Os 200 primeiros inscritos terão direito à todo material do evento do I Seminário Internacional, realizado em 2009.

"Maria Bonita ainda é uma figura que merece ser pensada no contexto do Cangaço. Ainda há muita incompreensão sobre sua vida, embora, aos poucos, informações tenham sido levantadas por diversos pesquisadores a respeito da sua biografia, que inclui o seu encontro com a figura mais emblemática do Cangaço: Lampião. Eu, por exemplo, tenho me dedicado a mergulhar nessa história que conto em três livros que escrevi: Lampião em Paulo Afonso, A Trajetória Guerreira de Maria Bonita: A Rainha do Cangaço" e Moreno e Durvinha, Sangue, Amor e Fuga No Cangaço, destaca o escritor João de Sousa Lima um dos coordenadores da iniciativa.

Para Juracy Marques, Diretor do Campus VIII e também coordenador do evento, "o papel da Universidade é de possibilitar que tão importante data não passe despercebida, uma vez que o Cangaço é hoje um tema que tem despertado interesse em diversas partes do mundo e Maria Bonita faz parte dessa história ainda cheia de lacunas. Entretanto, nós da UNEB em Paulo Afonso, resolvemos sediar estes três seminários internacionais sobre o centenário de Maria Bonita, sobretudo porque ela nasceu aqui e por esta região ter sido parte de capítulos bastante conhecidos do Cangaço: além da paixão de Maria Bonita por Lampião, e vice-versa."

A programação do seminário já está disponível, querendo acessar basta clicar aqui.

Primeira mulher no cangaço

Maria Gomes de Oliveira, a Maria Bonita, foi a primeira mulher a aparecer no cenário do Cangaço, revolucionando a sua época (século XX) e introduzindo vários costumes no meio de homens guerreiros que até então não permitiam mulheres entre os seus pares.

Nascida em 8 de março de 1911, na fazenda Malhada da Caiçara, em Paulo Afonso, casou-se aos 15 anos com um sapateiro, com quem vivia brigando.

Durante uma das separações de seu marido, Maria Bonita conheceu Lampião e apaixonou-se. O rei do cangaço, nesta época, tinha 31 anos e Maria 18.

Maria Bonita entrou para o bando ao final de 1929 e tornou-se musa e rainha do cangaço. Depois dela, os outros cangaceiros também trouxeram suas companheiras para fazerem parte do bando.

"Maria Bonita foi na época do Cangaço uma jovem que quebrou os padrões de um sertão ainda resguardado quanto aos reais valores da mulher. Para muitos ela foi um atraso para os cangaceiros que até então era um mundo machista. Para outros ela foi a parte boa daquele tempo, aliviando muitos dos sofrimentos causados aos sertanejos. Hoje ela é simplesmente parte da história do sertão, um capítulo dos acontecimentos que marcaram o nosso nordeste brasileiro", destaca o escritor João de Sousa Lima, um dos maiores pesquisadores sobre a vida de Maria Bonita.

Lampião arregimentou 47 homens e mulheres de várias ramificações familiares apenas em Paulo Afonso. Maria Bonita conviveu durante nove anos com Lampião e como seguidora do bando, foi ferida apenas uma vez.

Foi no dia 28 de julho de 1938, na Grota do Angico, no sertão do estado de Sergipe, durante um ataque feito pela polícia ao bando, que um dos casais mais famosos do país foi brutalmente assassinado, transformando suas vidas em um marco da história nordestina.

Informações: DEDC/Campus VIII - Tel.: (75) 3281-6585/7364.      www.campus8.uneb.br

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