quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

II seminário de centenário de Maria Bonita, a rainha do cangaço

3/2/2010 - Clique na imagem para ver o álbum.


Rainha do Cangaço


Campus VIII da UNEB realiza II Seminário Internacional sobre o Centenário de Maria Bonita: Diferentes contextos que envolvem a vida da Rainha do Cangaço - Evento, que reserva participação de lideranças políticas, pesquisadores e ex-cangaceiros, vai mobilizar a comunidade em geral para discutir aspectos dos diferentes contextos que envolveram a vida de Maria Bonita - De 8 a 10/março, em Paulo Afonso

A Universidade do Estado da Bahia (UNEB) em 2009 realizou o I Seminário Internacional sobre o Centenário de Nascimento de Maria Bonita, parte de um projeto pioneiro, desenvolvido pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB – Campus VIII, em parceria com a Prefeitura Municipal de Paulo Afonso, a Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC) e outros parceiros, para a realização de três grandes eventos que culminará com a realização do III Seminário em 2011, ano em que Maria Bonita completaria 100 anos de idade.

Este ano será realizado o II Seminário Internacional sobre o Centenário de Maria Bonita, que discutirá os diferentes contextos que envolvem a vida dessa sertaneja que marcou para sempre a história do povo do Sertão, imortalizada nas cenas do Cangaço.

O evento acontecerá de 8 a 10 de março, no auditório do Departamento de Educação (DEDC) do Campus VIII da UNEB, contando com a participação lideranças políticas, escritores e pesquisadores baianos e de outros estados.

O Seminário será prestigiado ainda por Teófilo Pires (ex-soldado da volante) e Aristeia Soares (ex-cangaceira). Neli Conceição e João Souto, filhos do casal de cangaceiros Moreno e Durvinha, também confirmaram presença.

"O seminário integra a comemoração do centenário de Maria Bonita e para tanto, queremos estudar o papel da mulher no cangaço, a partir do que foi a sua vida de liderança e companheirismo, ao lado do cangaceiro Lampião", destaca Juracy Marques, coordenador da iniciativa.

Para Juracy, não por acaso Maria Bonita nasceu no Dia Internacional da Mulher, festejado em 8 de março. "Vamos encerrar o evento comemorando o dia em que o povo sertajeno, em especial, comemora os 100 anos dela", complementa.   

A programação do seminário já está disponível, querendo acessa - lá basta clicar aqui.

Primeira no cangaço

Maria Gomes de Oliveira, a Maria Bonita, foi a primeira mulher a aparecer no cenário do Cangaço, revolucionando a sua época (século XX) e introduzindo vários costumes no meio de homens guerreiros que até então não permitiam mulheres entre os seus pares.

Nascida em 8 de março de 1911, em uma fazenda na Malhada da Caiçara, na Bahia, casou-se aos 15 anos com um sapateiro, com quem vivia brigando.

Durante uma das separações de seu marido, Maria Bonita conheceu Lampião e apaixonou-se. O rei do cangaço, nesta época, tinha quase 33 anos e Maria, pouco mais de 20.

Maria Bonita entrou para o bando ao final de 1929 e tornou-se musa e rainha do cangaço, ocupando-se, entre outras coisas, de costurar a indumentária dos cangaceiros. Depois dela, os outros cangaceiros também trouxeram suas companheiras para fazerem parte do bando.

"Maria Bonita foi na época do Cangaço uma jovem que quebrou os padrões de um sertão ainda resguardado quanto aos reais valores da mulher. Para muitos ela foi um atraso para os cangaceiros que até então era um mundo machista. Para outros ela foi ela foi a parte boa daquele tempo, aliviando muitos dos sofrimentos causados aos sertanejos. Hoje ela é simplesmente parte da história do sertão, um cápítulos dos acontecimentos que marcaram o nosso nordeste brasileiro", destaca João Lima, um dos maiores pesquisadores sobre a vida de Maria Bonita.

Lampião arregimentou 47 homens e mulheres de várias ramificações familiares apenas em Paulo Afonso. Maria Bonita conviveu durante nove anos com Lampião e teve uma filha, Expedita. Como seguidora do bando, Maria foi ferida apenas uma vez.

E foi no dia 28 de julho de 1938, na fazenda Angicos, no sertão do estado de Sergipe, durante um ataque feito pela polícia ao bando, que um dos casais mais famosos do país foi brutalmente assassinado, transformando suas vidas em um marco da história nordestina.

Informações: DEDC/Campus VIII - Tel.: (75) 3281-6585/7364.      www.campus8.uneb.br


 

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