quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Vila da Cultura em Paulo Afonso ainda repercute como noticia

04/08/2010 - 10:00:00

Bahia

Paulo Afonso comemorou 52 anos de emancipação


 

Além do turismo de aventura, a Capital da Energia entra na rota do turismo histórico tendo como temáticas principais o Cangaço e o Sertão

Paulo Afonso, localizada a 434 km de Salvador, comemorou seus 52 anos com uma intensa atividade cultural e esportiva. A Vila da Cultura (FOTO) transformou a cidade em uma verdadeira vitrine para as manifestações culturais da região no mês de julho. Entre as atividades que estiveram disponíveis para a população pauloafonsina estiveram oficinas de música, artes plásticas, xilogravura, além de mostra de cinema, exposições e shows.

A Vila da Cultura trouxe para Paulo Afonso a banda A Cor do Som, comandada por Armandinho Macedo, que animou o público ao som da sua guitarra baiana. De acordo com Armandinho, o show em Paulo Afonso marca a volta da banda, que esteve parada durante alguns anos, e agora volta para estrada com fôlego revigorado. Além disso, grupos de teatro da região apresentaram peças com tema focado no sertão. A banda 14 Bis também participou da festa, e relembrou antigos sucessos.

A Vila da Cultura ganhou também uma exposição sobre o cantor Luiz Gonzaga, com objetos pessoais que revelam um pouco da história do "Rei do Baião". De acordo com o Secretário de Turismo, Cultura e Esporte, Jânio Soares, o principal objetivo da Vila foi promover o encontro de diversas manifestações culturais da região, "estamos fomentando a cultura do nosso povo e da região, no intuito de despertar a comunidade para estas riquezas e mostrar o trabalho de nossos artistas".

Ainda fazendo parte da programação de aniversário, aconteceu entre os dias 30 e Julho a 1º de agosto, o Motocross 2010. Além da mega-estrutura montada pela Prefeitura como palco, pista, camarote e arquibancadas, o evento contou com a presença de pilotos de renome nacional e equipes locais.

Paulo Afonso - Emancipada em 28 de julho de 1958, a cidade possui mais de 100 mil habitantes e é conhecida pelo seu potencial hidrelétrico, sendo chamada de Capital da Energia. Mas, além da sua atração para o turismo, graças ao Cânion do São Francisco, onde os amantes da aventura se arriscam no rapel e em outras manobras radicais, Paulo Afonso também chama atenção para seu lado histórico, ainda pouco conhecido pela população baiana.

De acordo com o pesquisador e escritor João de Sousa Lima, Paulo Afonso serviu como uma das cidades que mais forneceu cangaceiros para os grupos, tomando a coroa da cidade de Poço Redondo-SE, que ficou conhecida como a capital do cangaço, por ter visto 28 filhos da terra seguirem Lampião e seus subgrupos. Em suas descobertas para a confecção do livro "Lampião em Paulo Afonso", João de Sousa constatou e enumerou 31 cangaceiros e cangaceiras oriundos da cidade de Paulo Afonso. Entre as cangaceiras de maior destaque está Maria Gomes de Sá, que ficou imortalizada como Maria Bonita, que nasceu no povoado Malhada da Caiçara, hoje pertencente à cidade, em 08 de março de 1911. Hoje, quem quiser conhecer mais sobre a Rainha do Cangaço pode visitar a Casa de Maria Bonita.

Paulo Afonso tem revelado novos talentos que, inspirados pela temática do Cangaço, estão divulgando a cultura sertaneja para além das fronteiras da região. É o caso do jovem escritor e pesquisador pauloafonsino, Rubinho Lima, que tem o livro de contos Conversas do sertão, lançado pela Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). O livro reúne histórias que remontam o cenário sertanejo, trazendo causos matutos, histórias de pescador, de cangaceiros, histórias folclóricas, todas com uma linguagem bem na linha das narrativas fantásticas do cordel e evidenciando o falar e viver dos sertanejos.

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